A qualidade da carne de porco pode ser afectada, em grande medida, pelo conteúdo de gordura intramuscular (GRIN) e a sua composição em ácidos gordos (AG) no músculo esquelético.
Este estudo foi realizado para investigar se a lisina dietética, a diferentes níveis, poderá afectar o conteúdo GRIN e a sua composição de AG no músculo longissimus no final da engorda. Para isso, foram utilizados nove porcos castrados (94,4 ± 6,7 kg de peso corporal) que foram distribuídos aleatoriamente em três tratamentos dietéticos (3 porcos/ tratamento). Foram formuladas três dietas baseadas em farinha de milho e farinha de soja para cumprir com as recomendações NRC (2012) para porcos no final da engorda com excepção do conteúdo de lisina, que foi 0,43, 0,71 e 0,98% para as dietas 1 (deficientes em lisina), 2 (lisina adequada) e 3 (excesso de lisina), respectivamente. Durante o ensaio (5 semanas), foi dado acesso ad libitum às suas respectivas dietas e água. No final do ensaio, os porcos foram abatidos e recolheram-se amostras de tecido muscular da porção média (entre a 10ª e a 12ª costelas) do longissimus dorsi. Os ácidos gordurosos nas amostras foram derivatizados diretamente e medidos usando um método de cromatografia gasosa.
O conteúdo de FMI do músculo longissimus, calculado como AG total, aumentou com a diminuição do conteúdo de lisina na dieta (da Dieta 3 à Dieta 1). O nível de lisina na dieta não afectou as percentagens totais ou individuais de AG saturados, excepto o ácido esteárico (C18: 0), que tendeu a ser reduzido com a Dieta 1. Em termos de AG insaturados, as percentagens de ácido oleico (C18: 1 n-9) e o total de mono-insaturados foram maiores, enquanto que o ácido linolénico (C18: 3 n-3) foi menor nos porcos alimentados com Dieta 1 que para os da Dieta 2.
Estes resultados sugerem que o conteúdo de GRIN do músculo longissimus em porcos de acabamento pode aumentar com um nível reduzido de lisina na dieta durante o final da engorda. O nível de lisina na dieta também pode alterar as proporções de AG, especialmente os mono-insaturados, que melhoram os valores nutritivos do porco e a qualidade da carne. No entanto, é necessária investigação adicional para estudar se o uso transitório para uma dieta deficiente em lisina pode melhorar a qualidade da carne de porco através da alteração do conteúdo de GRIN e a sua composição de AG sem comprometer o rendimento dos porcos na sua fase final.
Wang, T., Hasan, M. S., Crenshaw, M. A., Sukumaran, A. T., Dinh, T., and Liao, S. F. (2017). 099 Effect of dietary lysine on the skeletal muscle intramuscular fat content and fatty acid composition of late-stage finishing pigs. Journal of Animal Science, 95(supplement2), 46-47. https://doi: 10.2527/asasmw.2017.099