Este estudo avaliou o rendimento reprodutivo das porcas primíparas submetidas a inseminação pós-cervical (IAPC) em comparação com a inseminação artificial cervical (IAC). Também foi avaliada a dificuldade para introduzir o catéter, a incidência de sangramento ou refluxo de sémen durante a inseminação e o volume e refluxo de espermatozóides até 60 minutos após a inseminação.
As porcas foram distribuídas homogeneamente, segundo a perda de peso corporal na lactação, a duração da lactação, os leitões desmamados e o intervalo desmame-estro e o total de nascidos em partos anteriores, nos dois tratamentos: IAPC (n = 165) com 1,5 × 109 espermatozóides em 45 ml (2,4 ± 0,04 doses por porca) e IAC (n = 165) com 3 × 109 espermatozóides em 90 ml (2,5 ± 0,04 doses por porca). Durante a IAPC, as porcas foram inseminadas sem a presença dos varrascos. Foi realizada uma ecografia trans-abdominal em tempo real ao início do estro, imediatamente antes da primeira inseminação e 24 horas depois da última inseminação.
Não foram observadas diferenças entre os tratamentos, tanto na taxa de partos (91,5% e 89,1%) como no tamanho da ninhada (12,5 e 11,9 leitões nascidos, respectivamente para IAPC e IAC). A passagem do catéter intra-uterino teve êxito em 86,8% das inseminações (165/190) das porcas inicialmente destinadas ao tratamento IAPC. A dificuldade para introduzir o catéter em menos de uma inseminação não afectou o rendimento reprodutivo das porcas IAPC. O sangramento durante a inseminação não afectou a taxa de partos em ambos os tratamentos, mas o tamanho da ninhada diminuiu em IAC e IAPC. A percentagem de espermatozóides presentes no refluxo na primeira hora após a inseminação foi maior em porcas IAC que em porcas IAPC.
Mais de 85% das porcas primíparas podem ser inseminadas com êxito via pós-cervical com doses que contém 1,5 × 109 espermatozóides, na ausência do varrasco durante a inseminação, sem prejudicar o rendimento reprodutivo.
Sbardella PE, Ulguim RR, Fontana DL, Ferrari CV, Bernardi ML, Wentz I, Bortolozzo FP. The post-cervical insemination does not impair the reproductive performance of primiparous sows. Reproduction in domestic animals, 2014 Feb;49(1):59-64.
doi: 10.1111/rda.12224.