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Comércio mundial de carne de porco: os mercados japonês e sul-coreano em declínio

A competição entre os exportadores de carne de porco europeus, brasileiros e americanos não existe apenas para a China. Também existe para o Japão e Coreia do Sul.

21 Fevereiro 2024
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Para além da diminuição das exportações europeias para a China, os exportadores europeus também enfrentam uma debilidade das vendas para outros mercados da Ásia, que exigem produtos de porco mais sofisticados e de elevado valor acrescentado.

Em 2023, o Japão e a Coreia do Sul viram-se afectados por uma inflação significativa. Quanto aos alimentos, no terceiro trimestre, os preços ao consumidor aumentaram 9,4% no Japão e 4,5% na Coreia do Sul em relação a 2022. Este contexto económico incerto provocou uma queda da procura por parte dos consumidores, especialmente no que se refere à restauração, um sector que necessita produtos importados.

É por isto que as importações de produtos de porco, nos primeiros 8 meses do ano, caíram 12,5% em relação ao ano passado para o Japão e 14,1% para a Coreia do Sul. Nestes dois mercados, os europeus foram os mais castigados pela debilidade das compras. Pelo contrário, os exportadores brasileiros, que antes estavam muito pouco presentes nestes países asiáticos onde a procura de produtos processados ​​é mais forte do que na China, ganharam quota de mercado.

Importações do Japão (milhares de t; excluindo porcos vivos). Fonte: Ifip a partir de dados das alfândegas Eurostat, TDM.
Importações do Japão (milhares de t; excluindo porcos vivos). Fonte: Ifip a partir de dados das alfândegas Eurostat, TDM.

Em 2023, o mercado de exportação foi influenciado pela perda de quota de mercado dos europeus em muitos países, competindo com as origens brasileira e americana.

As diferenças de preços entre as zonas produtoras e a descida da produção europeia estão no origem da perda de competitividade da UE. A este contexto junta-se um ambiente económico desfavorável para as compras dos principais importadores globais, o que desacelerou o comércio mundial no terceiro trimestre.

Fora da Ásia, os motores de crescimento para os exportadores europeus são limitados porque beneficiam pouco do dinamismo da procura mexicana. Os Estados Unidos representam 83% do fornecimento do México, seguido pelo Canadá (13%), Brasil (2%) e finalmente a Espanha (1%). Na Austrália, a procura caiu (-21%) e só os volumes europeus se vêem afectados (-45%). Outros fornecedores estão a consolidar as suas posições (+41%), especialmente os Estados Unidos.

Apesar da redução da produção europeia de carne de porco, o mercado de exportação responde ao desafio do equilíbrio entre as carcaças e a valorização de todos os produtos de porco. Tal como os brasileiros e os norte-americanos, os exportadores europeus estão a explorar uma diversificação essencial dos seus mercados fora da Ásia ou da América Latina.

Principais importadores mundiais e seus fornecedores (milhares de toneladas; excluindo porcos vivos; acumulado 9 meses). Fonte: Ifip com dados das alfândegas do Eurostat, TDM.
Principais importadores mundiais e seus fornecedores (milhares de toneladas; excluindo porcos vivos; acumulado 9 meses). Fonte: Ifip com dados das alfândegas do Eurostat, TDM.

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