Os porcos têm uma capacidade limitada para utilizar o fósforo fítico devido à baixa actividade da fitase endógena. É por isso que para alcançar os níveis de P recomendados costumam ser utilizadas fontes de fósforo inorgânico nas dietas dos suínos. De qualquer modo, a elevada excreção de fósforo fítico contribui para a contaminação meio-ambiental, de modo que é necessário desenvolver estratégias nutricionais que melhorem a bio-disponibilidade destes minerais. Por outro lado, os fitatos podem formar sais insolúveis com diversos catiões como Ca, Zn, Mg e Cu, diminuindo a disponibilidade destes e aumentando a excreção no chorume. Foram realizadas duas experiências (Exp.) para avaliar o efeito da adição de fitase microbiana em dietas com baixo conteúdo em fósforo total (tP). Foram utilizadas três dietas experimentais: dieta controlo (C) com 5,8 g tP/kg sem fitase e duas dietas baixas em tP (4.5 g tP/ kg) sem fitase (LP-) ou com 500 FTU/kg de fitase microbiana (LP+).
Na Exp. 1 foi avaliada a digestibilidade fecal aparente dos nutrientes e o balanço de N, P, Ca, Mg, Cu e Zn. Neste estudo foram utilizados 9 machos castrados (Large White x Landrace) com 47,8 ± 2,4 kg de peso vivo que foram alojados individualmente em jaulas metabólicas e cada dieta rodou três vezes, de acordo com o desenho em quadrado latino 3x3. A suplementação com fitase resultou numa maior digestibilidade do P, Ca, Mg e Cu e retenção de P e Cu, o qual leva à diminuição na excreção para o meio ambiente de 39% e 33%, para o P e Cu, respectivamente.
A Exp. 2 foi realizada para determinar o efeito da suplementação de fitase em dietas com baixo conteúdo em P sobre os rendimentos produtivos e as concentrações tecidulares de minerais em porcos de crescimento. Para este estudo foram utilizados um total de 153 machos inteiros (Large White x Landrace) com 31,5 ± 0,67 kg de peso vivo. Nesta experiência, a suplementação com fitase melhorou o consumo médio diário e o peso final produzido, relativamente aos animais alimentados com a dieta reduzida em tP durante a engorda. Os tratamentos experimentais não afectaram nem a actividade da fosfatase alcalina nem a concentração plasmática de Ca (P > 0.05), mas o fósforo inorgânico plasmático foi superior nos porcos alimentados com a dieta LP+, relativamente aos alimentados com LP-. Além disso, a concentração de cinzas no osso, a resistência à rotura e a concentração de muitos dos minerais analisados no osso metacarpiano foram afectados pela suplementação de fitase, excepto por um incremento na concentração de Mg. Somente foram observados efeitos da adição da fitase sobre o incremento da concentração de Zn no pâncreas dos porcos alimentados com LP+.
Em conclusão, sob as condições deste estudo, a suplementação com fitase melhorou o rendimento produtivo e a digestibilidade da maioria dos minerais estudados. O P e Cu foram os minerais provavelmente mais afectados pela adição da fitase, incrementando a sua retenção, o qual representou uma diminuição na excreção para o meio.
J. Madrid, S.Martínez, C.López, F.Hernández (2013). Effect of phytase on nutrient digestibility, mineral utilization and performance in growing pigs. Livestock Science 154; 144–151.
http://dx.doi.org/10.1016/j.livsci.2013.03.003