A cada 10 anos, o Censo Agrícola é uma oportunidade para se ter um retrato da agricultura francesa. Em 2020, a França continental tinha 389779 explorações (-20 % em 10 anos), metade com actividade de produção de animais (167000, -24% em 10 anos). Destes, 82% criam herbívoros, 10% granívoros e 8% são mistas.
Desaceleração da diminuição das explorações de suínos
Trava-se a descida do número de explorações de suínos: 59549 em 2000, 22286 em 2010 (-63%) e 13048 em 2020 (-42%). Quase todos os porcos do país são produzidos num total de 8448 explorações, com mais de 100 porcos ou 20 porcas, das quais 4426 têm mães. Esta cifra duplicou em 2000. A descida do efectivo também está a desacelerar: 13,3 milhões de suínos em 2020 (-3,5 %/2010), incluindo 955795 porcas (-14,3 %).
Tipos de explorações de suínos
Em França co-existem três grandes tipos de suiniculturas: especializadas (44 % das explorações e 67 % dos suínos); poli-culturas-produção suína (20% das explorações e 11% dos suínos); mistas herbívoros/suínos (29% das explorações e 21% dos suínos). Todos os tipos de produção perderam explorações entre 2010 e 2020, mas a redução foi mais forte entre as explorações mistas com -43,2% explorações e -27% suínos e a menos acentuada entre as explorações especializadas, com -18,6% explorações e +5,9% suínos.
Concentração do efectivo de suínos
O efectivo de suínos continua concentrado em mais de 70% nas três regiões ocidentais do país (Bretanha, País de Loire e Baixa Normandia). O efectivo suinícola resistiu melhor fora do Grand Ouest entre 2010 e 2020 com apenas uma diminuição de -2,4 % após a sua queda de 14,2 % na década de 2000, enquanto que o Grand Ouest perdeu 4,1 % dos seus suínos. Com 56,3% dos suínos, a Bretanha continua a ser a principal região produtora de suínos de França, mas ali, a descida do efectivo suinícola foi maior.
A maioria das suiniculturas em França são polivalentes
O efectivo de suínos está cada vez mais concentrado (67% em 2020) em explorações especializadas sem terras e sem outra produção animal, ou inclusive sem porcas reprodutoras. Se bem que isto reflicta a dificuldade em gerir várias unidades pecuárias, também coloca a questão da separação das unidades de produção em diferentes estruturas jurídicas, tal como com o aumento das explorações de suínos sem SAU ou sem porcas. A existência de várias estruturas jurídicas é o resultado da história, de uma obrigação regulamentar (associação a um terceiro, actividade fora da exploração) mas frequentemente de uma escolha para obter autorizações, adaptar-se às limitações ambientais e à condicionalidade das ajudas, maximizar as ajudas e optimizar as deduções fiscais e sociais.
Os territórios especializam-se mais do que as explorações
As explorações com culturas e produção animal estão a decrescer nas zonas orientadas para a produção vegetal (Centro, Borgonha, Picardia, etc.) e progridem nas zonas pecuárias com terras de cultivo (Bretanha). A procura da autonomia na terra, uma estratégia dos suinicultores desde que dispararam os preços das matérias-primas em 2008, traduz-se num aumento da SAU média por exploração, sem que diminua a carga de suínos por hectare devido ao aumento do número de animais.
Entre 2010-2020, o crescimento do número de porcos nos dois extremos do tamanho das explorações ilustra a polarização de projectos entre a criação de pequenas explorações (biológicas, com palha), em circuitos curtos e o desenvolvimento de grandes explorações convencionais.
A produção e a comercialização alternativas continua a ser limitadas
Apenas 7,1% das explorações (1,6% do efectivo suinícola) declaram que alguns dos seus suínos se criam ao ar livre; 5,5% das explorações (1,7% dos porcos) têm o certificado de Agricultura Biológica ou em conversão e 8,3% das explorações (3,3% dos porcos) processa a carne na própria exploração.
A evolução para uma produção suinícola cada vez mais especializada, com pouca ou nenhuma terra, ou outra produção animal, ou inclusive sem porcas, reflecte a dificuldade em conciliar vários tipos de produção, mas também a separação das produções de uma empresa agrária em estruturas jurídicas separadas.
A importância da produção suína em termos de emprego, em redução, limita-se a 22200 equivalentes a tempo completo em 2020. A renovação dos suinicultores continua a ser um tema importante com um terço dos suínos nas mãos de um suinicultor com 55 ou mais anos!