O vírus da Diarreia Epidémica Suína (DESV) disseminou-se rapidamente após o seu diagnóstico nos EUA em Abril de 2013. Pese a que a infecção por DESV entre porcos se produza basicamente por via fecal-oral, suspeitou-se de uma possível transmissão aerógena de DESV entre explorações devido à rápida disseminação regional da doença, mas todavia não se pôde demonstrar. Baseando-nos na hipótese de que as particulas de DESV poderiam estar suspensas no ar e permanecer infecciosas, o nosso objectivo foi determinar se poderia detectar-se o DESV infeccioso em amostras de ar, tanto em condições experimentais como de campo.
Recolheram-se amostras de ar de uma sala que continha porcos contaminados experimentalmente e a várias distâncias no exterior de explorações que estavam a ter surtos agudos de DESV. As recolhas de amostras de ar foram feitas a favor do vento, entre 0,006 e 15 milhas (9,6 m a 24,14 km) de cada uma das explorações, começando pelas distâncias mais longínquas todos os dias. Foram recolhidas um total de 62 amostras, que se armazenaram em gelo seco e se enviaram ao UMN VDL para analisar a presença de DESV mediante RT-PCR. Para determinar a infectividade das amostras de ar, realizou-se um bio-ensaio que consistia em inocular os leitões susceptíveis com as amostras de ar.
Os resultados indicaram a presença de DESV infeccioso no ar procedente dos porcos infectados experimentalmente e detectou-se material genético de DESV nas amostras das explorações infectadas até 10 milhas a favor do vento. As amostras controlo foram negativas. Os porcos infectados com as amostras de ar tiveram uma diarreia entre moderada e severa, com uma contagem fecal de cópias/mL de RNA que oscilava entre 3,96 × 1010 e 7,57 × 1010 (o valor Ct variou entre 15 e 16).
A transmissão aerógena deve-se considerar como uma via potencial para a disseminação de DESV.
C Alonso, DP Goede, RB Morrison, PR Davies, A Rovira, DG Marthaler and M Torremorell. Evidence of infectivity of airborne porcine epidemic diarrhea virus and detection of airborne viral RNA at long distances from infected herds. Veterinary Research 2014, 45:73 doi:10.1186/s13567-014-0073-z