Os surtos esporádicos de Gripe A (IAV) em humanos e porcos resultaram da mistura de um grande número de pessoas e porcos em feiras agrícolas nos Estados Unidos.
As estratégias actuais de vigilância antemortem do IAV em porcos requerem a recolha de zaragatoas nasais, o que implica restrição do movimento dos porcos, sendo esta laboriosa, stressante para os porcos e desagradável para os espectadores porque os porcos vocalizam e resistem com frequencia.
O presente estudo avaliou o uso de toalhitas nasais em porcos em exibição como método menos intrusivo para a vigilância do IAV.
Foram usados três tipos de materiais (gases de rayón/poliéster, gases de algodão e panos secos para varrer Swiffer(®)) que foram inoculados com o IAV. Posteriormente foram quantificadas as recuperações virais destes materiais utilizando testes qRT-PCR e TCID50. Num ensaio de campo, foram recolhidos panos de algodão e zaragatoas nasais com ponta de poliéster emparelhados de 553 porcos que representavam 29 feiras agrícolas e foram comparados os resultados qualitativos de rRT-PCR e isolamento viral.
As recuperações virais a partir dos materiais de fricção do focinho variaram de 0,26 a 1,59 log10 TCID50/ml menos que a do controlo positivo no qual não foi incluído nenhum substrato. A gase de rayón/poliéster comportou-se significativamente pior que os outros materiais. Em campo, as toalhitas nasais e as zaragatoas apresentaram altos níveis de concordância, tanto para a detecção através de rRT-PCR como para o isolamento do vírus.
Ainda que sejam necessárias mais investigações e afinar mais o método de amostragem, os resultados indicam que as toalhitas nasais poderão facilitar a vigilância, de forma mais cómoda e sem interrupções, do IAV em porcos em feiras agrícolas.
Utility of Snout Wipe Samples for Influenza a Virus Surveillance in Exhibition Swine Populations. JL Edwards et al. Influenza Other Respir Viruses 8 (5), 574-579. 2014 Jul 10.