No último artigo desta série falaremos de outros sistemas de alojamento e alimentação de porcas em grupo que se estão a utilizar também em Espanha principalmente pela sua simplicidade no momento de os implantar em explorações já existentes e pela sua facilidade de maneio.
Alimentação no solo
Necessidades do sistema | |
- Recomendado para um tamanho de grupo de entre 10 e 25. - Se o tamanho da exploração o permitir, é recomendável fazer subgrupos de porcas onde as alojemos de forma separada segundo a idade e o tamanho (porcas jovens, magras, gordas…). - É necessário dispor de parques de enfermaria onde alojar as porcas problemáticas. - Deve-se alimentar as porcas uma só vez por dia já que isto diminuirá as agressões devido a que a quantidade de ração a ingerir por porca nessa única toma será maior. A experiência diz-nos que é melhor alimentar as porcas ao meio-dia já que neste momento estas estão mais predispostas a descansar que a brigar. - Os parques devem ter uma largura mínima (dependendo do número de porcas) para poder distribuír a ração ao longo do mesmo de forma uniforme e diminuir assim a influência das porcas dominantes. - A zona de alimentação (solo compacto) deve ter uma superfície mínima para evitar o desperdício de ração e os dosificadores devem colocar-se na zona central desta. Esta zona também terá que ter uma inclinação mínima para a zona suja de, pelo menos, 3%. - As paredes devem ser sólidas na zona de alimentação e ventiladas na zona suja para favorecer a defecação nesta zona. |
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Pontos a favor | |
- O ponto a favor mais importante é o baixo custo do sistema. - Ainda permite adaptar ao bem-estar qualquer tipo de exploração de forma simples. - Os animais adaptam-se ao sistema com facilidade mas o maneio pode ser complicado. |
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Pontos contra | |
- Não temos um controlo individual do consumo de ração e portanto os lotes ficam muito desiguais. Por este nmotivo nalgumas explorações chegaram-se a eliminar entre 10 e 15% de porcas devido à sua condição corporal: porcas muito gordas ou porcas muito magras. - É muito difícil dispor de espaço suficiente para que todas as porcas comam ao mesmo tempo e portanto o número de lutas costuma ser elevado causando problemas de patas, falhas reprodutivas… - O desperdício de ração neste sistema é inevitável. |
Alimentação no solo de forma manual
Sistema de alimentação com tolvas
Dentro deste sistema devemos distinguir entre as tolvas convencionais já conhecidas por todos e os relativamente novos sistemas de tolvas electrónicas sem chip que trabalham fornecendo pequenas quantidades de ração à porca enquanto esta permaneça no comedouro.
Necessidades do sistema | |
- Nem todas as tolvas que existem no mercado estão aptas para alimentar porcas portanto devemos ter consciência disso no momento de decidir por este tipo de alimentação. - Este sistema é adequado em princípio para um tamanho de grupo relativamente pequeno (entre 5 e 12 porcas) contudo o mais importante é ter um adequado rácio de animais por tolva. Algumas explorações consideravelmente grandes estão a experimentar as tolvas electrónicas em grupos de até 40 porcas mas sempre com um rácio máximo de 10-12 porcas por tolva. - Em tolvas electrónicas é importante regular correctamente a velocidade de queda da ração para conseguir um funcionamento óptimo. - Estas tolvas regulam-se em função da quantidade desejada de ração por porca e do número total de porcas que devem alimentar. Na prática temos notado que aumentar durante a primeira semana um pouco a quantidade de ração desejado pela porca é benéfico para uma correcta adaptação destas ao parque e ao sistema. - Em qualquer caso é necessário fazer grupos de porcas homogéneos segundo a sua idade e condição corporal e revê-los periodicamente. - Como no resto dos sistemas vistos até agora é necessário dispor de parques de enfermaria. |
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Pontos a favor | |
- Se utilizamos tolvas convencionais o custo da adaptação será consideravelmente baixo. - Este custo de adaptação será maior com tolvas electrónicas mas em ambos casos a facilidade de maneio e a velocidade de adaptação das porcas serão pontos a favor muito importantes. - É um sistema que permite adaptar ao bem-estar qualquer tipo de exploração de forma relativamente simples e na maioria dos casos sem necessidade de diminuir o efectivo de animais. - Ainda que todavia não haja muitos resultados a esse respeito, parece que os resultados produtivos não são piores com este sistema. - Algumas experiências práticas dizem-nos que uma das vantagens mais importantes das tolvas electrónicas é a tranquilidade das porcas nos parques uma vez estabelecida a hierarquia inicial. |
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Pontos contra | |
- Não podemos ter um controlo individual do consumo de ração nem em tolvas convencionais nem em tolvas electrónicas contudo nestas últimas poderemos ajustar com mais precisão a quantidade desejada para o lote. - Como consequência disto os lotes ou grupos devem ser muito homogéneos. Em qualquer caso geram-se desigualdades ao longo da gestação pelo que o maneio neste sentido deve ser adequado. - Em tolvas convencionais o consumo de ração por porca é excessivo e isto, além de supor um sobrecuste, gera problemas de peso a mais em muitas porcas. . |
Tolva electrónica
Albert Finestra. Veterinário. Espanha; Javier Lorente Martín. Engenheiro Agrónomo. Espanha