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O consumo de proteína afecta a energia em porcos em fase acabamento

Para a correcta previsão da energia neta em porcos em fase de acabamento deve ser considerado o valor energético da proteína da dieta.

16 Julho 2013
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O objectivo deste estudo foi avaliar o efeito do nível de alimentação e do nível de proteína na dieta quanto à energia metabolizável (EM) e à energia neta (EN) de rações para porcos de acabamento. Mudando o nível de alimentação, ou seja, alimentação restringida vs. ad libitum poderia ser alterado o rácio de proteína-deposição lipídica, já que a proteína e a deposição de lípidos diferem na sua eficiência energética. A eficiência na retenção de energia pode mudar e, por isso, afectar o valor de EN da dieta. Vinte e quatro porcos castrados, distribuídos em dois blocos, foram alojados em 12 currais individuais e alimentados ad libitum (AL) ou restringidos (AR), com um nível de alimentação de duas vezes EM para manutenção (458 KJ/kg0.75), entre os 55 e 95 kg de peso. Entre estes níveis de alimentação, os animais receberam uma dieta baixa em proteína (BP; 11,2% PB, 0,61% lisina) ou alta em proteína (AP; 20,2% PB, 0,61% lisina), com dietas formuladas com um conteúdo em energia digestível semelhante e com uma distribuição aleatória com um desenho “cross-over”. A EN da dieta foi calculada a partir da produção de calor baseando-se na calorimetria indirecta durante 24 h, seguida de um periodo de 7 d de balanço de azoto. O balanço de azoto foi feito através de uma recolha quantitativa de fezes e urina.

Os resultados mostraram como o consumo foi melhor para AP que para BP quando foi ad libitum (P = 0,001). O nível de proteína não afectou o ganho diário, embora a dieta AP tenha melhorado o índice de conversão (P = 0,003). A experiência também demonstrou que a EM e EN não foram alteradas pelo nível de alimentação mas diminuíram quando o conteúdo em proteína aumentou. Reduzindo o nível de proteína foram reduzidas as perdas de energia através da urina e aumentou a retenção de energia mas a produção de calor não foi afectada. O efeito da restrição de proteína na dieta foi evidente no nível de EM e manteve-se num nível similar para o nível de EN já que a utilização da EM não foi afectada pelo nível de proteína da dieta. A EM e a EN da dieta diminuiram 0,012 MJ/kg (P = 0,014) e 0,018 MJ/kg (P = 0,062), respectivamente, por cada grama por dia de N ingerido.

Estes resultados sugerem que, mesmo que tenha havido um efeito do nível de proteína sobre a EN, o maior efeito foi produzido a nível da EM. No entanto, a previsão de EM e EN pode ser melhorada tendo em conta um valor de energia para a proteína da dieta que se pode alterar com o conteúdo da mesma.

Moehn, S., Levesque, C. L. and Ball, R. O. (2013) Protein intake but not feed intake affects dietary energy for finishing pigs. Journal of Animal Physiology and Animal Nutrition. 97: 174-204. DOI: 10.1111/j.1439-0396.2011.01262.x

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