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27 de Março de 2024
Nova subida, desta vez de 0,05€/kg carcaça, da cotação dos porcos na Bolsa do Porco na segunda quinzena de Março, fixando-se em 2,532€/kg carcaça. Apesar de as sessões da Bolsa do Porco serem as anteriores à Semana Santa, época em que, tradicionalmente, se consome menos carne, não foi por isso que a cotação não subiu, o que é demonstrativo do desequilíbrio existente entre a oferta e a procura.
Este desequilíbrio também é notório em toda a Europa, sendo mais visível em Espanha, onde as cotações também continuaram a subir, apesar do aumento do peso dos porcos. Nos restantes países europeus, com a aproximação à Páscoa, e havendo menos 2 dias de abate em quase toda a Europa (Sexta-Feira Santa e Segunda-Feira de Pascoela), as cotações mantiveram-se, pois, os matadouros estão com vendas mais baixas. A expectativa é de que aumente a procura da carne após a Semana Santa. Veremos como será a oferta de porcos após a Páscoa.
A partir da Semana Santa, o tempo começa a melhorar e é expectável que aumentem os consumos de carne fresca para as tradicionais churrascadas, tão habituais nos países do Norte da Europa (Alemanha, Dinamarca, Países Baixos).
Este aumento do consumo, tão esperado como necessário, trará ainda mais fluidez ao mercado da carne e permitirá que os matadouros possam aumentar os seus preços de venda da carne, para tentar obter maior rendimento, já que a grande queixa desta parte da fileira é a de não conseguir fazer repercutir na carne o aumento do preço dos porcos.
Entretanto, os leitões continuam a sua “cavalgada” inexorável para preços quase nunca vistos, a não ser no ano passado (este ano os leitões já estão mais caros do que o ano passado nesta mesma semana). Isto é sinal de que existem muitos lugares de engorda por preencher, principalmente em Espanha e que a oferta de leitões originários, maioritariamente de Portugal e Países Baixos, não é suficiente para as suas necessidades.
Outra conversa será o preço a que estes leitões serão vendidos quando chegarem a porcos de abate. Mesmo assim, e tendo em consideração a descida, paulatina e segura, da cotação das matérias-primas, os produtores arriscam a comprar leitões caros para rentabilizar as suas instalações de engorda, pois acreditam que o seu custo de produção será compensado por um custo mais barato da alimentação.
Com preços altos, tem havido alguma dificuldade em haver vendas da U.E. para o Sudeste Asiático, com excepção do Japão que continua a comprar, enquanto que a Coreia do Sul está a comprar carne à Alemanha, aliviando a pressão da sua carne sobre o mercado Europeu. De resto, os grandes compradores asiáticos continuam virados fazerem as suas compras nos Estados Unidos (preços mais baratos), com excepção da China que está desaparecida do mercado.
No que diz respeito à evolução das cotações europeias do porco, em Espanha a cotação subiu 0,034€/kg PV (0,045€/kg carcaça) na segunda metade de Março para 1,800€/kg PV (2,40€/kg carcaça). Os pesos em carcaça subiram 200g em carcaça nesta quinzena.
Na Alemanha, a cotação manteve-se em 2,20€/kg na segunda quinzena de Março. Os pesos subiram 200g para 97,7kg em carcaça. O mercado está bastante equilibrado, pelo que não há necessidade de mexer nas cotações dos porcos, mesmo que haja falta de porcos nalgumas regiões da Alemanha e isso faça com que os produtores tentem uma subida da cotação. Mas com menos actividade, devido à Semana Santa, é natural que as cotações não tenham alterações e que estas possam ocorrer apenas em Abril.
Nos Países Baixos a cotação manteve-se em 2,02€/kg carcaça na segunda quinzena de Março.
Na Bélgica a cotação manteve-se em 1,58€/kg PV.
Na Dinamarca a cotação também não teve qualquer alteração, tendo permanecido em 1,65€/kg carcaça na segunda metade de Março. Neste momento, o mercado está influenciado pelas vendas da Páscoa, que na Dinamarca são muito baseadas em produto fresco. Estas vendas estão em bom ritmo, o que é um excelente sinal para o mercado do porco.
Em França, a cotação subiu 0,005€/kg carcaça para 2,031€/kg carcaça na segunda metade de Março. Os pesos baixaram 100g para 96,4kg e estão 250g acima do peso do ano passado. A procura de porcos e de carne é razoável para a época em que estamos, mas não é suficiente para poder fazer subir, com significado, a cotação dos porcos e empurrar para cima a cotação da carne.
