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Adaptação sanitária de porcas de substituição: está a ser feito um bom trabalho?

Para um bom rendimento, as porcas de substituição devem desenvolver-se fisicamente e adaptar-se à saúde do efectivo receptor. Dr. Clayton Johnson de Carthage Veterinary Services partilha algumas dicas sobre adaptação de porcas de substituição.

Quando entram porcas de substituição na exploração, são expostas a um conjunto de novos agentes patogénicos endémicos que infectam os porcos em todos os lugares, mas não causam doenças em todas as situações. Pode haver novas estirpes de App, Gripe ou Streptococcus, e as nossas ferramentas de diagnóstico não nos permitem conhecer o impacto potencial da introdução de agentes patogénicos específicos numa determinada população de porcas.

O objectivo da adaptação sanitária é que as porcas de substituição sejam expostas a esses agentes patogénicos em idade jovem o suficiente para garantir que recuperem da infecção, parem de excretar o agente patogénico e se tornem imunocompetentes antes do parto e possam transferir protecção para à sua ninhada através do colostro .

Gerindo o risco de introduzir porcas de substituição

A entrada de porcas de substituição ainda representa um dos maiores riscos de introdução de um agente patogénico nas explorações, mas nos últimos anos tem sido feito muito trabalho em:

  • melhorar o estado sanitários das explorações de multiplicação;
  • melhorar as ferramentas de diagnóstico para monitorizar o estado de saúde;
  • construir infraestruturas, como quarentenas, para isolar e testar porcas de substituição antes de apresentá-las na exploração principal.

Todas estas medidas permitem gerir eficazmente o risco que acarreta a entrada de porcas de substituição, mas apenas se forem tomadas medidas, a entrada de porcas de substituição continua a ser o maior risco de introdução de doenças.

A situação ideal seria a entrada das porcas de substituição com cerca de três semanas de idade em quarentena longe da exploração principal. Iniciar a adaptação sanitária com animais jovens permite dispor de mais tempo para que eles desenvolvam sua imunidade. Os animais ficam isolados por um mínimo de quatro semanas, mas muitos produtores trabalham com dois lotes de por cas de substituição na quarenta, por isso ficam aqui alojados por cerca de oito semanas. Depois são deslocados para uma instalação de desenvolvimento de porcas de substituição que, em muitas explorações, é apenas um pavilhão de engorda. Os animais passam para esta unidade à medida que as porcas mais jovens entram. As entradas de porcas de substituição a cada quatro semanas são comuns, mas alguns produtores preferem entradas a cada oito semanas.

Monitorização sanitária

1) Na exploração de origem

O que se espera da exploração que fornece a substituição é que tenha implementada uma monitorização de rotina que inclua o controlo de PRRS e Micoplasma, se a origem for negativa. A monitorização deve ser no mínimo mensal e os resultados devem ser recebidos dentro dos 7 dias antes do envio.

2) Na quarentena

O momento da análise inicial e os testes a serem realizados em quarentena dependem de se houve uma infecção durante o transporte ou em quanto tempo podem ser detectadas diferentes doenças após a chegada? Para que agentes patogénicos as porcas de substituição devem ser negativas? Quanto mais cedo uma possível doença possa ser detectada na quarentena, mais cedo esses animais poderão ser removidos, reduzindo o risco de infectar a exploração.

Por exemplo:

  • o teste para coronavírus entérico (DEP, delta-coronavírus e GET) é realizado 1 semana após a chegada usando testes de antigénio de fluido oral;
  • o teste de PRRS é realizado três semanas após a chegada usando PCR e anticorpos de fluido oral e teste de anticorpos de micoplasma.

Observe sempre os animais: eles nunca mentem

É essencial observar os seus dados produtivos, como taxa de mortalidade ou ganho médio diário e os próprios animais. Se houver um resultado negativo no teste DES, mas forem observados casos muito graves de diarreia nas porcas de substituição que chegaram, os animais estão a evidenciar que estão doentes e que representam um risco, então não deverão ser trazidos para a exploração.

Considerações para implementar um programa de adaptação sanitária

Existem alguns princípios gerais, como os animais devem ser expostos precocemente e ter tempo para recuperar, mas o programa de adaptação sanitária deve ser específico para cada agente patogénico. A aclimatação deve ser feita para os diferentes agentes patogénicos presentes nas diferentes explorações.

Observe os seus animais. Quais são os principais problemas observados nos filhos das porcas de substituição?

Por exemplo, se são observados problemas de Mycoplasma na população de suínos de engorda, isso significa que o programa de aclimatação sanitária não está a funcionar. Quanto mais velhas as porcas de substituição chegam, mais intencionais devemos ser para garantir esse contacto direto, pois o Mycoplasma é um organismo de propagação muito lenta, o que o torna complicado. Se as porcas de substituição chegam com mais de 10 semanas de idade, a exposição forçada pode ser uma opção interessante. Usamos a exposição forçada de Mycoplasma usando um homogeneizado de pulmão pulverizado através de uma máquina de nebulização para que os animais sejam expostos ao aerossol com Mycoplasma. Para o sucesso dessa exposição intencional, é essencial considerar a qualidade das amostras do dador e garantir que outros agentes patogénicos que possam estar na população não estejam presentes na amostra utilizada para preparar o homogenizado.

Alguns produtires trabalham com animais excretores com muito bons resultados. Em geral, são muito consistentes encontrando os animais correctos, habitualmente porcas jóvens, uma vez que as porcas velhas não são uma boa opção.

A vacinação também tem um papel. Dependendo do agente patogénico, podem ser necessárias várias estratégias. Às vezes, os agentes patogénicos são tão virulentos que não queremos a exposição natural. O PRRS pode ser um exemplo, onde é usada a vacinação e se tenta evitar a inoculação de vírus vivo ou a exposição ao vírus vivo, se possível. É usada a vacinação como peça central do programa.

Cada situação é única. Se se pensar nas necessidades mínimas do programa de vacinação para una futura porca reprodutora:

  • às 3 semanas de idade (SDI): PCV e, se a exploração de destino é micoplasma positiva, também uma vacina contra micoplasma. Estas são as mesmas vacinas que seriam aplicadas nos desmamados com destino engorda.
  • Entre as 6 e 8 SDI: Erysipelas + ileíte que pode ser facilmente aplicada através da água de bebida.
  • Às 21 SDI: as porcas de substituição passam pelo processo de selecção. Os animais que não cumprem os critérios são descartados e as porcas de substituição seleccionadas passam para a exposição ao varrasco. As porcas de substituição seleccionadas recebem as vacinas prévias à cubrição que incluem Erysipelas + Leptospiras + Parvovirus. Geralmente são aplicadas duas doses de vacina morta. Também se revacinam de PCV e Micoplasma + uma vacina morta contra a gripe.

A importância dos colaboradores para o êxito do desenvolvimento das porcas de substituição

A questão de quem deve cuidar das porcas de substituição é frequentemente levantada, especialmente durante a quarentena. É importante designar cuidadores específicos. Numa exploração de 5.000 porcas, o trabalho envolvido no desenvolvimento de porcas de substituição é um trabalho em tempo integral.

Ao contrário de outras áreas, por onde passa muito pessoal que pode detectar um problema, na quarentena, apenas o responsável entra no pavilhão diariamente. Essa pessoa será os seus olhos e ouvidos, portanto, deve ser alguém com boas habilidades de observação para detectar possíveis problemas e alguém em quem se possa confiar. Dar essa responsabilidade a novos funcionários ou pessoas sem experiência suficiente para identificar problemas e resolvê-los pode levar a grandes problemas. O uso de câmaras na quarentena, para permitir a observação em tempo real sem entrar nas instalações, pode ser muito útil. Podemos esperar que, num futuro próximo, diferentes tecnologias de IA também desempenhem um papel importante.

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