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O excesso ou deficit de proteína durante a gestação afecta a morfologia e o desenvolvimento do leitão.

O nível de proteína durante a gestação afecta o desenvolvimento fetal do leitão.

29 Novembro 2012
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A nutrição inadequada no útero pode retardar o crescimento e mudar a fisiologia e o metabolismo do organismo de forma permanente. Um baixo peso ao nascimento resultado de um atraso no crescimento intrauterino (ACIU) é um problema importante na produção suína. O desequilíbrio nutricional das porcas durante a gestação devido a um deficit ou excesso na ingestão de energia e/ou proteína ou outros nutrientes essenciais pode afectar de forma permanente o desenvolvimento fetal e resultar em ACIU ou em problemas de obesidade. Este estudo investigou se uma menor ingestão de proteína (50%) ou maior (250%) que as necessidades nutricionais durante a gestação afecta de forma diferenciada a composição corporal e as propriedades do músculo esquelético e tecido adiposo subcutâneo (TASC) da descendência. As porcas primíparas foram alimentadas com dietas isoenergéticas as quais continham um nível adequado (22NA), (22NH) ou baixo (19NB) de proteína. A morfologia, a análise bioquímica, histológica e molecular do corpo e do TASC dos músculos semitendinoso, longisimus e biceps femoral foram examinados em leitões recém nascidos (n=166) e em leitões desmamados com adopção cruzada nas porcas alimentadas com uma dieta standard (dia28;n=83).

A diminuição do peso ao nascimento (PN) obtida em resposta às dietas NH e NB (P<0,01) resultou de uma diminuição de todos os constituintes corporais em NB e principalmente na redução na gordura corporal nos leitões NH (P<0,05). Considerando o PN dentro da mesma ninhada, os leitões NH tiveram maior percentagem de tecido muscular (P<0,05) que os leitões NB. Menos TASC nos leitões NH e NB como resultado do menor número (P<0,05) mas não do tamanho dos adipócitos. A dieta NB afectou de forma adversa a miogênese e diferenciação muscular provocada por um menor (P<0,01) número de miofibrilhas primárias e secundárias, menor actividade da creatinaquinase (P<0,05), menor IGF2 mRNA (P<0,10) e uma maior expressão de miosinas embrionárias de cadeia pesada (P<0,01). A recuperação do crescimento dos leitões NB mas não nos NH até ao dia 28 aumentou a gordura corporal (P=0,01). Apesar do crescimento compensatório do músculo nos leitões NB, manteve-se o deficit no número de miofibrilhas.

Um ambiente intrauterino pouco adequado quer por excesso quer por escassez no aporte de proteína na dieta atrasa o crescimento fetal, mas só um aporte limitado de proteína prejudica a miogênese, restringe o potencial de crescimento muscular persistentemente e favorece a obesidade nas primeiras idades.

C Rehfeldt, L Lefaucheur, J Block, B Stabenow, R Pfuhl, W Otten, CC Metges, C Kalbe. Limited and excess protein intake of pregnant gilts differently affects body composition and cellularity of skeletal muscle and subcutaneous adipose tissue of newborn and weanling piglets. 2012. European Journal of Nutrition, 51:151-165. http://dx.doi.org/10.1007/s00394-011-0201-8

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