O erro mais frequente que pode ser cometido no momento de desenhar os procedimentos operativos standart (SOP das suas siglas em inglês) de higiene do transporte suíno é acreditar que o uso de desinfectante, por si só, pode descontaminar a matéria orgânica residual que pode ficar depois de uma limpeza deficiente. O segundo erro é a falta de coerência na execussão dos protocolos devido a uma quebra na comunicação interna ou na má formação causada, por sua vez, por uma sistematicamente pobre ou inconsistente formação contínua e revisão destes SOPs com as pessoas a cargo da sua execussão. Vamos rever os diferentes passos que devem ser incluídos ao construir um SOP sólido para este processo de higiene, baseado nos princípios do Círculo de Hebbert Sinner para a limpeza e desinfecção (imagem 1).
Primeiro passo:
A limpeza a seco (ou seja, raspagem) tem como objectivo eliminar a maior parte da matéria orgânica visual e minimizar a aerosolização de contaminantes (imagem 2). Deve ser evitada qualquer tentativa de começar prematuramente o passo seguinte do protocolo que usa água à pressão para substituir a acção mecânica da limpeza a seco. Fazê-lo daria como resultado a atomização da matéria orgânica e os seus contaminantes, o que dificultaria a sua redução e eliminação.
Segundo passo:
A limpeza húmida deve ser realizada com água limpa e com pressão para completar a eliminação de partículas finas e matéria orgânica que fica despois da limpeza a seco (imagem 3). Para melhorar este passo, deve ser usada água quente à pressão (cerca de 32 ºC). Sem o nível apropriado de humidade nas superfícies, não pode ser obtida a maior eficiência dos agentes humectantes que se encontram na formulação do detergente e os agentes tensioactivos não têm o máximo efeito na sinergia com a temperatura da água quente.
Terceiro passo:
A aplicação do detergente (imagem 4). A superfície foi preparada para a acção do detergente, que melhorará e optimizará a eliminação do biofilm, matéria orgânica e películas, eliminando a acumulação de depósitos orgânicos e películas minerais. Este trabalho deve ser realizado segundo o pH do produto. No caso dos detergentes neutros, depende do componente desinfectante do químico. Os detergentes de pH baixo foram formulados para abordar eficazmente as incrustações minerais e o biofilm, enquanto que os detergentes alcalinos tendem a abordar a matéria orgânica. Uma terceira característica importante dos detergentes está relacionada com a tolerância a certo nível de condições de água dura.
A água quente pode contribuir sinergicamente para melhorar a capacidade tensioativa dos componentes detergentes, o que não só facilita uma quebra mais eficiente e rápida da tensão superficial dos componentes, como também acelera a remoção mais uniforme da matéria orgânica e do biofilme.
Para a qualidade e uniformidade da espuma, é fundamental o ajuste da pressão com base no tipo de equipamento e de boquilha. A formação de espuma é essencial em superfícies verticais para melhorar o tempo de retenção na superfície e, assim, alcançar o tempo de contato ideal do detergente.
Quarto passo:
Enxaguar e retirar o detergente. Deve ser garantido que as superfícies dos camiões não sequem com o detergente por remover e enxaguar, já que o detergente dificulta a eliminação de biopelículas e incrustações. O detergente deve ter um tempo de contacto de 15 a 20 minutos, segundo as recomendações do fabricante, mas de seguida é essencial enxaguar e eliminar o detergente e deixar a superfície a secar. Qualquer acumulação de água afectará a diluição do desinfectante.
Quinto passo:
Desinfectar. O trabalho duro de limpeza já foi realizado e, com ele, eliminou-se pelo menos 90% da matéria orgânica, tendo sido feito 90% do trabalho. A desinfecção é importante, mas é apenas o capítulo final de todo o processo de higiene. As características da espuma e a capacidade de certos produtos poderão ajudar a melhorar o tempo de contacto nas superficies verticais, se forem aplicadas com o equipamento adequado. Os produtos desinfectantes podem conseguir a máxima eficiência quando são aplicados sobre uma superfície seca, utilizando a diluição correcta, uma dureza aceitável da água e a melhor cobertura possível sobre as superfícies críticas que tenham sido contaminadas por matéria orgânica animal. O processo deve permitir que o desinfectante tenha o tempo de contacto indicado e os camiões devem estar secos antes de abandonar a unidade de lavagem e antes de serem expostos a elementos climáticos.
Há que ter em conta que, para a desinfecção adequada de todas as superfícies, a última etapa deve incluir um método de secagem mecânica, como secagem e descontaminação assistida por calor (TADD), usando ar quente a cerca de 50 - 72 ° C por 10 - 20 minutos, dependendo do agente patogénico. A tecnologia DRYSIST oferece outro sistema de descontaminação de superfície térmica. Esse sistema verifica eletronicamente o tratamento de todas as superfícies internas do camião a 70 ° C por 30 minutos, contados desde que a parte mais fria do camião atinge a temperatura desejada.
Se vai ser usado material de cama para um determinado grupo de animais, deve ser desenvolvido e redigido um SOP específico para comprar material biologicamente seguro (controlo de qualidade entrante - IQC) e para o armazenamento e maneio bio-seguro dentro da instalação da unidade de lavagem do camião, antes de colocar o material no reboque, já limpo e desinfectado.
Alguns pontos críticos adicionais a ter em conta ao escrever os SOPs para estos protocolos de higiene, relacionados com a lavagem e o processo de lavagem, são os seguintes.
Na zona de lavagem do veículo:
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Para habilitar e facilitar o processo de secagem, deve ser considerado o inclinar do pavimento para melhorar o tempo e a qualidade do processo (eliminando a água acumulada). Outras ferramentas / processos possíveis para melhorar a optimização da secagem são os rodos para eliminar mecanicamente a água.
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A parte de baixo do camião deve ser lavada com máquina rotativa.
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O lixo da cabine do camião tem que ser eliminado (limpeza a seco).
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Todos os componentes que não pertençam à cabine do camião devem ser retirados.
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Os uniformes que vestidos durante a lavagem e desinfecção devem ter cores diferentes.
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Para lavar têm que ser usadas botas de borracha e fato protector.
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Os sacos de serradura vazios, as botas sujas, os macacos de trabalho e luvas devem ser deixados em lugares designados (caixote do lixo de reciclagem, lixo geral ou lavadaria).
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As vassouras, pás, varas, tabuleiros para mover animais, etc. têm que ser lavados.
Durante o processo de lavagem:
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Se o reboque permanece com a cabina do camião, deve ser limpa em primeiro lugar a cabina do camião e depois fechar as portas enquanto o reboque e outros equipamentos são lavados. Outra opção será realizar apenas a limpeza a seco em húmido e fechar a cabina para deixar a sua desinfecção até ao final do processo. É melhor separar a cabina do camião do reboque e limpá-la separadamente para que o camião não entre em contacto com a matéria orgânica resultante da lavagem do reboque.
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Sempre que seja possível, limpar a cabine do camião com ar comprimido para os assentos e água para o solo e os pedais.
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Os pedais e o solo da cabine devem ser lavados e limpos.
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As outras superfícies da cabine (volante, alavanca do travão de mão, puxador das portas, alavanca das mudanças, etc) devem ser limpas pano limpo humedecido com uma solução desinfectante ou com toalhitas desinfectantes.
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Dentro da cabina é aplicado um insecticida de piretrinapara para matar qualquer insecto e fecham-se as portas.
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Trabalhando de cima para baixo e da frente para trás, primeiro lava-se o exterior do reboque e o camião com água à pressão e depois o interior do reboque, incluindo as rampas, portas, painéis, escovas, pás, caixas limpas e sujas e ambos os lados dos painéis.