A eficácia dos métodos de biossegurança para evitar a transmissão de Diarreia Epidémica Suína (DESV) através do pessoal da exploração ou de fómites contaminados é pouco conhecida.
Este estudo foi realizado para avaliar a eficiência dos procedimentos de biossegurança dirigidos a minimizar a transmissão através do pessoal seguindo diferentes protocolos de biossegurança utilizando um meio experimental controlado.
Foi detectado o ARN de DESV a partir de zaragatoas retais de porcos infectados experimentalmente (INF) e centinela através de rRT-PCR. A eliminação do vírus nos porcos INF alcançou o máximo no dia 1 após a infecção (dpi) e os níveis de ARN viral permaneceram elevados a 19 dpi. Os porcos centinela no grupo de biossegurança baixa (LB) tornaram-se DESV positivos após o primeiro movimento do pessoal do grupo INF. No entanto, as zaragatoas retais dos porcos nos grupos com biossegurança média (MB) e alta biossegurança (HB) foram negativas durante os 10 dias consecutivos de movimentos e mantiveram-se negativas durante os 24 dias após o movimento (dpm), ao terminar o primeiro ensaio. O ARN viral foi detectado do 1 dpm ao 3 dpm no equipamento de protecção individual (PPE) do pessoal de LB. Além disso, a 1 dpm, 2 zaragatoas de cabelo/cara do pessoal de MB foram positivas. No entanto, não foi detectada transmissão do vírus. Todas as zaragatoas de fómites do pessoal do estudo do grupo HB foram negativas.
Estes resultados indicam que a transmissão indirecta do DESV através dos equipamentos de protecção individual contaminados se produz rapidamente (em 24 h) em condições controladas. São recomendados procedimentos de biossegurança, tais como mudar estes equipamentos de protecção pessoal, lavar as zonas da pele expostas ou tomar duche, já que parecem ser uma opção eficiente para reduzir o risco de transmissão de DESV entre grupos de porcos.
Yonghyan Kim, My Yang, Sagar M. Goyal, Maxim C-J. Cheeran and Montserrat Torremorell; Evaluation of Biosecurity Measures to Prevent Indirect Transmission of Porcine Epidemic Diarrhea Virus; BMC Veterinary Research (2017) 13:89 DOI 10.1186/s12917-017-1017-4