X
XLinkedinWhatsAppTelegramTelegram
0
2
Leia este artigo em:

Como nos devemos focar no problema das coxeiras nas porcas

As coxeiras são a segunda causa de eliminação das porcas.

As coxeiras nas porcas é uma das problemáticas na produção suína que tem visto a sua incidência aumentada nos últimos anos.

Quando analisamos as causas pelas quais se refugam as porcas, verificamos que a incidência das coxeiras é a segunda causa mais frequente e cada vez terá mais relevância conforme vamos adaptando as nossas explorações às normas de bem-estar animal, como são a adaptação e o maneio das porcas em parques.

Sobrecrecimiento de las pezuñas

Foto 1: Sobrecrescimento das unhas

Valorização das coxeiras- introdução

Desde o ano 2008, a valorização das coxeiras nas nossas explorações suínas passou a ser uma ferramenta mais no nosso trabalho. Podémos observar que estes surtos de coxeiras não se dão de forma regular durante o ano, mas sim que a exploração tem uns picos de patologia cada 3-4 meses.

Até esta data, quando tinhamos problemas de coxeiras nas mães, o que faziamos era aplicar tratamentos injectáveis com anti-inflamatórios e antibióticos no animal lesionado e estabelecíamos de forma rotineira medicações na ração à base de amoxicilina, lincomicina ou tilosina.

Normalmente este tipo de tratamentos funcionam pontualmente numa percentagem de animais, mas o problema ao cabo de uns meses volta a aparecer.

A nossa experiência de campo tem-nos demonstrado que quando analisamos as explorações com problemas de coxeiras, em todas elas encontramos prevalências mais ou menos altas de lesões nos cascos.

A partir desta evidência aconselhamos fazer avaliações de unhas nas explorações com incidência de coxeiras.

Inflamación purulenta en el pie y ruptura dígito auxiliar

Foto 2: Inflamação purulenta no boleto e ruptura do dedo auxiliar

Como se faz uma avaliação de unhas

  1. Escoger un total de 50 animales de las salas de maternidades. Preferentemente cerdas que haga poco que hayan parido (están más quietas y más tiempo tumbadas).
  2. Valorar las extremidades posteriores por ser más accesibles, en total 100 patas.
  3. Trabajar con las tablas de lesiones (grado de lesión y localización de ésta).
  4. Revisar la calidad de la queratina (color, textura, rugosidad, irregularidades…).
  5. Valorar además el tipo de instalaciones (calidad del suelo, humedad, slat, etc).

Las lesiones más comunes que nos encontramos son:

  • Sobrecrecimientos/erosão da almofada plantar
  • Gretas na parede lateral
  • Gretas na sola/almofada plantar
  • Gretas na parede horizontal
  • Sobrecrescimentos de cascos
  • Lesões na linha branca

Grietas en la pared lateral

Foto 3. Gretas na parede lateral da unha

Mais questões a ter em conta

À parte da avaliação das unhas e do estado das instalações é importante avaliar também os registos de produção, já que uma exploração com uma percentagem alta de porcas com coxeiras durante um período de tempo longo, provavelmente ver-se-á reflectido de alguma forma na produtividade.

Alguns dos parâmetros produtivos que teríamos que incluír na avaliação são:

  • Índice de fertilidade
  • Índice de partos
  • % de reposição anual
  • Nº partos / porca refugada
  • % de porcas mortas na exploração (eutanasiadas ou mortes súbitas)
  • % porcas gestantes que são enviadas para o matadouro
  • Nº de leitões desmamados por porca e ano
  • Nº de leitões desmamados por lugar de maternidade

A partir desta primeira avaliação produzimos um relatório para o cliente onde se especifica o tipo de lesões que temos e percentagens das mesmas e estabelecemos um protocolo de acção, onde teremos em conta todos os parâmetros analisados anteriormente.

Em muitas das explorações encontramo-nos entre 30-40 % das porcas com lesões de grau 2 (moderadas) ou grau 3 (severas) nas unhas.

Que fazer depois da avaliação das lesões

Depois da primeira avaliação e vendo o grau de lesão nas unhas e a percentagem de coxeiras, estabelecemos em toda a exploração a aplicação de quelatos de aminoácidos hidratados, que actuem sistemicamente na porca, incluindo as rações das futuras reprodutoras, gestação e lactação, com o objectivo de melhorar a saúde e a qualidade das unhas nestas explorações. Também aplicámos tratamentos injectáveis aos animais com lesões agudas e melhorámos os solos nos casos em que foi necessário.

Ao cabo de 6 meses voltámos a fazer outra avaliação. Este período de tempo (6 meses) deve-se a que a unhas têm um crescimento de uns 5-7 mm por mês e portanto nestes 6 meses o casco ter-se-á regenerado quase por completo.

Outro dos pontos em que também fazemos "finca-pé" é em tornar rotineiro na exploração o corte dos cascos das porcas. Este maneio realizamos normalmente nas salas de maternidade quando a porca está deitada.

 recorte de los cascos de las cerdas

Em todas as explorações, após 5-6 meses suplementando as rações com uma combinação de zinco, cobre e manganês, vemos claramente uma diminuição do grau de lesão das unhas e da incidência de coxeiras.

Conclusões

  1. O primeiro passo na hora de ver a incidência de coxeiras numa exploração é fazer uma boa avaliação das lesões das unhas. Aqui também temos que incluír parâmetros produtivos como índice de fertilidade, índice de partos, % de porcas mortas ou sacrificadas, etc.
  2. Em todas as explorações 5-6 meses após começar a utilizar quelatos minerais orgânicos vemos uma diminuição muito importante de coxeiras e lesões nas unhas. Também se observa uma melhoria da qualidade da queratina, passando de uma cor castanho escuro para uma cor marfim.
  3. Na nossa experiência de campo estamos a ver que há uma grande correlação entre a melhoria da incidência de coxeiras e a melhoria dos índices reprodutivos.
  4. No caso de ser possível, a nossa recomendação seria começar o tratamento na fase de crescimento-recria das futuras reprodutoras, para prevenir a osteocondrose articular. Nas explorações em que começámos a trabalhar com os quelatos na fase de recria podemos observar uma diminuição na percentagem de porcas que se mandam para o matadouro antes do 3º parto. Em alguns casos passámos de 42,8 % para 23,3 %.
  5. Nunca podemos ficar apenas com a avaliação a “olho” das coxeiras, temos que analisar outros parâmetros e avaliar se há melhoria ou não. É por isso que os registos dos índices produtivos são tão importantes.

Comentários ao artigo

Este espaço não é uma zona de consultas aos autores dos artigos mas sim um local de discussão aberto a todos os utilizadores de 3tres3
Insere um novo comentário

Para fazeres comentários tens que ser utilizador registado da 3tres3 e fazer login

Não estás inscrito na lista Última hora

Um boletim periódico de notícias sobre o mundo suinícola

faz login e inscreve-te na lista

Produtos relacionados na Loja Agro-Pecuária

A loja especializada em suíno
Acoselhamento e serviço técnico
Mais de 120 marcas e fabricantes
Não estás inscrito na lista A web em 3 minutos

Um resumo semanal das novidades da 3tres3.com.pt

faz login e inscreve-te na lista