A aveia (Avena sativa L.) não é um cereal maioritário nas dietas de suíno, mas pode ser usada de forma eficiente com algumas limitações. Este cereal é altamente palatável para todos os tipos e idades de porcos, mas o baixo conteúdo em energia quando comparado com outros grãos de cereal fazem dele menos escolhido na hora de formular dietas em suínos. Por outro lado, a aveia é uma fonte de vários compostos que possuem actividade antioxidante, como a vitamina E (tocóis), ácido fítico, compostos fenólicos e avenantramidas. O objectivo deste estudo foi comparar o potencial antioxidante de um subproduto da aveia com o efeito da vitamina E na estabilidade oxidativa da carne de porco de animais alimentados com uma dieta enriquecida com óleo de linhaça. Trinta e quatro machos castrados cruzados foram alimentados individualmente desde os 39 aos 109 kg de peso corporal (PV) com uma das quatro dietas: uma dieta controlo com base em cevada, triticale e soja (Dieta C), uma dieta que continha um subproducto da aveia (Dieta O), e as mesmas dietas suplementadas com vitamina E (100 mg/kg alimento) (Dietas CE e OE, respectivamente). O subproduto da aveia, o qual compreendia a casca e a sêmea, foi incluido a 10 e a 20% nas dietas de engorda e acabamento, respectivamente. Nas dietas O e OE foi adicionado óleo refinado de colza para igualar o conteúdo de energia com as dietas C e CE.
Comparado com as dietas C e CE, a inclusão do subproducto de aveia nas dietas O e OE incrementou a capacidade antioxidante dos compostos hidrolíticos e lipolíticos. O tratamento dietético não teve nenhuma influência nos rendimentos de crescimento, valor ao abate, qualidade do músculo longissimus dorsi (LD) medido pelo conteúdo de nutrientes, pH, perdas por exsudação nem na cor. A suplementação com vitamina E incrementou as concentrações de alfa-tocoferol no soro e carne (P < 0,01) e diminuiu a formação das substâncias reactivas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) no LD fresco e armazenado (P < 0,01). Além disso, as dietas com o subproducto de aveia incrementaram a concentração sérica de alfa-tocoferol (P < 0,01) e diminuiu os níveis de TBARs no LD fresco e armazenado, sem incrementar a concentração de alfa tocoferol no músculo.
Os resultados obtidos indicam que os compostos fenólicos presentes nos subprodutos da aveia tém um potencial antioxidante considerável e um efeito benéfico no organismo do porco e na estabilidade oxidativa da carne. No entanto, a inclusão na dieta de subproductos de aveia não foi tão eficiente como a suplementação com vitamina E.
W Sobotka, M Flis, Z Antoszkiewicz, K Lipiski, Z Zduczyk. Effect of oat by-product antioxidants and vitamin E on the oxidative stability of pork from pigs fed diets supplemented with linseed oil. 2012. Archives of Animal Nutrition, 66(1):27-38.