As porcas actuais são magras, entram em ciclo muito cedo e podem não dispôr de reservas corporais suficientes para uma produção e reprodução óptima ao primeiro parto.
Este estudo determinou o efeito do nível de energia ingerida durante a gestação sobre o rendimento reprodutivo, os metabolitos sanguíneos e a composição do leite em porcas primíparas.
Foram distribuídas aleatoriamente 44 porcas Landrace × Yorkshire por um dos 4 níveis objecto de estudo: baixo (L), médio (M), alto (H) e extremamente alto (EH). Os tratamentos L, M, H e EH foram dados como 75, 100, 125 e 150% das necessidades de energia de manutenção dos 0 a 30 dias de gestação, respectivamente. Os níveis oferecidos em cada grupo aumentaram em 20% dos 30-90 dias de gestação e em 50% entre os 90 dias de gestação e o parto. Durante a lactação todas as primíparas receberam a mesma dieta e foram alimentadas ad libitum.
Os resultados mostraram que o nível de ingestão de energia aumentou de forma linear e quadrática com o peso corporal da porca e a espessura da gordura dorsal aos 0 e 28 dias da lactação. Aumentou de forma linear e quadrática também com o ganho de peso e de gordura entre o dia 0 da gestação e o dia 0 da lactação. Com o aumento de energia, foram observadas respostas lineares e quadráticas na perda de peso corporal e de gordura dorsal durante a lactação, além de diminuições lineares e quadráticas do consumo de ração durante o mesmo periodo. No entanto, com o aumento do nível de energia oferecido, aumentaram o peso do leitão ao parto e ao desmame e, de forma semelhante, aumentou o peso da ninhada ao parto e tendeu a aumentar ao desmame. O maior peso da ninhada ao parto e ao desmame foi observado para o grupo H. O número total de nascidos e nascidos vivos não foi influenciado pelo nível de energia consumida. Com o aumento de energia, foi observado um aumento linear e quadrático do conteúdo de gordura e proteína no colostro e leite (apenas quadrático). O maior conteúdo de gordura e proteínas no leite foi observado quando foi proporcionado às porcas o nível de energia H.
Os resultados indicam que oferecer 125, 150 e 187,5% das necessidades de energia para a manutenção durante a gestação precoce, média e tardia foi benéfico para manter a condição corporal óptima das primíparas e produzir leitões mais pesados ao nascimento e ao desmame, além de melhorar a quantidade de gordura e de proteínas no colostro e no leite.
Wang, J., Yang, M., Cao, M., Lin, Y., Che, L., Duraipandiyan, V., & Liu, G. (2016). Moderately increased energy intake during gestation improves body condition of primiparous sows, piglet growth performance, and milk fat and protein output. Livestock Science, 194, 23-30. http://dx.doi.org/10.1016/j.livsci.2016.09.012