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A aprendizagem do aroma perinatal e a adaptação dos leitões ao desmame: tudo o que necessitam é olfacto.

A aprendizagem do aroma perinatal ajuda a reduzir o stress dos leitões ao desmame.

6 Novembro 2012
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A aprendizagem do aroma perinatal através da dieta materna é um mecanismo conhecido por modular a preferência e aceitação dos alimentos em muitas espécies, mas sabe-se pouco sobre o mecanismo em concreto subjacente à aprendizagem perinatal nos leitões. Previamente foram encontrados efeitos positivos da aprendizagem do aroma perinatal na ingestão de alimentos, crescimento e comportamento dos leitões mas não foi encontrada nenhuma preferência pelo aroma em si. Isto sugere que a aprendizagem do aroma em leitões funciona através da redução do stress ao desmame pela presença de um aroma familiar. O objectivo deste estudo foi investigar se a aprendizagem do aroma perinatal reduz o stress ao desmame e se o efeito deste é maior se for apresentado no alimento. A testagem foi levada a cabo seguindo em desenho factorial 2*2 incluindo como factores os tratamentos pré-desmame (aroma ou controle) e os tratamentos pós-desmame (aroma no Alimento ou aroma no Ar). A testagem foi realizada em dois lotes sucessivos. Foram utilizadas um total de 24 porcas multíparas e a sua descendência. As porcas foram distribuídas por um dos tratamentos aroma (n=12) ou controle (n=12), as do grupo aroma receberam um alimento aromatizado com Anis entre o dia 98 e 115 de gestação e desde o segundo dia pós-parto até ao desmame dos leitões (25º dia lactação). As porcas do grupo aroma receberam uma dose diária de 350 mg de Anetol administrada em duas tomas de 175mg (dissolvido em 20 ml de óleo de soja). As porcas do grupo controle só receberam duas doses diárias de 20mg de óleo de soja. Foram usados 8 leitões da cada ninhada, 4 foram distribuídos pelo alimento tratado (aroma no alimento) e 4 pelo tratamento no ar (aroma no ar), ficámos assim com 12 currais para aroma no ar, 12 currais para aroma no alimento, 12 currais controle no ar e 12 currais para controle no alimento.

Os tratamento pré e pós-desmame não afectaram a ingestão de alimento, preferência ou crescimento nas primeiras semanas depois do desmame mas o aroma reduziu o tempo de latência em comer (24 vs.35h, P<0,02) e dentro do curral a variação no crescimento (SD dentro do curral: 0,7 vs. 1,2 kg, P<0,001). Os níveis de cortisol na saliva foram menores às quatro e sete horas pós-desmame nos leitões aroma que nos leitões controle (4 horas: 2,5 vs. 3,0 ng/ml, P = 0,05; 7 horas: 3,1 vs. 3,4 ng/ml, P = 0,08). Os leitões com aroma brincaram mais e mostraram menos comportamentos estranhos que os leitões controle, indicando que o aroma familiar reduz o stress ao desmame. Poucas interacções foram encontradas entre os tratamentos pré e pós-desmame e nenhum efeito foi encontrado no tratamento pós-desmame.

A conclusão é a de que nos leitões recém desmamados, a aprendizagem do aroma perinatal resulta numa redução do stress quando o aroma é previamente apresentado, independentemente de o mesmo ser apresentado no ar ou no alimento.

M Oostindjer, JE Bolhuis, K Simon, H van den Brand, B Kemp. Perinatal flavor learning and adaptation to being weaned: all pigs needs is smell. 2011. PLoS ONE, 6(10):e25318. doi:10.1371/journal.pone.0025318.

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