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Caso clínico: Altos e Baixos Produtivos numa Exploração que funciona em Bandas de 5 Semanas

A forma como são calculados os resultados produtivos pelos diferentes programas informáticos podem-nos dar resultados bem diferentes.

3 Janeiro 2011
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Características da exploração



Trata-se de uma exploração pequena, de umas 220 porcas produtivas que se está a agrupar em bandas de 5 semanas. Consta de núcleo reprodutivo e baterias, o espaço disponível é o seguinte:


  • Lugares de maternidade: 52 (6 salas: 4 de 8 e 2 de 10) →Objectivo de 52 partos / 5 semanas.
  • Lugares de gestação: 203 jaulas, 3 parques para 12 porcas e um para a entrada da reposição.
  • Lugares de baterias: 2 salas de 250 leitões e 1 sala de 60.

O plano vacinal é:


  • Parvo e Mal rubro: Em ciclo aos 7-10 dias de lactação.
  • PRRS: Em rebanho cada 4 meses.
  • Aujeszky: Em rebanho cada 4 meses.

A exploração está a melhorar os resultados sensivelmente desde que se começaram a agrupar as cobrições a cada 5 semanas. Como que se irá desmamar aos 28 dias, o grosso das cobrições de cada lote está-se a realizar em 2 semanas. Posteriormente, a intenção é desmamar com 21 dias as porcas que se cobriram uma semana mais tarde para agrupar totalmente as cobrições dentro de uma única semana.

Este é um relatório de taxa de partos do programa Pigchamp. Reflecte as cobrições realizadas por semana, as falhas e o número de porcas que acabam parindo.

285 cobrições entre 10 de Dezembro de 2008 e 6 de Maio de 2009.

Evolução dos dados produtivos



O que provavelmente se passou no grupo de 31 porcas cobertas na última semana de 2008, é o seguinte:

  • Teoricamente deviam proceder de um desmame de 5ª feira.
  • Contudo, a 5ª feira da semana 52 do ano 2008 era 25 de Dezembro. Natal!!!
  • O tratador decidiu desmamar na 4ª feira e continuar com o esquema de cobrição habitual (começar as cobrições na 2ª feira).

O resultado foi que um grande número de porcas foram cobertas demasiado tarde dentro dos dias de estro, com o que o índice de concepção caiu a pique. Nos lotes seguintes os resultados foram bons de forma constante, com aproximadamente menos de 10% de falhas ao ecógrafo e taxas de partos à volta dos 80-90%.

Salvo esta pequena descida, vemos que a exploração está bem encarrilada e esperamos que os resultados melhorem. Contudo, na avaliação dos dados do primeiro trimestre, os resultados não acompanham.

Janeiro
Fevereiro
Março
Média
Nº porcas produt.
237
235
247
240
Cobrições
37
70
75
182
Repetições
14
8
10
32
% Repetições
37,84
11,43
13,33
17,58
Partos
42
48
56
146
Baixas lact.
52
23
53
128
Ninh. dest.
10
52
50
112
Total desmamados
122
469
490
1081
Desmamados/ninhada
12,20
9,02
9,80
9,65
Desm/porca/ano
6,18
23,95
23,81
18,04
Taxa partos
113,51
68,57
74,67
80,22
Part/porca/ano
2,13
2,45
2,72
2,44

Nos resultados de Janeiro torna-se evidente a alta % de repetições devido ao problema que comentámos. Em Fevereiro e Março este resultado já melhora sensivelmente.

Contudo, uma série de dados não "encaixam":

  1. Porque se chegam a desmamar 12,20 leitões por porca em Janeiro?
  2. Porque temos uma taxa de partos de 113% em Janeiro e posteriormente baixa tanto? As taxas de partos não deveriam ser, no máximo, de 100%?
  3. Porque oscilam tanto os partos/porca ano em cada mês?
  4. Como pode ser que com 2,44 partos/porca acumulados no trimestre e 9,65 desmamados por porca só estamos com 18 desmamados/porcda – ano?


Interpretação dos dados produtivos do primeiro trimestre


Janeiro
Fevereiro
Março
Média
Nº porcas produt.
237
235
247
240
Cobrições
37
70
75
182
Repetições
14
8
10
32
% Repetições
37,84
11,43
13,33
17,58
Partos
42
48
56
146
Baixas lact.
52
23
53
128
Ninh. desm.
10
52
50
112
Total desmamados
122
469
490
1081
Desmamados/ninhada
12,20
9,02
9,80
9,65
Desm/porca/ano
6,18
23,95
23,81
18,04
Taxa partos
113,51
68,57
74,67
80,22
Part/porca/ano
2,13
2,45
2,72
2,44


O programa funciona como deve ser, de facto funciona como a maioria dos programas de gestão produtiva. A resposta às dúvidas colocadas é a seguinte:


  1. Em Janeiro chegam-se a desmamar 12,20 leitões porque no início há poucas porcas desmamadas: só 10 porque em Janeiro não se desmamou o grosso de nenhum lote (os desmames são a cada 5 semanas). O que se passou foi que pariram bastantes porcas (42) com bastantes leitões. Isto obrigou a haver 3 porcas adoptantes, com o que 3 das 10 porcas desmamadas em Janeiro, desmamaram 2 vezes.
  2. Em Janeiro temos uma taxa de partos de 113% porque se cobriram 37 porcas e pariram 42. Neste tipo de análise mês a mês, os programas produtivos contemplam a informação desde um ponto de vista temporal, para poder obter resultados de forma imediata. O problema está em que as 37 cobrições de Janeiro não têm nada a ver com os 42 partos. Estes partos corresponderiam às cobrições de Novembro de 2008. Pelo mesmo motivo descem em excesso as taxas de partos de Fevereiro e Março.
  3. Os partos/ porca oscilam tanto mês a mês porque o programa calcula-os da seguinte forma:

    Exemplo: Partos de Janeiro (42) x 12 meses tem um ano = 504. Dividindo pelas porcas produtivas desse mês (237), obtemos os 2,13 partos/porca – ano do mês de Janeiro.
    Em Fevereiro e Março, os partos/porca – ano disparam porque temos bastantes porcas a parir (48 e 56) para um número de porcas produtivas similar.
  4. O acumulado de desmamados/porca – ano do trimestre é apenas de 18 porque neste caso faz-se o cálculo a partir dos leitões desmamados.
    1081 desmamados num trimestre X 4 trimestres tem um ano = 4324 leitões num ano. Dividindo por 240 porcas produtivas, dá 18 leitões desmamados/porca – ano.

Interpretação dos dados produtivos de meio ano



O problema está na forma em que a maioria dos programas de gestão analisa os dados produtivos. Estes relatórios de evolução de parâmetros costumam fazer os cálculos de forma temporal:

Exemplo: Em Janeiro calculam-se os resultados em função de:


  1. O nº porcas cobertas em Janeiro.
  2. A % de repetições calcula-se a partir das porcas cobertas em Janeiro e o nº de porcas repetidas em Janeiro (que provavelmente eram cobertas em Dezembro). 3. A taxa de partos calcula-se a partir das porcas cobertas em Janeiro e as porcas paridas em Janeiro (que eram cobertas em Setembro).

O benefício deste sistema de cálculo é que se obtêm resultados mais imediatos. Se tivessemos que esperar até ter os partos fechados de um determinado lote para saber a taxa de partos, teríamos evidência do resultado ao fim de praticamente 3 meses.

Esta forma de calcular não oferece demasiados problemas quando a exploração tem um volumen similar de cobrições, partos e desmames mês a mês (explorações que funcionam em bandas semanais) e onde os lotes são homogéneos.

Contudo, em explorações que funcionam em bandas superiores a uma semana e sobretudo no caso das bandas a cada 5 semanas (com o máximo intervalo de tempo entre bandas), este tipo de análise gera problemas de interpretação de resultados.

Uma possível solução está em trabalhar com períodos mais longos de tempo, de forma a que estas flutuações sejam compensadas e a informação resulte mais fiável

Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Média
Nº porcas produt.
237
235
247
249
245
243
243
Cobrições
37
70
75
57
13
54
306
Repetições
14
8
10
6
5
2
45
% Repetições
37,84
11,43
13,33
10,53
38,46
3,70
14,71
Partos
42
48
56
34
23
64
267
Baixas lact.
52
23
53
63
64
87
342
Ninh. desm.
10
52
50
54
48
17
231
Total desmamados
122
469
490
533
490
171
2275
Desmamados/ninhada
12,20
9,02
9,80
9,87
10,21
10,06
9,85
Desm/porcas/ano
6,18
23,95
23,81
25,69
24,00
8,44
18,75
Taxa partos
113,51
68,57
74,67
59,65
176,92
118,52
87,25
Part/porca/ano
2,13
2,45
2,72
1,64
1,13
3,16
2,20


Agora entendemos o porquê dos altos e baixos que se observam. Por exemplo, em Maio aparecem 38% de repetições, porque é um mês em que se cobriram poucas porcas (13), 5 delas já eram repetições (procedentes das 57 cobertas em Abril!). Por contra, em Junho baixam as repetições para 3,7% porque estamos cobrindo um lote grande (54 porcas) e só repetem 2 (porque em Maio foram cobertas poucas porcas…).

Contudo, os resultados reflectidos ao cabo de meio ano não são os que esperávamos. As cobrições estão a funcionar bem, as porcas entram bem em cio, temos poucas perdas durante a gestação e estão-se a desmamar 9,85 leitões/parto. Porque temos apenas 18,75 desmamados/porca – ano? Que está a falhar?


Interpretação dos dados produtivos de 5 meses



O que falha é que 6 meses podem continuar a ser poucos quando se funciona em bandas de 5 semanas, ou no mínimo devem-se ter em conta determinadas precauções.

Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Média
Nº porcas produt.
237
235
247
249
245
243
243
Cobrições
37
70
75
57
13
54
306
Repetições
14
8
10
6
5
2
45
% Repetições
37,84
11,43
13,33
10,53
38,46
3,70
14,71
Partos
42
48
56
34
23
64
267
Baixas lact.
52
23
53
63
64
87
342
Ninh. desm.
10
52
50
54
48
17
231
Total desmamados
122
469
490
533
490
171
2275
Desmamados/ninhada
12,20
9,02
9,80
9,87
10,21
10,06
9,85
Desm/porca/ano
6,18
23,95
23,81
25,69
24,00
8,44
18,75
Taxa partos
113,51
68,57
74,67
59,65
176,92
118,52
87,25
Part/porca/ano
2,13
2,45
2,72
1,64
1,13
3,16
2,20


Nos resultados de meio ano verificamos que temos um mês fraco em cada 5, que correspondem aos meses em que há poucas porcas desmamadas (Janeiro e Junho). Isto é lógico dado que o intervalo de cobrições é de 35 dias, pelo que em aproximadamente 1 mês de cada 5, podemos encontrar-nos praticamente sem desmames, cobrições ou partos.

O problema do período que estamos a analisar é que com 6 meses de análise, temos 2 meses “maus” e 4 “bons”. A solução seria analisar períodos de 5 meses, onde só calhe um período “mau” de cada 5, como corresponde.

Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Média
Nº porcas produt.
237
235
247
249
245
243
Cobrições
37
70
75
57
13
252
Repetições
14
8
10
6
5
43
% Repetições
37,84
11,43
13,33
10,53
38,46
17,06
Partos
42
48
56
34
23
203
Baixas lact.
52
23
53
63
64
255
Ninh. desm.
10
52
50
54
48
214
Total desmamados
122
469
490
533
490
2104
Desmamados/ninhada
12,20
9,02
9,80
9,87
10,21
9,83
Desm/porca/ano
6,18
23,95
23,81
25,69
24,00
20,81
Taxa partos
113,51
68,57
74,67
59,65
176,92
80,56
Part/porca/ano
2,13
2,45
2,72
1,64
1,13
2,01


Analisando 5 meses, os resultados aproximam-se mais da realidade. Os resultados ainda não são demasiado bons (20,81 desmamados/porca – ano) mas isto é fruto de:


  • A perda de Días Não Produtivos que ocasionou o agrupamento das porcas em bandas de 5 semanas.
  • O facto de que durante os 4 primeiros meses do ano, as taxas de partos ainda são más (são cobrições anteriores à organização da exploração em bandas, com piores resultados). À medida que vão passando os meses, os resultados deverão melhorar.


A evolução constata-se ao analisar um ano inteiro, onde os dados já se foram colocandoo no seu lugar ao analisar um amplo período de tempo. Agora sim, os resultados correspondem mais com o que vemos na exploração.


Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Média
Nº porcas produt.
237
235
247
249
245
243
230
226
222
221
221
222
233
Cobrições
37
70
75
57
13
54
63
62
63
53
52
25
624
Repetições
14
8
10
6
5
2
8
5
9
10
2
5
84
% Repetições
37,84
11,43
13,33
10,53
38,46
3,70
12,70
8,06
14,29
18,87
3,85
20,00
13,46
Partos
42
48
56
34
23
64
57
51
45
44
18
50
532
Baixas lact.
52
23
53
63
64
87
43
81
43
32
34
48
623
Ninh. desm.
10
52
50
54
48
17
58
56
49
52
46
45
537
Total desmamados
122
469
490
533
490
171
551
508
410
510
480
443
5177
Desmamados / ninhada
12,20
9,02
9,80
9,87
10,21
10,06
9,50
9,07
8,37
9,81
10,43
9,84
9,64
Desm/porca/ano
6,18
23,95
23,81
25,69
24,00
8,44
28,75
26,97
22,16
27,69
26,06
23,95
22,20
Taxa partos
113,51
68,57
74,67
59,65
176,92
118,52
90,48
82,26
71,43
83,02
34,62
200,00
85,26
Part/porca/ano
2,13
2,45
2,72
1,64
1,13
3,16
2,97
2,71
2,43
2,39
0,98
2,70
2,28


Um reparo, dissemos que a cada 5-6 meses deveria haver um mês com a produtividade penalizada. Contudo, desde Julho até Dezembro, em nenhum mês a produtividade falha. Porque será;?


Interpretação dos dados produtivos de 10 meses



De facto é casual, mas o dia 31 de Dezembro de 2009, era 5ª feira e nesta exploração era dia de desmames. Bastaria que se tivesse desmamado no dia seguinte e o ano 2009 teria perdido 443 leitões (quase 10% dos desmamados anualmente).

Jan Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Média
Nº porcas produt.
237
235
247
249
245
243
230
226
222
221
221
222
233
Cobrições
37
70
75
57
13
54
63
62
63
53
52
25
624
Repetições
14
8
10
6
5
2
8
5
9
10
2
5
84
% Repetições
37,84
11,43
13,33
10,53
38,46
3,70
12,70
8,06
14,29
18,87
3,85
20,00
13,46
Partos
42
48
56
34
23
64
57
51
45
44
18
50
532
Baixas lact.
52
23
53
63
64
87
43
81
43
32
34
48
623
Ninh. desm.
10
52
50
54
48
17
58
56
49
52
46
45
537
Total desmamados
122
469
490
533
490
171
551
508
410
510
480
443
5177
Desmamados / ninhada
12,20
9,02
9,80
9,87
10,21
10,06
9,50
9,07
8,37
9,81
10,43
9,84
9,64
Desm/porca/ano
6,18
23,95
23,81
25,69
24,00
8,44
28,75
26,97
22,16
27,69
26,06
23,95
22,20
Taxa partos
113,51
68,57
74,67
59,65
176,92
118,52
90,48
82,26
71,43
83,02
34,62
200,00
85,26
Part/porca/ano
2,13
2,45
2,72
1,64
1,13
3,16
2,97
2,71
2,43
2,39
0,98
2,70
2,28

E é que já o dissemos antes, o ideal em bandas de 5 semanas é analisar períodos múltiplos de 5 meses, senão a informação pode gerar erros, inclusive com períodos longos de tempo!

Na análise de 10 meses ainda obtemos informação mais fiável, agora com 8 meses “bons” e 2 maus (Janeiro e Junho).


Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Média
Nº porcas produt.
237
235
247
249
245
243
230
226
222
221
236
Cobrições
37
70
75
57
13
54
63
62
63
53
547
Repetições
14
8
10
6
5
2
8
5
9
10
77
% Repetições
37,84
11,43
13,33
10,53
38,46
3,70
12,70
8,06
14,29
18,87
14,08
Partos
42
48
56
34
23
64
57
51
45
44
464
Baixas lact.
52
23
53
63
64
87
43
81
43
32
541
Ninh. desm.
10
52
50
54
48
17
58
56
49
52
446
Total desmamados
122
469
490
533
490
171
551
508
410
510
4254
Desmamados / ninhada
12,20
9,02
9,80
9,87
10,21
10,06
9,50
9,07
8,37
9,81
9,54
Desm/porca/ano
6,18
23,95
23,81
25,69
24,00
8,44
28,75
26,97
22,16
27,69
21,68
Taxa partos
113,51
68,57
74,67
59,65
176,92
118,52
90,48
82,26
71,43
83,02
84,83
Part/porca/ano
2,13
2,45
2,72
1,64
1,13
3,16
2,97
2,71
2,43
2,39
2,36

Conclusão: Em explorações que funcionam em bandas, deve-se prestar atenção à interpretação de resultados em tabelas que mostram a evolução mês a mês. Para solucionar este problema, devem-se analisar períodos langos de tempo que coincidam com o intervalo entre bandas. Outra opção é gerar uma tabela que em vez de trabalhar por meses, trabalhe com períodos de tempo que possamos fixar. Assim por exemplo, em bandas de 3 semanas, analisaríamos períodos de tempo de 3 semanas, em bandas de 4, períodos de 4 semanas e em bandas de 5, de 5 semanas.


Interpretação dos dados com períodos de 5 Semanas


12-12 /15-1 16-1 /19-2 20-2 /26-3 27-3 /30-3 1-5 /4-6 5-6 /9-7 10-7 /13-8 14-8 /17-9 18-9 /22-10 23-10 /26-11 27-11 /31-12
Média
Nº porcas produt.
242
234
245
249
245
240
228
223
222
221
222
234
Cobrições
69
72
78
63
51
60
59
75
19
61
60
61
Repetições
16
15
10
7
6
3
10
8
10
3
6
9
% Repetições
23,2
20,8
12,8
11,1
11,8
5,0
16,9
10,7
52,6
4,9
10
14,1
Partos
51
52
54
44
38
72
62
30
47
52
51
50
Baixas lact.
38
39
39
83
78
73
59
79
52
51
49
58
Ninh. desm.
41
53
55
55
57
62
57
50
45
58
45
53
Total desmamados
413
493
558
533
561
598
521
424
426
594
443
506
Desmamados/ninhada
10,07
9,3
10,14
9,69
9,84
9,64
9,14
8,48
9,46
10,24
9,84
9,55
Desm/porca/ano
17,8
22
23,8
22,3
23,9
26
23,9
19,8
20
28,1
20,8
22,6
Taxa partos
60,4
68,9
76,6
63,6
85,7
82,4
82,4
85,3
84,5
81,3
78,5
76,1
Part/porca/ano
2,42
2,15
2,31
2,19
2,24
2,38
2,43
2,43
2,38
2,47
2,41
2,35

Conclusão: Ao adaptar o período de análise ao intervalo de tempo entre bandas (5 semanas), os resultados tornam-se mais homogéneos, inclusive com períodos curtos. Esta es provavelmente a melhor solução, mas ainda devemos ter em conta que ao estar a desmamar aos 28 dias, 3 bandas encontram-se separadas 5 semanas entre si e a 4ª banda ficará distanciada em 6 semanas, o que a longo prazo também provocará alterações nos resultados.

Comentários



O caso clínico ocorre numa exploração pequena, de umas 220 porcas produtivas que se está a agrupar em bandas de 5 semanas. Os resultados melhoram sensivelmente desde que se agrupam as cobrições a cada 5 semanas, mas os relatórios mensais de produção não acompanham o que vemos na exploração.

Os altos e baixos são devidos à maneira particular que têm, a maioria dos programas informáticos, para calcular os relatórios de evolução produtiva.

Os cálculos fazem-se desde o ponto de vista temporal, em vez de biológico para obter resultados de uma forma mais imediata. Se tivessemos que esperar que estivessem terminados os partos das porcas cobertas em Dezembro para conhecer a taxa de partos de Dezembro, só obteríamos o resultado ao fim de 4 meses.


  • Repetições: São calculadas dividindo o nº de porcas repetidas num determinado período pelas cobrições totais do mesmo período.
  • Taxas de partos: É calculada dividindo os partos de um determinado período pelas cobrições do mesmo período.
  • Partos/porca e ano: São calculados da seguinte forma. Exemplo. Partos de Janeiro (42) x 12 meses que tem um ano = 504. Dividindo pelas porcas produtivas desse mês (237), obtemos os 2,13 partos/porca - ano do mês de Janeiro.

Esta maneira de calcular não provoca excessivos problemas em explorações com um número muito constante de cobrições, partos e desmames ao longo de cada mês, algo que sucede em explorações que funcionam em bandas semanais (sempre e quando não apresentem altos e baixos nestes parâmetros).

Contudo, em explorações que funcionam em bandas, a constância mês a mês compromete-se, o que altera os resultados. Uma possível solução está em trabalhar com períodos mais longos de tempo, mas ainda assim deve ter-se em conta o intervalo entre bandas ao definir o período.

Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Média
Nº porcas produt.
237
235
247
249
245
243
243
Cobrições
37
70
75
57
13
54
306
Repetições
14
8
10
6
5
2
45
% Repetições
37,84
11,43
13,33
10,53
38,46
3,70
14,71
Partos
42
48
56
34
23
64
267
Baixas lact.
52
23
53
63
64
87
342
Ninh. desm.
10
52
50
54
48
17
231
Total desmamados
122
469
490
533
490
171
2275
Desmamados/ninhada
12,20
9,02
9,80
9,87
10,21
10,06
9,85
Desm/porca/ano
6,18
23,95
23,81
25,69
24,00
8,44
18,75
Taxa partos
113,51
68,57
74,67
59,65
176,92
118,52
87,25
Part/porca/ano
2,13
2,45
2,72
1,64
1,13
3,16
2,20


No final, o que determina o número de desmamados por porca/ano em cada mês é o total de leitões desmamados. Se se desmamam muitos, o resultado para esse mês será bom (neste caso, é o que sucede nos meses de Fevereiro, Março, Abril e Maio).

Contudo, nesta exploração, devido a que o intervalo entre cobrições é de 5 semanas, os partos e os desmames também ocorrem a cada 5 semanas. Nesta situação, a cada 5 meses, temos um mês onde não temos porcas (ou temos poucas) sendo desmamadas, cobertas ou paridas. É o que sucede em Janeiro e em Junho (poucos desmamados = desmamados/porca - ano baixos).

Neste caso estamos subestimando a produtividade, ao estarmos a interpretar um período de tempo de 6 meses, com 2 meses "maus" e 4 "bons".

O que podemos fazer é analisar 5 meses, com o que os resultados se aproximam mais da realidade. Temos um mês "mau" e 4 "bons", que já é o normal.

Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Média
Nº porcas produt.
237
235
247
249
245
243
Cobrições
37
70
75
57
13
252
Repetições
14
8
10
6
5
43
% Repetições
37,84
11,43
13,33
10,53
38,46
17,06
Partos
42
48
56
34
23
203
Baixas lact.
52
23
53
63
64
255
Ninh. desm.
10
52
50
54
48
214
Total desmamados
122
469
490
533
490
2104
Desmamados/ninhada
12,20
9,02
9,80
9,87
10,21
9,83
Desm/porca/ano
6,18
23,95
23,81
25,69
24,00
20,81
Taxa partos
113,51
68,57
74,67
59,65
176,92
80,56
Part/porca/ano
2,13
2,45
2,72
1,64
1,13
2,01


Assim pois, devemos analisar períodos que encaixem com o intervalo entre bandas do nosso sistema produtivo (neste caso de 5, 10, 15 meses...).

Outra opção seria em vez de trabalhar por meses, trabalhar com períodos de tempo que se correspondam com o intervalo entre bandas. Assim por exemplo, em bandas de 3 semanas, analisaríamos períodos de tempo de 3 semanas, em bandas de 4, períodos de 4 semanas e em bandas de 5, de 5 semanas.

12-12 /15-1 16-1 /19-2 20-2 /26-3 27-3 /30-3 1-5 /4-6 5-6 /9-7 10-7 /13-8 14-8 /17-9 18-9 /22-10 23-10 /26-11 27-11 /31-12
Média
Nº porcas produt.
242
234
245
249
245
240
228
223
222
221
222
234
Cobrições
69
72
78
63
51
60
59
75
19
61
60
61
Repetições
16
15
10
7
6
3
10
8
10
3
6
9
% Repetições
23,2
20,8
12,8
11,1
11,8
5,0
16,9
10,7
52,6
4,9
10
14,1
Partos
51
52
54
44
38
72
62
30
47
52
51
50
Baixas lact.
38
39
39
83
78
73
59
79
52
51
49
58
Ninh. desm.
41
53
55
55
57
62
57
50
45
58
45
53
Total desmamados
413
493
558
533
561
598
521
424
426
594
443
506
Desmamados/ninhada
10,07
9,3
10,14
9,69
9,84
9,64
9,14
8,48
9,46
10,24
9,84
9,55
Desm/porca/ano
17,8
22
23,8
22,3
23,9
26
23,9
19,8
20
28,1
20,8
22,6
Taxa partos
60,4
68,9
76,6
63,6
85,7
82,4
82,4
85,3
84,5
81,3
78,5
76,1
Part/porca/ano
2,42
2,15
2,31
2,19
2,24
2,38
2,43
2,43
2,38
2,47
2,41
2,35

Desta forma também se obtêm resultados sem tantos altos e baixos dentro de cada período, algo que pode gerar confusão e mal-entendidos, inclusive analisando períodos longos de tempo.














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