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Os leitões com baixo peso à nascença tendem a ter um crescimento mais lento e menos eficiente do que os seus companheiros de ninhada com peso normal à nascença. Consequentemente, os leitões com baixo peso à nascença necessitam de um período de crescimento mais longo para atingirem pesos de abate equivalentes aos dos leitões com peso normal à nascença. Além disso, no abate, os leitões com baixo peso à nascença têm normalmente uma percentagem de carne magra inferior à dos leitões com peso normal à nascença. Em termos práticos, os leitões com baixo peso à nascença são normalmente criados por adoção ou alimentação individual desde o nascimento até ao abate. Esta prática pode resultar em carcaças com um teor de gordura mais elevado e um aumento da gordura intramuscular em comparação com os leitões com peso normal à nascença. As observações indicaram que os leitões de baixo peso à nascença alimentados com uma dieta rica em gordura são susceptíveis de desenvolver resistência à insulina. A inclusão de produtos lácteos na dieta de leitões com baixo peso à nascença pode oferecer uma solução potencial para atenuar as consequências metabólicas relacionadas com a resistência à insulina nos leitões. Este estudo investigou a forma como as diferenças de peso à nascença dos leitões afectavam as características da carcaça e das fibras musculares, bem como a qualidade da carne no abate.
Métodos: Nas ninhadas, os leitões foram agrupados de acordo com o peso à nascença como normal (1,62-1,73 kg) ou baixo (1,18-1,29 kg). Às 5 semanas de idade, os leitões com peso normal à nascença foram aleatoriamente distribuídos por dietas de controlo ou isocalóricas ricas em gordura de origem não láctea, enquanto os leitões com baixo peso à nascença foram aleatoriamente distribuídos por dietas ricas em gordura de origem não láctea ou láctea. Os leitões foram criados em celas individuais, em condições normalizadas de alojamento e alimentação. O peso vivo foi registado semanalmente e os porcos foram abatidos às 12 semanas de idade.
Resultados: Os resultados indicaram que os porcos com baixo peso à nascença compensaram o seu peso vivo em comparação com os porcos com peso normal à nascença às 6 semanas de idade. O diâmetro médio das fibras musculares dos leitões com baixo peso à nascença suplementados com gordura láctea foi significativamente superior ao do grupo de controlo de leitões com peso normal à nascença e ao do grupo de leitões com peso normal à nascença suplementados com gordura não láctea, e o diâmetro das fibras musculares do tipo I foi significativamente superior ao do grupo de controlo de leitões com peso normal à nascença. A inclusão de gordura láctea na dieta de leitões com baixo peso à nascença reduziu a espessura de gordura dorsal da carcaça. Este facto aumentou o rendimento calculado de carne magra, que passou a ser comparável ao dos leitões com peso normal à nascença alimentados com uma dieta comercial.
Conclusão: A incorporação de gordura láctea elevada na dieta de leitões com baixo peso à nascença parece ser uma estratégia eficaz para produzir carcaças equivalentes às dos leitões com peso normal à nascença.
Roy BC, Coleman P, Markowsky M, Wang K, She Y, Richard C, Proctor SD, Bruce, HL. Muscle fiber, connective tissue and meat quality characteristics of pork from low birth weight pigs as affected by diet-induced increased fat absorption and preferential muscle marbling. Food Science of Animal Resources. 2024; 44(1): 51. https://doi.org/10.5851/kosfa.2023.e56