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Após 7 semanas sem alteração, o mercado aguarda subida da cotação

A segunda quinzena de Janeiro caracterizou-se pela manutenção da cotação dos porcos na Bolsa do Porco em Portugal. São 7 semanas consecutivas sem alteração.

29 de Janeiro de 2021

A segunda quinzena de Janeiro caracterizou-se pela manutenção da cotação dos porcos na Bolsa do Porco em Portugal. São 7 semanas consecutivas sem alteração. Os mercados europeus também se caracterizaram pela estabilidade nos preços, com excepção de Itália que subiu.

Em Espanha há forte pressão, por parte dos produtores, para que a cotação suba, mas os pesos bastante altos (mais de 90kg de carcaça) têm permitido que os matadouros consigam impedir essa subida tão desejada pela produção. Os pesos subiram porque houve bastantes limitações na saída de porcos para abate, nalgumas regiões de Espanha, devido à neve que bloqueou o acesso de camiões às explorações, seja para levar ração, seja para retirar porcos para abate. Estes porcos atrasados terão que ser abatidos de forma a que os pesos baixem para que haja condições de subida da cotação. Sem descida dos pesos não há subida das cotações, dizem os matadouros espanhóis.

Apesar destas “dificuldades”, os matadouros espanhóis continuam a abater e a congelar carne, porque têm a sensação de que não irão comprar porcos tão baratos, em 2021, como estão a comprar agora. Pelo seu lado, e considerando a procura elevada por parte dos matadouros, os produtores pretendem subir as cotações e quanto antes. Veremos o que dá este “braço de ferro”.

O mercado europeu continua com excesso de carne a Norte e mais fluido a sul. A Alemanha continua com cerca de 1 milhão de porcos por abate e com dificuldades no escoamento do excesso de carne. A Dinamarca continua com cerca de 2710 mil porcos atrasados por abater e com lentidão no mercado da carne. A Holanda também tem porcos por abater e não há grandes alterações no mercado da carne.

Os confinamentos gerais a que estão sujeitos os mais diversos países europeus, devido à Covid-19, têm implicado um encerramento da restauração. Ora, bem sabemos que o encerramento da restauração implica menores consumos de carne aos quais, a carne de porco não fica imune.

Em Portugal, com um confinamento mais restritivo, havendo encerramento de restaurantes, cafés e cantinas, o consumo de carne também se ressente. Em todo o caso, os matadouros continuam a pedir porcos e abatê-los sem grandes problemas, sinal de que a carne poderá não se vender no mercado nacional, mas poderá estar a vender-se nos mercados externos.

As vendas europeias para mercados de Países Terceiros- principalmente a China – continuam em grande ritmo. Grande parte do espaço deixado “livre” pela Alemanha no mercado chinês, tem sido ocupado pela Espanha. As quantidades de carne enviada para a China têm batido records atrás de records. Em todo o caso, aproximam-se as festividades do Ano Novo Chinês e na primeira semana de Fevereiro estará tudo fechado naquele país. Será 1 semana sem vendas.

Apesar do anúncio do Governo chinês de haver grande recuperação do efectivo suinícola naquele país (dizem as autoridades chinesas que a recuperação é de 80% em relação ao número de cabeças existentes antes da Peste), o que é verdade é que os porcos valem quase 4,50€/kg de carcaça e as compras chinesas de carne continuam muito. A semana passada apareceram informações, nos órgãos de comunicação mundiais, que teria aparecido um novo vírus da Peste Suína Africana na China, em função da utilização de vacinas que utilizaram novas estirpes daquele vírus. A ser assim, creio que a China, tão cedo não se livrará da Peste o que deixa melhores perspectivas para as eventuais vendas de carne europeia para aquele país.

O mercado europeu espera, com expectativa, o comportamento da reabertura do mercado chinês após a entrada no Novo Ano.

No que toca ao mercado intracomunitário, este encontra-se mais equilibrado do que há umas semanas porque se reduziu a oferta de carne alemã. A pressão da carne alemã junto dos seus vizinhos também é menor e isto alivia o mercado permitindo que haja melhores vendas de carne por parte dos outros países.

Outro dado a ter em conta tem que ver com o efectivo de suínos na Alemanha e na Holanda. Em ambos os países o efectivo tem diminuído e isto é sinal que a oferta também será menor dentro de algumas semanas.

No que diz respeito às cotações

Em Espanha a cotação manteve-se na segunda quinzena de Janeiro em 1,096€/kg PV (1,461€/kg carcaça). Os pesos subiram, tal como referi acima, e encontram-se nos 91,3kg de carcaça. Nunca os pesos estiveram tão altos em Espanha.

A Alemanha manteve a sua cotação 1,19€/kg carcaça. Os pesos subiram 1,3kg nesta quinzena para os 99,9kg. O mercado da carne tem melhorado e nota-se aumento da procura.

Na Holanda a cotação manteve-se em 1,32€/kg carcaça. As vendas de carne estão sem grandes alterações e daí a manutenção da cotação.

Na Bélgica a cotação manteve-se em 0,71€/kg PV.

Na Dinamarca a cotação manteve-se em 1,28€/kg carcaça. O mercado evolui lentamente, mas encontra-se numa situação de algum equilíbrio. Daí a manutenção da cotação que já ocorre há várias semanas.

Em França, a cotação manteve-se em 1,201€/kg carcaça. Os pesos baixaram 750g para os 97,45kg e estão 450g acima dos pesos do ano passado na semana. Os abates aumentaram nesta quinzena permitindo que o mercado se desenrole com alguma fluidez, implicando a descida dos pesos de abate.

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