X
XLinkedinWhatsAppTelegramTelegram
0
Leia este artigo em:

Os polisacáridos não amiláceos alteram a abundância de clostridios patógenicos em porcos

Os PNA altamente fermentáveis podem reduzir a carga intestinal de clostrídios patogénicos em porcos.

4 Julho 2013
X
XLinkedinWhatsAppTelegramTelegram
0

É bem sabido que os polisacáridos não amiláceos (PNA) modificam a microbiota intestinal alterando a viscosidade da digesta, tempo de trânsito e a disponibilidade de substrato para a fermentação bacteriana do intestino grosso. Alguns PNA promovem a abundância intestinal de Escherichia coli em porcos. Não obstante, o seu impacto sobre clostrídios patogénicos do tracto digestivo é desconhecido. O presente estudo teve como objectivo determinar a abundância de agentes patogénicos pertencentes aos clusters I e XI de Clostridium em fezes de porcos em crescimento alimentados com quatro dietas semi purificadas que continham 5% de PNA purificados e que se diferenciavam segundo a sua viscosidade e fermentabilidade [celulose pouco fermentável e de baixa viscosidade (CEL); carboximetilcelulose pouco fermentável e de alta viscosidade (CMC); β-glucano de aveia muito fermentável e de baixa viscosidade (BG) e β-glucano de aveia muito fermentável e alta viscosidade (AG)]. Os concentrados de PNA foram incluídos a níveis de 5,20, 6,25, 8,95 e 9,25% para CEL, CMC, BG e AG, respectivamente, para alcançar 5% de PNA puro na dieta. Para isso foram utilizados oito porcos (22 Kg, 7-8 semanas de idade), os quais foram alimentados com uma das quatro dietas num desenho de duplo quadrado latino 4x4 resultando em 8 observações por dieta. Os quatro periodos experimentais consistiram em 10 d de adaptação seguidos por 3 d de recolecção de fezes. Para a quantificação clostrídios patogénicos, os genes de toxicidade foram determinados mediante PCR quantitativa.

A toxina α de Clostridium perfringens foi determinada em fezes de porcos alimentados com dietas com celulose pouco fermentável e carboximetilcelulose mas esteve abaixo do limite de detecção para os alimentados com β-glucanos de aveia de alta fermentabilidade. A toxina C2 de Clostridium botulinum foi maior (P<0,05) com 0,7 a 0,9 unidades logarítmicas mais nas fezes de porcos alimentados com a dieta de celulose de baixa fermentação e baixa viscosidade que os porcos alimentados com as outras três dietas. A toxina B de Clostridium difficile e a fosfolipase C de Clostridium sordellii não foram detectadas em fezes de porcos, indicando que os porcos não foram colonizados por estas espécies de clostrídios pertencentes ao cluster XI.

Em conclusão, os resultados indicam que os PNA de alta fermentação, como os BG e os AG, podem diminuir a abundância de C. perfringens nas fezes e junto com os CMC, o C. botulinum em porcos de engorda comparado com CEL. Por tudo isso, conjuntamente com a fermentabilidade, as características estruturais e efeitos indirectos dos PNA sobre o fluxo de nutrientes no intestino grosso podem ter jogado um papel na abundância de espécies patogénicas de clostrídios.

Metzler-Zebeli, B.U., Lange, J.C., Zijlstra, R.T. and Gänzle, M.G. (2013). Dietary non-starchpolysaccharides alter the abundance of pathogenic clostridia in pigs. Livestock Science 152; 31–35. http://dx.doi.org/10.1016/j.livsci.2012.12.004

Comentários ao artigo

Este espaço não é uma zona de consultas aos autores dos artigos mas sim um local de discussão aberto a todos os utilizadores de 3tres3
Insere um novo comentário

Para fazeres comentários tens que ser utilizador registado da 3tres3 e fazer login

Não estás inscrito na lista Última hora

Um boletim periódico de notícias sobre o mundo suinícola

faz login e inscreve-te na lista

Não estás inscrito na lista A web em 3 minutos

Um resumo semanal das novidades da 3tres3.com.pt

faz login e inscreve-te na lista