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Papel das matérias primas para rações na transmissão do vírus da peste suína africana

É necessária mais investigação para gerar dados sobre os principais factores que influenciam a sobrevivência e transmissão do vírus da PSA nas matérias-primas para a alimentação animal.

17 Janeiro 2023
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Na Alemanha, o vírus da peste suína africana (PSA) foi detectado pela primeira vez num javali selvagem em Setembro de 2020 no estado federal de Brandenburg, perto da fronteira com a Polónia. Desde então tem vindo a espalhar-se, com mais de 3.960 casos confirmados em javalis e cinco surtos em suínos domésticos (TSIS 2022). A ração tem sido considerada como uma possível fonte de transmissão do vírus da PSA nas explorações suinícolas, mas a estabilidade do vírus na ração e na cama ainda representa uma lacuna de conhecimento a nível europeu e mundial. Foi realizada uma revisão bibliográfica para examinar o papel que diferentes categorias de matérias primas utilizadas na alimentação poderiam desempenhar na transmissão do vírus a suínos domésticos, tendo em conta o efeito do processamento, transporte e armazenamento dos alimentos. A informação disponível foi utilizada para estimar o risco para os porcos domésticos dos diferentes grupos de alimentação no que diz respeito à sua probabilidade de transmissão do vírus.

No caso de subprodutos processados, por exemplo, cereais, bagaços e alimentos compostos para animais, pode assumir-se que o vírus da PSA tem maior probabilidade de ser inactivado durante o processamento. Embora a recontaminação com o vírus possa ocorrer após o processo de fabrico, este cenário é assumido como improvável de acordo com os princípios gerais de higiene e HACCP. Devido à infecciosidade do vírus da PSA e à sua resistência a factores ambientais, a transmissão do vírus às explorações suinícolas não pode ser excluída para certas categorias de matérias primas para a alimentação animal, tais como as não processados fornecidas directamente. Em contraste, a alimentação processada provavelmente não desempenha qualquer papel na transmissão do vírus da PSA. Segundo a literatura, o vírus da PSA pode também permanecer em farinha de sangue e plasma seco por spray após o processamento, no caso muito improvável de ser utilizado sangue ou plasma de suínos domésticos altamente infecciosos.

Em conclusão, a revisão da literatura indicou que é necessária mais investigação para gerar dados sobre os principais factores que influenciam a sobrevivência e transmissão do vírus da PSA nas matérias-primas para a alimentação de suínos durante o processamento e armazenamento.

Kowalczyk J, Barak N, Riede O, Engel AM, Koch F, Spolders M, Blome S, Pieper R. Literature review and qualitative risk assessment on the role of feed materials in African Swine Fever Virus transmission. Berliner und Münchener Tierärztliche Wochenschrift. 2022; 135: 1-9. DOI: 10.2376/1439-0299-2022-3

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