As enzimas exógenas foram incorporadas nas dietas dos suínos durante décadas, melhorando a disponibilidade de nutrientes e o desempenho dos animais. Entre estas enzimas, as proteases ganharam atenção pelo seu potencial para hidrolisar fontes de proteína que as enzimas endógenas não conseguem decompor de forma eficiente. O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos da protease aspártica e da serina protease neutra no desempenho do crescimento, nas caraterísticas da carcaça, na digestibilidade dos nutrientes, nos parâmetros sanguíneos, nos níveis de cortisol salivar e na viabilidade económica dos suínos durante as fases de engorda.
Métodos: Um total de 135 suínos foram alojados num desenho de blocos aleatórios, divididos em cinco grupos de tratamento com nove celas cada. As dietas experimentais incluíam um controlo positivo (CP) com uma redução de 5,0% nas necessidades de proteínas e aminoácidos; um controlo negativo (CN) com uma redução de 7,5% nas necessidades de proteínas e aminoácidos; CN + 100 g/mT de protease aspártica (CN100); CN + 150 g/mT de protease aspártica (CN150); e CN + 200 g/mT de serina protease EC 3.4.23.18 (CN200). O período experimental foi de 104 dias e foi dividido em quatro períodos de acordo com as mudanças de alimentação e fases nutricionais: crescimento 1, 1-26 dias; crescimento 2, 27-49 dias; acabamento 1, 50-75 dias; e acabamento 2, 76-104 dias.
Resultados: A inclusão de proteases, independentemente da fonte e da quantidade, aumentou o ganho de peso médio diário dos animais em comparação com os tratamentos de controlo (PC e CN) e melhorou a taxa de conversão alimentar precoce e a digestibilidade da dieta em comparação com o PC. Os tratamentos CN150 e CN200 resultaram num maior peso da carcaça em comparação com o PC. O CN100 resultou num maior rendimento de carcaça em comparação com o PC, e o CN150 resultou numa maior área de lombo em comparação com o PC. É importante salientar que não se verificaram alterações significativas nos parâmetros sanguíneos ou nos níveis de cortisol salivar, o que indica que a utilização de protease aspártica pode melhorar o desempenho dos suínos sem afetar negativamente os níveis de stress.
Conclusão: Recomenda-se, portanto, que a protease aspártica seja incorporada nas dietas dos suínos para melhorar o crescimento e otimizar a produção de carne.
da Cruz, T. A., Donatelli Muro, B. B., Machado Costa Lima, E., Dos Santos Moreira, V., de Carvalho, J. C. C., Pospissil Garbossa, C. A., & Batista Costa, L. (2024). Aspartic protease supplementation enhancing the performance, carcass characteristics, nutrient digestibility and economic viability, without changing blood parameters and salivary cortisol of pigs. Scientific reports, 14(1), 11238. https://doi.org/10.1038/s41598-024-62006-1