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Aparecimento do mecanismo de resistência à colistina mediado por plasmídeos

Durante um projecto de vigilância rotineiro sobre a resistência aos antimicrobianos na Escherichia coli comensais procedentes de animais destinados ao consumo na China, foi observado um importante aumento da resistência à colistina.

8 Dezembro 2015
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Até agora, a resistência à polimixina estava relacionada com mutações cromossómicas e nunca tinha sido referido que se produzia através da transferência horizontal de genes. Durante um projecto de vigilância rotineiro sobre a resistência aos antimicrobianos na Escherichia coli comensais procedentes de animais destinados ao consumo na China, foi observado um importante aumento da resistência à colistina. Quando uma estirpe de E coli, SHP45, com resistência à colistina que poderia ter sido transferida para outra estirpe, foi isolada de um porco, foi realizada uma análise mais detalhada da possível resistência à polimixina mediada por plasmídeos. Neste estudo, é referido o aparecimento do primeiro mecanismo de resistência à polimixina mediada por plasmídeos, MCR-1, em Enterobacteriaceae.

Métodos

gen mcr-1 na estirpe E coli SHP45 foi identificado através da sequenciação e sub-clonagem de todo o plasmídeo. A prevalência de mcr-1 foi investigada em estirpes de E coli e Klebsiella pneumoniae recolhidas de cinco províncias entre Abril de 2011 e Novembro de 2014. A capacidade do MCR-1 para conferir resistência à polimixina in vivo foi examinada num modelo de infecção da coxa de ratos.

Descobertas

A resistência à polimixina foi devida apenas ao gen mcr-1 mediado por plasmídeos. O plasmídeo portador de mcr-1 foi mobilizado para um receptor E coli com uma frequência de 10−1 a 10−3 células por célula receptora mediante conjugação e foi mantido em K pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa. Num modelo in vivo, a produção de MCR-1 invalidava a eficácia da colistina. A MCR-1 é um membro da família do enzima fosfoetanolamina transferase, com expressão em E coli dando como resultado a adição de fosfoetanolamina ao lípido A. Foi observada mcr-1 em isolados de E coli recolhidos de 78 (15%) de 523 amostras de carne crua e 166 (21%) de 804 animais durante 2011–14 e 16 (1%) de 1322 amostras de pacientes hospitalizados com infecção.

Interpretação

O aparecimento de MCR-1 mostra a resistência mediada por plasmídeos à poliximina. Ainda que actualmente esteja limitada à China, é provável que MCR-1 imite outros mecanismos de resistência global como o NDM-1. As descobertas obtidas neste estudo destacam a urgente necessidade de uma acção coordenada a nível mundial na luta contra as bactérias Gram-negativas pan-resistentes.

Emergence of plasmid-mediated colistin resistance mechanism MCR-1 in animals and human beings in China: a microbiological and molecular biological study. Liu, Yi-Yun et al. The Lancet Infectious Diseases. Published Online: 18 November 2015. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S1473-3099(15)00424-7

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