Durante a última década, a Peste Suína Africana (PSA) propagou-se desde a região do Cáucaso para os países da União Europeia Oriental afectando as populações de porcos domésticos e javalis.
Com o objectivo de evitar o contágio da PSA, foram estabelecidas medidas dirigidas a ambas as populações. No entanto, apesar destes esforços, foi relatada a presença de PSA em treze países diferentes (Geórgia, Azerbeijão, Arménia, Federação Russa, Ucrânia, Bielorrússia, Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia, Moldávia, República Checa e Roménia)*. Na ausência de vacina ou tratamento efectivos para a PSA, a introdução e propagação desta doença nas explorações suínas domésticas apenas pode ser prevenida através do estrito cumprimento das medidas de controlo.
Este estudo reviu sistematicamente as medidas disponíveis para prevenir a propagação da PSA no sector suíno doméstico da UE, distinguindo entre explorações comerciais, não comerciais e ao ar livre. Foram seleccionados um total de 52 documentos para o processo de revisão final, que incluiu artigos científicos, relatórios, documentos da UE e recomendações oficiais, entre outros. A partir desta revisão da literatura, foram identificadas 37 medidas como medidas preventivas para a introdução e propagação de PSA. Posteriormente, estas medidas foram avaliadas por peritos em PSA pela sua relevância no controlo da propagação da PSA nos três tipos de explorações mencionadas.
Todos os peritos estiveram de acordo em que algumas das medidas preventivas importantes para os três tipos de explorações eram:
identificação dos animais e registos da exploração;
aplicação estrita da proibição de alimentar os animais com restos de comida;
contenção dos porcos, com o objectivo de não permitir o contacto directo ou indirecto entre si ou com javalis.
Outras medidas preventivas importantes para todas as explorações foram a formação dos produtores pecuários, trabalhadores e colaboradores, eliminação de contacto entre trabalhadores da exploração e porcos externos, eliminação apropriada dos cadáveres e dos restos de comida, eliminação adequada dos chorumes e dos animais mortos e abstenção de realizar actividades de caça durante as 48 h anteriores ao contacto com porcos domésticos. Finalmente, todos os peritos identificaram que as medidas preventivas de importância para explorações não comerciais e ao ar livre são melhorar o acesso deste tipo de explorações aos veterinários e serviços sanitários.
*Também foram notificados casos na Hungria.
Jurado C, Martínez-Avilés M, De La Torre A, Štukelj M, de Carvalho Ferreira HC, Cerioli M, Sánchez-Vizcaíno JM, Bellini S; Relevant Measures to Prevent the Spread of African Swine Fever in the European Union Domestic Pig Sector; Front Vet Sci. 2018 Apr 16;5:77. doi: 10.3389/fvets.2018.00077. eCollection 2018. PMID: 29713637 PMCID: PMC5912175 DOI: 10.3389/fvets.2018.00077