O objectivo deste estudo foi comparar o comportamento em geral e o comportamento durante a alimentação de porcos de engorda com ração seca e alimento líquido. O estudo foi levado a cabo numa exploração integrada com separação por idades e com acesso a ambos os sistemas de alimentação. Os porcos foram alojados nas unidades de engorda aos 20 kg e o seu comportamento foi estudado através de câmaras web das 7:00 às 19:00 horas.
Os porcos cresceram bem em ambos os sistemas, mas diferiram no comportamento. Os porcos de engorda alimentados com ração passaram mais tempo a comer em cada refeição. Também expressaram menor número de reagrupamentos durante a primeira semana, quando ainda não se tinha estabelecido a hierarquia social. Os porcos alimentados com alimento líquido reagruparam-se durante as refeições, enquanto os porcos alimentados com ração se reagruparam quando o primeiro porco já tinha abandonado o comedouro, o que reflecte busca de ração que sobrou. Raras vezes foi registada ansiedade antes de comer, mas foi observada com frequência depois de comer. Durante as semanas 5 e 9 foi registada ansiedade com maior frequência em porcos alimentados com alimento líquido. Os porcos alimentados com alimento líquido expressaram comportamentos indesejados como mamar nos umbigos ou mordeduras de orelhas e cauda, em comparação com os porcos alimentados com ração. Em ambos os sistemas os porcos permaneceram entretidos com palha quando esta lhes foi oferecida, mas apenas enquanto a consideravam nova, durante aproximadamente 45 minutos após cada administração.
Os porcos cresceram da mesma forma em ambos os sistemas, mas do ponto de vista do bem-estar animal é recomendável alimentar com ração os porcos de engorda e sugere-se que os sistemas de alimentação líquida devem ser reservados para sistemas que usam fornecimentos de alimentação alternativos como soro de leite ou outras sobras líquidas da indústria alimentar.
Mate Zoric, Sven-Erik Johansson and Per Wallgren. Behaviour of fattening pigs fed with liquid feed and dry feed. Porcine Health Management 2015, 1:14 doi:10.1186/s40813-015-0009-7