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Aumenta a procura, reduz-se a oferta, baixam os pesos, sobem as cotações

Em Portugal houve uma forte subida da cotação que no total foi de 0,236€/kg carcaça na Bolsa do Porco passando a cotação para 1,466€/kg

20 de Maio de 2016

A primeira quinzena de Maio foi excelente no que diz respeito à evolução positiva do mercado e à subida da cotação dos porcos em Portugal. Na realidade, houve uma forte subida da cotação que no total foi de 0,236€/kg carcaça na Bolsa do Porco passando a cotação para 1,466€/kg. Para se ter uma noção, esta subida representa uma receita adicional de cerca de 18,00€/porco.

De uma semana para a outra, o mercado português viu-se com uma enorme falta de porcos. E porquê? Porque nós somos deficitários na produção indígena e o mercado espanhol está a necessitar abater todos os porcos que encontre para poder satisfazer os negócios da carne para Países Terceiros. No caso espanhol, se o mercado interno necessita de porcos para abate, as suas empresas de produção não lhe vão retirar os porcos e não os fornecem a outros, no caso Portugal.

Assim sendo, os pesos dos porcos em Portugal desceram de uma forma significativa dada a maior procura de porcos nacionais e, em consequência, levando a uma descida dos pesos e a uma forte subida das suas cotações.

O mercado interno do porco flui melhor, as vendas de carne aumentam e estes sinais positivos deverão continuar nas próximas semanas.

Esta subida é uma garrafa de oxigénio que permite que os suinicultores possam respirar um pouco melhor.

As vendas europeias de carne de porco para Países Terceiros aumentaram muitos nestas últimas semanas. A China, fruto do abate de porcas do ano passado (cerca de 7 milhões de porcas abatidas devido à crise do sector naquele país asiático), teve um aumento considerável na cotação dos porcos e nos preços da carne, levando o Governo chinês a lançar no mercado carne congelada dos stocks Nacionais para conter a subida e a inflação.

Por outro lado, as necessidades em abastecer de carne de porco o mercado chinês, levou a que este país comprasse o dobro da quantidade de carne de porco que é normal à UE, aos Estados Unidos, ao Canadá e, pela primeira vez na história, ao Brasil.

Segundo a informação do Mercolérida, o aumento dos envios de carne de porco da UE para a China, representa cerca de 1 milhão de porcos adicionais aos volumes “normais” de exportação para o gigante asiático em anos anteriores. Também continuam em bom ritmo as vendas de carne de porco da UE para o Japão e Filipinas, havendo menos vendas para a Coreia do Sul.

Em Espanha a cotação de Lérida subiu 0,11€/kg PV (cerca de 0,146€/kg carcaça) ficando a cotação em 1,07€/kg PV (cerca de 1,427€/kg carcaça). Como referi acima, o mercado espanhol vai abatendo porcos como nunca e, finalmente, os pesos começam a baixar (desceram 1,5kg em 3 semanas). Mesmo assim, continuam 700g acima dos pesos do ano passado na mesma semana.

A Alemanha também subiu significativamente a sua cotação +0,14€/kg carcaça, fixando-se a cotação em 1,42€/kg nesta quinzena. Os pesos desceram em função de uma menor oferta (estão nos 95,8kg carcaça), do aumento das exportações para Países Terceiros e do aumento da procura interna para os tradicionais churrascos da Ascensão.

Nesta quinzena, tanto a Holanda como a Bélgica subiram as suas cotações. A Holanda subiu 0,10€/kg carcaça para os 1,38€/kg carcaça e a Bélgica subiu 0,10€/kg PV para 0,96€/kg PV. Na Holanda, o peso dos porcos desceu cerca de 1kg em peso carcaça.

A Dinamarca subiu a sua cotação esta quinzena em 0,07€/kg carcaça, fixando-se em 1,24€/kg carcaça. O aumento das vendas de carne para Países Terceiros permite uma melhor fluidez no mercado e isso implica subidas, ainda que mais ténues, das cotações naquele país.

Em França a cotação subiu 0,05€/kg carcaça, fixando-se a cotação e 1,192€/kg carcaça. Os abates estão nos 395 mil porcos semanais e os pesos voltaram a baixar mas não muito significativamente mantendo-se à volta dos (94kg carcaça. Os pesos não desceram de uma forma mais acentuada devido aos Feriados da Ascensão e do Pentecostes.

A primeira metade de Maio foi muito boa para o mercado do porco português e Europeu. É natural que o resto do mês continue neste caminho permitindo uma franca e importante recuperação do sector.

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