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Avanços na busca de factores de virulência de Haemophilus parasuis

Investigadoras do CReSA publicaram uma análise que oferece uma visão geral do conhecimento existente actualmente sobre os factores de virulência de H. parasuis.

29 Junho 2014
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A patogenicidade de Haemophilus parasuis está pouco descrita e, por outro lado, a prevenção e controlo da doença de Glässer continua a ser um desafio. Uma análise publicada por investigadoras do CReSA oferece uma visão geral do conhecimento existente actualmente sobre os factores de virulência de H. parasuis.

H. parasuis coloniza porcos sãos e é o agente etiológico da doença de Glässer. É essencial conhecer a patogenia das infecções por H. parasuis para determinar como é que esta bactéria produz doença e para distinguir melhor entre estirpes virulentas e não virulentas. A infecção por H. parasuis requere a adesão a células do hospedeiro e a sua invasão, resistência a fagocitose por macrófagos, resistência ao complemento sérico e indução de inflamação.

A dificuldade de produzir mutantes de H. parasuis é um obstáculo para a identificação dos factores envolvidos em tais mecanismos. Os avanços recentes no conhecimento sobre a patogénese de H. parasuis devem-se, em parte, à produção de mutantes por delecção de genes, ainda que a maior parte dos factores potenciais de virulência descritos até agora requeiram uma caracterização mais detalhada. Foram descritos dados que indicam o papel jogado pelos lipooligossacáridos, a formação de cápsula, as porinas, a toxina citoletal distensora e os auto-transportadores triméricos (VtaA), entre outras moléculas, na virulência de H. parasuis.

As estirpes virulentas de H. parasuis com capacidade para produzir a doença de Glässer necessitam uma combinação de factores de virulência, a maioria dos quais é ainda desconhecido, para alcançar os pulmões onde se multiplicam para então se distribuir sistemicamente. As bactérias replicam-se então em superfícies serosas causando inflamação e danos ao hóspede. A identificação dos factores essenciais de adesão, invasão do sistema imunológico do hóspede e invasão sistémica proporcionará um melhor conhecimento da patogenia de H. parasuis de encontro ao desenho racional de vacinas eficientes. Além disso, a definição dos factores de virulência de H. parasuis melhoraria em grande medida o diagnóstico ao diferenciar estirpes virulentas das não virulentas.

São necessários mais estudos para demonstrar o papel específico de cada molécula na virulência de H. parasuis. Em especial, deveria ser melhor indagado o papel dos polissacáridos para determinar a contribuição da cápsula e o crescimento na biopelícula na patogénese de H. parasuis.

Costa-Hurtado M, Aragon V. Advances in the quest for virulence factors of Haemophilus parasuis. Vet J. 2013 Dec;198(3):571-6.

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