Compreender a forma de transmissão do vírus da peste suína africana (PSA) é essencial para minimizar a propagação do vírus durante um surto. O vírus da PSA pode sobreviver durante períodos prolongados em produtos animais, cadáveres e no meio ambiente. Se bem que o genoma do vírus pode ser detectado nas redondezas de explorações afectadas, os dados sobre a sobrevivência do vírus no solo são escassos. Neste estudo foram investigadas diferentes matrizes de solo inoculadas com sangue de javalis positivos ao vírus da PSA para averiguar se o vírus permanece infecioso no solo que se encontra debaixo de cadáveres infectados.
Como era de esperar, o genoma do vírus da PSA foi detectado durante todo o período de amostragem. O pH do solo, a estrutura e a temperatura ambiente influenciaram a estabilidade do vírus da PSA. O vírus com capacidade infecciosa foi encontrado em amostras de areia estéril durante pelo menos três semanas, de areia de praia até duas semanas, de terra de jardim durante uma semana e de terreno pantanoso durante três dias. O vírus não foi recuperado de solos florestais ácidos. Todas as experiências com adição de ácido cítrico ou hidróxido de cálcio resultaram numa inactivação completa.
Em conclusão a capacidade infectiva do vírus da PSA, é muito baixa em solos florestais ácidos, mas bastante alta em solos arenosos. No entanto, dado a alta variabilidade, deve ser considerado o tratamento dos pontos de recolhida de cadáveres com desinfectantes.
Carlson J, Fischer M, Zani L, Eschbaumer M, Fuchs W, Mettenleiter T, Beer M, Blome S. Stability of African Swine Fever Virus in Soil and Options to Mitigate the Potential Transmission Risk. Pathogens. 2020; 9(11): 977. https://doi.org/10.3390/pathogens9110977