Desde a sua chegada ao Cáucaso e Rússia, em 2007, o vírus da Peste Suína Africana (PSA) tem-se propagado amplamente e afecta agora países da UE como Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia, República Checa e Roménia. A evidência cada vez maior de javalis seropositivos em certas áreas sugere que alguns animais conseguem sobreviver por algum tempo ou até recuperar da doença. Isto poderá ser devido à imunidade adquirida depois da infecção primária e/ou à presença de vírus de virulência reduzida.
Para avaliar essas hipóteses, foram estudadas in vivo duas estirpes de campo do vírus PSA da Estónia em dois grupos de porcos domésticos.
Após um periodo de incubação de 4 ± 1,6 dias, os porcos inoculados intramuscularmente com a estirpe Es15/WB-Tartu 14 PPA (grupo 2) desenvolveram sinais clínicos associados à doença aguda e sucumbiram 7 a 11 dias depois da infecção (dpi) enquanto que os porcos inoculados com Es15/WB-Valga-14 PPA (grupo 1) tiveram maiores tempos de incubação (8 dias) que os do grupo 2 e desenvolveram sinais clinícos variáveis, lesões compatíveis com formas subagudas e crónicas da PSA e sucumbiram à doença aos 11 a 25 dpi. Os porcos em contacto com os dois grupos foram infectados entre 7 a 14 dias após a exposição e apresentaram manifestações clínicas variáveis e estados patológicos que variaram de doença aguda a doença crónica. Dois animais por grupo recuperaram completamente após a infecção e permaneceram protegidos contra a exposição subsequente a um vírus homólogo realizada a 78 dpi..
Sob condições experimentais, não houve transmissão dos sobreviventes para os porcos sentinela presentes, alojados em conjunto com os sobreviventes, 137 dias após a infecção primária.
Gallardo C., Nurmoja I., Soler A., Delicado V., Simón A., Martin E., Perez C., Nieto R., Arias M. Evolution in Europe of African swine fever genotype II viruses from highly to moderately virulent.Veterinary Microbiology 219 (2018) 70–79. https://doi.org/10.1016/j.vetmic.2018.04.001