Com o objectivo de determinar os factores de risco associados ao desenvolvimento de coxeiras em porcas durante os primeiros dias do alojamento em grupo, com especial atenção às condições dos alojamentos, maneio e agressões após a mistura, realizou-se um estudo longitudinal em 15 explorações suinícolas seleccionadas ao acaso. As explorações foram visitadas imediatamente antes e entre os três e cinco dias após a transferência das porcas para a unidade de gestação em grupo. Durante as visitas avaliaram-se as dimensões e qualidade do meio ambiente dos alojamentos e anotaram-se dados para cada porca (n=810) sobre locomoção, condição corporal, lesões na pele e sujidade. A informação sobre as instalações e maneio obteve-se mediante um questionário.
A incidência média de coxeiras para cada exploração foi de 13,1% (0 - 27,3). As porcas com mais de 10% do corpo coberto com esterco apresentaram um aumento do risco de desenvolver coxeiras (OR = 2,33, P = 0,001). Um aumento do espaço disponível de 1,8 m² para 3 m² (OR = 0,40, P = 0,03) e do tamanho das explorações de 144 para 750 porcas (OR = 0,71, P = 0,02) diminuiu o risco de desenvolvimento de coxeiras. Nem o grau de agressividade, indicado pelas lesões na pele, nem as características do solo influenciaram o desenvolvimento das coxeiras.
Estes resultados indicam que as coxeiras não se vêem aumentadas pelas agressões após a mistura de animais e que as porcas podem ver-se beneficiadas por uma superfície maior. Torna-se necessário realizar mais estudos para definir a quantidade de espaço óptima para evitar as coxeiras nas porcas bem como para investigar os factores influentes da associação entre a sujidade da porca e o tamanho das explorações, por um lado, e o desenvolvimento de coxeiras por outro.
Pluym L., Van Nuffel A., Van Weyenberg S., Maes D. Risk factors for lameness development in sows within the first days of group-housing. 6th European Symposium of Porcine Health Management. 2014.