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A produção de porcos no Brasil: produção e consumo (1/2)

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Brasil: quarto maior produtor mundial de carne de porco O Brasil é o quarto maior produtor mundial de carne de porco e produziu 3.054 milhões de toneladas em 2008. A sua participação mundial...


Brasil: quarto maior produtor mundial de carne de porco
O Brasil é o quarto maior produtor mundial de carne de porco e produziu 3.054 milhões de toneladas em 2008. A sua participação mundial representa 2,9 % da produção total. O gráfico 1 mostra a evolução da produção de carne de porco no Brasil, durante o período entre 2000 e 2008. A produção cresceu desde 2,55 até 3,05 milhões ton. a uma mádia de 2,45% ao ano. A redução da produção em 2003 e 2004 esteve relacionada com as fortes crises de preços em 2002, quando se eliminaram 360.0000 porcas.

Gráfico 1 – Produção de carne suína no Brasil, (milhões ton).


Brasil: evolução do efectivo de porcos
O efectivo de porcos brasileiro tem actualmente 34 milhões de cabeças e estima-se que aproximadamente 400.000 pessoas dependam directamente desta actividade. Em 1970 o efectivo tinha 31,5 milhões de cabeças e a produção era de 705.000 ton. Em 2008, com 34 milhões de cabeças, a produção tinha aumentado até aos 3.054.000 ton. Portanto, em 38 anos o crescimento do efectivo foi tão só de 7,9% enquanto que a produção cresceu 433%. As seguintes figuras (gráfico 2) demonstram claramente a evolução tecnológica do sector durante este período, graças ao consistente esforço de técnicos e criadores na área de genética, nutrição e gestão.

Gráfico 2 – Evolução do efectivo brasileiro de porcos (em milhões de cabeças)


Brasil: produção suína por regiões geográficas
A região sul concentra 55,9 % da produção suína brasileira. Esta é a região onde prevalece o sistema de integração e onde está instalado o forte parque agro-industrial. A região sudeste é onde prevalecem os produtores independentes de suínos e é responsável por 17,5% da produção. A região do centro-oeste continua o crescimento e é responsável por 10,2% da produção. É a chamada “a nova fronteira” devido às novas áreas do agro-negócio brasileiro onde a produção de milho, soja, porcos e aves comença a crescer. O gráfico 3 mostra as 5 regiões geográficas do Brasil com o seu tipo predominante de produção suína (à esquerda) e a densidade de porcos (à direita).

Gráfico 3 – Regiões brasileiras, tipo de produção suína e densidade de porcos, 2008.


Brasil: efectivo de porcas
O efectivo de porcas brasileiro tem actualmente 2,3 milhões de cabeças, mas só se considera 1,48 milhões como “produção técnica” (quadro 1). As outras 820.000 porcas, principalmente de criadores locais, consideram-se “produção de passagem” e encontram-se localizadas mais na área norte do país. Este efectivo era 19,5% maior em 2002 (2,86 milhões de cabeças) e a sua redução foi devida a uma grande crise que o sector teve que enfrentar. Esta forte redução produziu-se na região centro-oeste, onde todavia prevalece o sistema de produtores independentes. As melhores estimativas do efeito desta crise de preços sugerem que cerca de 360.000 porcas foram retiradas da cadeia de comercialização entre 2002 e 2003. Será considerada a maior redução na história da produção suína brasileira.

Cuadro 1 – Evolução do efectivo de porcas, 2002 a 2008 (milhões de cabeças)

2002 2008 Diferença, %
Efectivo total de porcas 2,86 2,.30 - 19,5
Produção técnica 1,60 1,48 - 7,2
Crias naturais 1,26 0,82 - 35,1
Leitões/porca/ano 18,2 22,0 + 20,8

Brasil: consumo de carne de porco
A carne de porco é a mais consumida no mundo, mas não no Brasil, onde se prefere a carne de vaca e o frango. No quadro 2 podemos ver que o consumo de carne no Brasil é de cerca de 86 kg por pessoa por ano e que é mais do dobro que a média mundial.

Quadro 2 – Diferenças entre o consumo de carne mundial e Brasil, 2008 (kg/pessoa)

Mundo Brasil
Porco 15,9 kg (40,0%) 13,4 kg (16,0%)
Frango 13,4 kg (33,9%) 37,0 kg (43,0%)
Novilho 10,3 kg (26,1%) 35,6 kg (41,0%)

Em 2008, os brasileiros consumiram somente 13,4 kg de porco (gráfico 4). Este é o terceiro melhor resultado da década, mas está 1 kg abaixo do récord histórico obtido em 2001. As razões deste baixo consumo estão relacionadas com aspectos económicos (a carne de ave é mais barata) e com aspectos culturais (parte da população crê que a carne de porco tem associadas determinadas doenças). As duas principais associações de produtores de suínos (ABCS e ABIPECS) estão a realizar na actualidade importantes campanhas para promover o consumo de carne de porco no Brasil e o seu objectivo é aumentar o consumo para 15 Kg em 2015.

Gráfico 4 – Consumo base de porco no Brasil (kg/habitante/ano).

Cerca de 65 % da carne de porco consumida no Brasil é transformada e só 35% são cortes de carne fresca. Os altos custos dos produtos industriais prejudicam o consumo durante períodos de restrição económica e é uma das principais causas do seu baixo consumo, comparado com a carne de aves. Se observarmos a evolução do consumo de carnes, de 2000 a 2008 (quadro 3), veremos que a carne de aves aumentou o seu consumo em 23,7% e é actualmente a carne mais consumida no Brasil. A carne bovina perdeu a preferência durante este período e o seu crescimento foi de apenas 4,1%. E o consumo de porco diminuiu 6,3% no mesmo período.

Quadro 3 – Evolução do consumo de carne no Brasil, 2000 a 2008 (kg/pessoa).

2000 2008 %
Porco 14,3 kg 13,4 kg - 6,3
Aves 29,9 kg
37,0 kg + 23,7
Novilho 34,2 kg 35,6 kg + 4,1

Brasil: o desafio do consumo doméstico
Um dos grandes potenciais para o aumento da produção suína no Brasil é o mercado doméstico. Com uma população de 190 milhões de habitantes e com a previsão de chegar a mais de 200 milhões em 2015, qualquer aumento no consumo pode representar um grande desafio para a produção. O quadro 4 proporciona um exemplo do que este aumento poderia significar, tendo em conta duas situações: a primeira, com o consumo exactamente ao mesmo nível que hoje (13,4 kg/habitante). Neste caso, em 2015, com uma população de 201 milhões, teríamos que produzir 154.000 toneladas a mais de carne de porco. Para isto, deveriam adicionar-se 85.000 porcas ao efectivo existente, tendo em conta que cada criador deverá produzir 1,8 toneladas de porco por ano.

Na segunda hipótese, que poderíamos chamar de “desafio”, mostramos o que deveria produzir-sese em 2015 no caso de que o consumo per capita brasileiro atingisse 16 kg. Neste caso a produção deveria crescer 0,678 milhões de toneladas e para este propósito o efectivo deveria aumentar em 376.000 porcas. Todo este crescimento sé se basearia no aumento do consumo doméstico, considerando que as exportações continuariam aos mesmos níveis de hoje (529.000 ton).

Quadro 4 - Brasil: perspectiva de aumento da produção relacionada com o aumento do consumo doméstico.

População 13,4 kg (estável) 16,0 kg (desafio)
2008 190,0 2,546
2015 201,5 * 2,700 3,224
Aumento da produção, milhões ton 0,154 0,678
Necesidade de aumento de porcas, milhares** 85,5 376,6
(*) Índice de crescimento: 1.11%/ano (CIA, The World Fact Book)
(**) 1 fêmea x 24 porcos/ano x 75 kg carcaça = 1,8 ton/ano

Luciano Roppa. Provimi América Latina. Brasil

Comentários ao artigo

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18-Nov-2011ANTONIO JORGE DE OLIVEIRAANTONIO JORGE DE OLIVEIRASOU PROF. E PESQUISADOR AMBIENTALISTA NA ÁREA DE FONTES RENOVÁVEIS DE ENERGIA ELÉTRICA. NO MEU TRABALHO ENCONTREI ESTE SITE DA 3TRES3, ONDE OBTIVE INFORMAÇÕES PARA ESTUDO, PORÉM A UNIVERSIDADE NOS PROPÕES COMO FONTES DE PESQUISAS, DOCUMENTOS COM DETERMINADA PONTUAÇÃO,FATO QUE DEMOSNTRA MAIOR CONFIABILIDADE NAS INFORMAÇÕES. LI SOBRE AS PARTICIPAÇÕES DE VÁRIOS PRODUTORES E CONSULTORES E NÃO DUVIDO, MAS COMO É A CLASSIFICAÇÃO DESSA EXCELENTE REVISTA ELETRÔNICA?
OBRIGADO.
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