0
O objetivo do estudo foi comparar o bem-estar e o desempenho das porcas e dos leitões em três sistemas de parto diferentes (celas de parto e celas de parto independentes com confinamento temporário: SWAP e JLF15).
Métodos: Em cada época, foi seguido um lote de porcas cruzadas de Duroc 18 porcas (183 leitões) em celas de parto, 23 porcas (243 leitões) em SWAP e 23 porcas (237 leitões) em JLF15. O dia do parto foi o dia 0 e o desmame ocorreu no dia 24. O período de confinamento foi desde a entrada até ao desmame nas celas de parto e desde 1 dia antes do dia previsto para o parto até ao dia 3 nas celas livres com confinamento temporário. Nos dias 2, 4, 12 e 23, foram observadas interacções sociais entre companheiros de ninhada, entre porcas e leitões e exploração por porcas e leitões. Foram estudados os registos vídeo de esmagamentos que resultaram na morte de leitões. Os leitões foram pesados no dia 3 e no dia 19, e as escoriações nos membros anteriores foram avaliadas no dia 19. Foram recolhidas amostras de saliva da porca um dia antes e depois do confinamento temporário, e nos dias 2, 4, 12 e 23 para avaliar os níveis de cortisol e de cromogranina A (CgA).
Resultados: Os leitões em celas livres com confinamento temporário iniciaram contactos nasal-nasal com as porcas mais frequentemente do que os leitões em celas de parto no dia 2. As porcas em celas livres com confinamento temporário interagiram com os leitões mais frequentemente do que as porcas alojadas em celas de parto no 12º dia. As porcas em celas livres com confinamento temporário exploraram as celas com mais frequência do que as porcas alojadas em celas de parto no dia 4. A taxa de esmagamento (ou seja, o número de leitões por porca) da SWAP (1,2 ± 0,3) foi superior à da JLF15 (0,6 ± 0,2) e à das celas de parto (0,3 ± 0,1), e a taxa de esmagamento da JLF15 foi superior à das celas de parto. O lote do outono registou a taxa de esmagamento mais baixa entre os diferentes lotes. O número de incidentes de esmagamento foi semelhante quando as porcas das celas livres com confinamento temporário estavam confinadas ou soltas. A percentagem de ocasiões em que as porcas utilizaram um suporte de cela de parto para mudar de posição, mas mesmo assim esmagaram leitões, foi mais elevada nas celas de parto do que nas celas livres com confinamento temporário. Não foram encontradas diferenças entre os sistemas no que respeita ao crescimento e à abrasão dos membros anteriores dos leitões. O cortisol em SWAP atingiu o pico no dia 2, e a CgA em JLF15 no dia 4 e permaneceu elevada no dia 12. O cortisol e a CgA nas gaiolas de parto permaneceram semelhantes durante a lactação.
Conclusão: Os nossos resultados sugerem que as celas livres com confinamento temporário facilitaram as interacções entre a porca e os seus leitões; as celas livres com confinamento temporário apresentaram uma taxa de esmagamento mais elevada; as porcas mudaram de postura de forma diferente entre sistemas e lotes; a prática do confinamento temporário não alterou o nível de biomarcadores de stress nas porcas.
Ko H, Temple D, Hales J, Manteca X, Llonch P. Welfare and performance of sows and piglets in farrowing pens with temporary crating system on a Spanish commercial farm. Applied Animal Behaviour Science. 2022; 246: 105527. https://doi.org/10.1016/j.applanim.2021.105527.
