No provérbio popular, há um ditado que diz que, quando há dias de festa, os animais geralmente são os principais visados, devido à menor atenção que lhes é dada. No caso dos porcos, sempre se acreditou que, em dias feriados, os colaboradores da exploração realizam o trabalho com mais "agilidade" do que o normal, influenciando os resultados de certos parâmetros de produção a posteriori.
Para testar se isso ainda hoje é válido, foi recolhida informação da base de dados de PigCHAMP Pro Europa e foi analisado o resultado das cobrições realizadas uma semana antes do feriado (a modo de referência), as do próprio feriado e as realizadas no dia a seguir. Os feriados testados são os de 2018, excepto o 1 de Janeiro, que é de 2019. Os feriados analisados foram:
- Natal e Ano Novo (25 de Dezembro e 1 de Janeiro);
- Semana Santa (23 de Março, Sexta Feira Santa);
- Primeiro de Maio;
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Assunção de Nossa Senhora (15 de Agosto);
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Dia da Hispanidad (12 de Outubro);
- Todos os Santos (1 de Novembro);
- Dia da Constituição (6 de Dezembro).
Não foram analisados o 6 de Janeiro nem 8 de Dezembro dado que, em 2018, ambos calharam ao fim-de-semana.
Natal e Ano Novo
O gráfico 1 mostra a taxa de partos, relativa às cobrições registadas a 25 de Dezembro e 1 de Janeiro e as da semana anterior, bem como o dia a seguir aos feriados. Tanto o 25 de Dezembro como o 1 de Janeiro foram 3ª feira e registaram taxa de partos semelhante à de 18 de Dezembro. Não obstante, é observada uma descida na taxa de partos correspondentes ás cobrições realizadas tanto a 26 de Dezembro como a 2 de Janeiro.
Semana Santa
O gráfico 2 mostra a informação relativa à Semana Santa, onde é observado que tanto as cobrições de Sexta de Feira Santa, como as do dia imediatamente posterior, mostram uma taxa de partos semelhante à registada na Sexta Feira anterior.
Primeiro de Maio
O primeiro de Maio foi Terça Feira e, neste caso, foi registada uma taxa de partos nas cobrições, sensivelmente inferior à registada 7 dias antes. Não obstante, as cobrições do 2 de Maio mostram uma grande descida na taxa de partos, não superando os 80%.
Assunção da Nossa Senhora (15 de Agosto)
Este feriado foi a uma 4ª Feira e as cobrições, tanto desse dia como do posterior, registaram uma taxa de partos inferior às cobrições da semana anterior (Gráfico 4).
Dia da Hispanidad (12 de Outubro)
No dia da Hispanidad, que foi 6ª Feira, as cobrições levaram a uma taxa de partos semelhante nas 3 datas examinadas (Gráfico 5).
Todos os Santos (1 de Novembro)
Em relação a este feriado, que foi a uma 5ª Feira, foram observados valores semelhantes relativos à taxa de partos, entre 1 de Novembro e 25 de Outubro. No entanto, é observado um aumento nesta taxa no dia imediatamente posterior ao feriado, ou seja 2 de Novembro (Gráfico 6).
Dia da Constituição (6 de Dezembro)
O Dia da Constituição foi 5ª Feira e nele foi observado um padrão semelhante ao do caso anterior. As cobrições realizadas a 6 de Dezembro propiciaram uma taxa de partos similar às das cobrições realizadas uma semana antes. Igualmente, é observado um grande aumento na taxa de partos obtida nas cobrições realizadas no dia posterior ao feriado (Gráfico 7).
No próximo artigo serão analisados estes dados para saber se a profissionalização do sector suíno é suficiente de modo a manter a eficiência nas semanas com feriados no meio.
N.T. - o artigo analisa os feriados de Espanha