Investigadores da Universidade de Sheffield (Reino Unido) e da Universidade de Murcia (Espanha) realizaram um estudo sobre a modulação do transcriptoma oviductal por parte dos espermatozóides portadores do cromossoma X ou Y.
Durante o estudo as porcas foram inseminadas com esperma portador apenas do cromossoma sexual X ou apenas do Y nos oviductos, utilizando a inseminação laparoscópica bilateral e foi observado como, efectivamente, os espermatozóides provocavam respostas transcriptómicas próprias para cada sexo. A análise de microarray revelou que 501 foram alterados no oviducto em presença de espermatozóides portadores do cromossoma Y em comparação com a presença de espermatozóides portadores do cromossoma X. Destas 501 transcrições, 230 (45,9%) foram sobrerreguladas quando os espermatozóides portadores do cromossoma Y estavam presentes no oviducto. Estes dados mostram que, no oviducto, apareceram respostas imunitárias locais específicas para cada tipo de esperma. Além disso, qualquer dos tipos de espermatozóides deu lugar a sinais de transducção específicos para cada sexo pelas células do oviducto.
Os dados deste estudo sugerem que o oviducto funciona como um sensor biológico perante os espermatozóides e responde mediante a modificação do ambiente do oviducto. A hipótese é que poderá existir um mecanismo de diferenciação de género controlado pela fêmea.
Carmen Almiñana, Ignacio Caballero, Paul Roy Heath, Saeedeh Maleki-Dizaji, Inmaculada Parrilla, Cristina Cuello, Maria Antonia Gil, Jose Luis Vazquez, Juan Maria Vazquez, Jordi Roca, Emilio Arsenio Martinez, William Vincent Holt and Alireza Fazeli. The battle of the sexes starts in the oviduct: modulation of oviductal transcriptome by X and Y-bearing spermatozoa. BMC Genomics 2014, 15:293 doi:10.1186/1471-2164-15-293