O uso de alimentos fermentados (PF) está muito difundido para melhorar a performance dos suínos. São de uma qualidade nutricional superior e têm uma baixa concentração de factores anti-nutricionais e são considerados como uma das alternativas prometedoras aos promotores de crescimento antimicrobianos. No entanto os seus efeitos sobre o status imunitário e a microbiota intestinal das porcas aleitantes e se os probióticos dão um componente dos PF, são desconhecidos. O objectivo deste estudo foi o de investigar a performance, o estado imunitário e a microbiota intestinal de porcas aleitantes alimentadas com uma dieta basal suplementado com ração co-fermentada de Bacillus subtilis e Enterococcus faecium (PF), com a combinação probiótica (PRO) de B. subtilis e E. faecium e a dieta controle (CON). Deste modo 452 porcas foram distribuídas aleatoriamente por cada um destes 3 tratamentos, o ensaio teve início desde 1 semana antes do parto até ao desmame aos 21 dias. Durante o ensaio foi medido o consumo de ração, a gordura dorsal e a taxa de obstipação das porcas, bem como o peso e a incidência de diarreia nos leitões.
Comparando o grupo CON e o grupo PF este melhorou o consumo diário de ração pelas porcas e o ganho de peso dos leitões, enquanto diminuiu significativamente a perda de gordura dorsal, a taxa de obstipação das porcas e a incidência de diarreia nos leitões. Melhorou a qualidade e quantidade de leite produzido pelas porcas do grupo PF. Além disto foi também possível notar um aumento no acetato e butirato fecal no grupo PF, bem como um aumento no nível de IgG, IgM e IL-10 e uma diminuição do TNF-α no soro. Por outro lado, PF reduziu a abundância de Enterobacteriaceae e aumentou o nível de Lactobacillus e Succiniclasticum, que foi possível associar a performance de crescimento dos parâmetros imunológicos do soro. Como consequências das funções metabólicas microbianas, nestas estão incluídas as proteínas de recombinação e reparação do ADN, a glicólise e gliconeogénese, a reparação dos emparelhamentos erróneos e o metabolismo da d-alanina, foram significativamente “upregulated”, enquanto o metabolismo dos aminoácidos foi “downregulated” no grupo PF.
Em geral os efeitos benéficos do PF foram superiores ao tratamento com PRO. No entanto a administração de PF durante a lactação melhorou a performance o estado imunitário e modulou a microbiota intestinal das porcas.
Wang C, Wei S, Xu B, Hao L, Su W, Jin M, Wang Y. Bacillus subtilis and Enterococcus faecium co‐fermented feed regulates lactating sow's performance, immune status and gut microbiota. Microbial Biotechnology. 2021; 14(2): 614-627. https://doi.org/10.1111/1751-7915.13672