13 de Março de 2025
A cotação dos porcos em Portugal subiu 0,075€/kg carcaça, na primeira metade de Março, fixando-se em 2,372€/kg carcaça na Bolsa do Porco, dando continuidade às subidas ocorridas nas semanas anteriores. Começa a haver uma ligeira descida do peso dos porcos, o que confirma uma maior procura e uma menor oferta, apesar dos matadouros se queixarem que as vendas de carne continuam muito fracas e que não conseguem fazer reflectir no preço da carne a subida da cotação dos porcos.

Com esta tendência de subida da cotação, os produtores vão fazendo um pouco de retenção de porcos, o que é já habitual noutras alturas em que o comportamento do mercado está numa “onda de subida”, para os poderem vender mais caros na semana seguinte.
O mesmo ocorre em Espanha, em que há alguma especulação com a oferta de porcos por parte dos produtores, o que ajuda a fazer subir a cotação apesar de não haver uma redução no peso dos porcos de abate. O que se nota é uma descida mais acentuada de pesos nas grandes integrações, o que é demonstrativo que são estas empresas que estão a fornecer, em maior quantidade, os porcos para abate à custa de uma descida de peso, havendo maior retenção por parte dos produtores independentes.
Dados da Mercolérida referem que estão a entrar semanalmente em Espanha, cerca de 30000-40000 porcos para abate oriundos dos mais diversos países da U.E. e que estes porcos estão pesados, o que tem evitado que a média do peso de abate, no país vizinho, baixasse. Esta quantidade semanal de porcos para abate que entra em Espanha é um sinal bem evidente da menor oferta nacional que continua a existir.
Para baralhar ainda mais as coisas, o mercado europeu está expectante para ver o resultado que têm as tarifas que os Estados Unidos irão aplicar aos produtos exportados pela U.E., mas sobretudo, com as tarifas que serão impostas pela U.E., como retaliação, sobre os cereais e soja que provêm dos EUA.
Mas maior expectativa existe relativamente às tarifas que os EUA irão aplicar à China, e a sua retaliação, e que efeito estas poderão ter nas compras de carne de porco por parte dos chineses na Europa, pois o mais natural é que os chineses passem a comprar menos carne de porco nos Estados Unidos e que, esse consumo se possa transferir para compras no mercado da U.E., sempre e quando não se lhe apliquem tarifas como resposta às tarifas europeias sobre os automóveis eléctricos chineses.
No mercado global em que temos vivido na última vintena de anos, o aparecimento destes entraves ao livre comércio é uma velha novidade a que já não estávamos habituados e que teremos que encontrar soluções e respostas para que estes travões sejam o menos prejudiciais possível.
No que diz respeito à evolução das cotações europeias do porco, em Espanha a cotação subiu 0,06€/kg PV (+0,08€/kg carcaça) na primeira metade de Março para 1,657€/kg PV (2,209€/kg carcaça). Os pesos de abate em Espanha desceram cerca de 300g nesta quinzena e continuam cerca de 1,3kg mais elevados do que os do ano passado nesta mesma altura.
Na Alemanha, a cotação manteve-se na primeira quinzena de Março em 1,72€/kg carcaça. Os pesos baixaram ligeiramente, apesar de continuar a haver um excesso de oferta, deixando antever um regresso ao equilíbrio nas próximas semanas, o que poderá permitir que a cotação possa encetar um caminho de subida, acompanhando o comportamento dos restantes mercados europeus.
Nos Países Baixos a cotação subiu 0,04€/kg carcaça para 1,67€/kg carcaça na primeira quinzena de Março.
Na Bélgica a cotação subiu 0,03€/kg PV na primeira metade de Março para 1,22€/kg PV.
Na Dinamarca a cotação subiu 0,02€/kg carcaça na primeira quinzena de Março, para 1,39€/kg carcaça.
Em França, a cotação manteve-se em 1,680€/kg carcaça na primeira metade de Março. Os pesos mantiveram-se nos 97,2kg e estão 700g acima dos pesos do ano passado nesta mesma quinzena. A tendência mantém-se inalterada no mercado francês de carne de porco. A tendência de abate está a aumentar, enquanto os pesos estão a regressar a uma trajetória de queda.
