16 de Novembro de 2023
Na primeira quinzena de Novembro houve uma descida de 0,05€/kg carcaça na Bolsa do Porco, fixando-se a cotação em 2,302€/kg. É a mais curta descida quinzenal desde o início de Agosto, altura em que a cotação dos porcos começou a descer, apenas igualada pela descida ocorrida na primeira quinzena de Agosto. O peso de abate, apesar de ter subido, continua sem ser elevado, apesar de ter havido o Feriado de Todos os Santos que limitou os abates. Aproxima-se o fim da descida das cotações, o que não deixa de ser um excelente sinal para o mercado e, principalmente, para os produtores.
Uma cotação elevada, será um excelente patamar de arranque para o ano 2024.
Em toda a Europa os pesos subiram em função da redução de abates ocorrida devido ao feriado de 1 de Novembro e de um ligeiro aumento sazonal e habitual de porcos nesta altura do ano. Há uma situação de oferta e procura mais equilibrada no Norte da Europa e mais pressionada no Sul. Apesar de ter havido descidas sucessivas, os produtores não fazem grande pressão a oferecer porcos para abate.
Neste momento toda a Fileira está com margens positivas e isso irá trazer, mais cedo de que tarde, a estabilização nas cotações.
Começam a haver vendas mais fluidas de carne dentro da U.E., principalmente para os Países de Leste que necessitam de mais carne para fabricar os seus produtos natalícios e não têm porcos de produção indígena própria devido à redução de efectivo por problemas de Peste Suína Africana.
Com esta situação de mercado, todo o Norte da Europa manteve as suas cotações, sendo o Sul aquele que continua a descer, mas de forma menos acentuada. Tudo isto se passa numa situação de mercado em que as vendas para a China continuam muito paradas e cujos fornecimentos de carne, para aquele país, são feitos, maioritariamente, pelos Estados Unidos e pelo Brasil. Veremos se esta perda de mercado será recuperável num futuro próximo, quando seja necessário vender algum excedente de carne da U.E.
No que diz respeito à evolução das cotações europeias do porco, em Espanha a cotação baixou 0,039€/kg PV (-0,052€/kg carcaça) fixando-se a cotação em 1,641€/kg PV (2,188€/kg carcaça) na primeira metade de Novembro. Os pesos em carcaça subiram 1kg nesta quinzena que é a diferença de peso em relação ao mesmo período de 2022.
Na Alemanha, a cotação manteve-se em 2,10€/kg na primeira quinzena de Novembro. O peso em carcaça subiu 100g nesta quinzena para 98,1kg. Os produtores dizem que o mercado está equilibrado e começam a pressionar para que a cotação suba, enquanto os matadouros indicam que continua a haver um excesso de oferta e pretendem que a cotação desça. Em todo o caso, e mesmo com o feriado de 1 de Novembro, o eventual excesso de porcos está a ser absorvido com rapidez (se calhar não há assim tanto excesso de oferta) e os abates aumentaram para poder abastecer o mercado de carne para a produção dos produtos para o Natal.
Nos Países Baixos a cotação manteve-se em 2,19€/kg carcaça na primeira metade de Novembro.
Na Bélgica a cotação também se manteve, no caso em 1,50€/kg PV na primeira quinzena deste mês.
Na Dinamarca a cotação manteve-se em 1,70€/kg carcaça na primeira quinzena de Novembro. Não tem havido grandes alterações, de uma semana para a outra, na comercialização de carne de porco. Os dinamarqueses queixam-se que começa a chegar carne espanhola a todo o Norte e Leste da Europa, mas até nem estão muito preocupados, pois esta carne ainda não está a exercer grande pressão de forma a que a Dinamarca tenha dificuldades em vender a sua no mercado da U.E. Para fora da Europa, há vendas estáveis de produtos tradicionais de Natal para a China e algum aumento de vendas para o Japão e resto da Ásia.
Em França, a cotação desceu 0,062€/kg carcaça para 1,772€/kg carcaça na primeira metade de Novembro. Os pesos subiram 1,1kg para 96,5kg e estão 500g acima do peso do ano passado. Há atrasos nos abates e os matadouros têm oferta mais do que suficiente para poder fazer face às suas vendas de carne. Um dos factores que causou estes atrasos nos abates foi a tempestade Ciaran, que impediu a circulação de camiões na Bretanha nos dias de maior temporal. Agora, o mercado tem que ir ajustando a pouco e pouco. Em todo o caso, deverá ser rápida a absorção destes atrasos.