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Efeitos uso de resíduos alimentares sobre a qualidade da carne de porco

O objectivo deste estudo foi avaliar a qualidade da carne e o perfil de ácidos gordos em porcos na fase de crescimento e de engorda alimentados com um alimento digerido enzimaticamente.

26 Julho 2018
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O uso de sub-produtos pode diminuir os custos de alimentação.

Estudos anteriores revelaram que os restos alimentares digeridos enzimaticamente (frutas, vegetais, carne e produtos lácteos) contêm mais de 20% de gordura em forma de MS. Ainda que os altos conteúdos em gordura neste produto possam beneficiar os porcos em crescimento e ao início da fase de engorda, podem não beneficiar os porcos que se encontram nas fases finais de engorda.

Portanto, o objectivo deste estudo foi avaliar a qualidade da carne e o perfil de ácidos gordos em porcos na fase de crescimento e de engorda alimentados com um alimento digerido enzimaticamente.

Um total de 56 porcos cruzados (32,99 kg peso corporal) foram aleatoriamente atribuídos a um dos dois tratamentos dietéticos: dieta a base de milho e farinha de soja como controlo ou dieta líquida produzida através da digestão enzimática de restos alimentares complementados com uma pré-mistura de vitaminas e minerais.

Todas as dietas atenderam às estimativas actuais de exigências nutricionais de suínos em crescimento e engorda, com base no NRC (2012). O programa de alimentação foi dividido em 3 fases: 1) d 0 a 28; 2) d 28 a 53; e 3) d 53 a 79. Nas fases 1 e 2, os porcos foram alimentados com a dieta controlo ou a dieta líquida, enquanto durante a fase 3 todos os porcos foram alimentados com a dieta controlo. No final do estudo, um porco foi abatido por parque, o músculo longissimus (LM) foi retirado da parte de trás da décima costela para medir a qualidade da carne após 24 horas de arrefecimento e amostras de gordura foram recolhidas para medir os perfis de ácidos gordos.

A alimentação líquida tendeu a diminuir a firmeza subjetiva (2,43 vs. 2,86), mas não afectou o pH, o marmoreado e a cor alvo L *, a * e b * da ML. Nas amostras de gordura dorsal, os níveis de ácido pentadecanóico, ácido margarico, ácido miristoleico, ácido palmitoleico, ácido oleico, ácido vacénico, ácido gondóico, EPA e DHA foram maiores em porcos alimentados com dieta líquida em relação aos porcos alimentados com a dieta controlo. Por outro lado, a dieta controlo aumentou o ácido palmítico, o ácido araquídico, o ácido linoléico, o ácido linolénico e o ácido eicosadienoico na gordura dorsal em comparação com a alimentação líquida.

Em conclusão, a alimentação de alimentos enzimaticamente digeridos para porcos em crescimento e início de engorda não afecta a qualidade da carne e pode melhorar os produtos de carne, proporcionando-lhes ácidos gordos mais benéficos para os consumidores de carne de porco.

Jinno, C., Morash, D., Liu, Y. 2018. 328 Utilization of Enzymatically Digested Food Waste in Growing-Finishing Pigs. 2. Meat Quality and Fatty Acid Profiles. Journal of Animal Science, 96(2),176–177. https://doi.org/10.1093/jas/sky073.325

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