Descrição da Exploração
A exploração de ciclo fechado parcial e com 350 mães encontra-se situada no oeste de França numa zona de elevada densidade suína. O maneio realiza-se em bandas de 3 semanas e os leitões são desmamado aos 28 dias de vida. Os animais de substituição são adquiridos no exterior.
O alimento (alimentação líquida) é fabricado na própia exploração partindo de uma ração complementar (excepto para os alimentos de 1º e 2ª idade). A água é potável ainda que ferruginosa.
Distribuição da exploração
Plano profilático
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Aparecimento do Caso
O caso aparece ao se observar uma diminuição do rendimento dos animais durante a fase de engorda. O crescimento desacelera por volta dos 60 kg.
Se bem que os resultados produtivos do ano anterior foram médios (10,4 desmamados e um índice de partos de 85%), os rendimentos na engorda foram efectivamente muito maus (105 kg aos 195 dias de vida e 13% de perdas entre o desmame e o final da fase de engorda). Segundo o suinicultor, os resultados dos últimos 12 meses têm sido piores (se bem que existam certas incoerências nestes resultados fruto de erros no lançamento de dados).
O aparecimento destes problemas junto com a observação de alguns casos de dermatite e nefrite levaram à implementação da vacinação das porcas contra o PMWS.
Visita à Exploração
Em inicios de Janeiro o veterinário visita a exploração e realiza as seguintes observações:
Maternidade | |||
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Baterias | |||
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Engorda | |||
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Primeiras Medidas Tomadas
Relativamente às edificações seria necessário realizar importantes restruturações mas trata-se de obras de envergadura. Pelo momento o veterinário indica a necessidade de:
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Hipóteses de Diagnóstico
Impõem-se várias hipóteses e algumas sobrepõem-se:
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Recolha de Amostras
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Para as necropsias o suinicultor escolhe 4 animais vivos com atraso no crescimento como os mais representativos dos problemas que estão a afectar a exploração. Estes são levados ao laboratório para realizar a necropsia.
Necrópsia e Resultados Laboratoriais
Nenhum animal apresenta as mesmas lesões, com problemas tão diferentes como uma endocardite vegetante ou uma peritonite consequência de uma úlcera do cólon tal como mostram as seguintes fotografias:
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Endocardite "em couve-flor"
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Úlcera do cólon
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Não se observam lesões pulmonares importantes, nem hipertrofia dos gânglios inguinais nem lesões no íleo.
Os resultados das análises realizadas às amostras enviadas são os seguintes:
PRRS
(PCR em 30 animais das baterias) |
PRRS
(serologia a 8 porcos de 10 semanas e 8 na fase de acabamento) |
Lawsonia
(serologia a 6 porcos na fase de acabamento) |
DON
(ao milho) |
DON
(à mistura de trigo-complementar) |
Negativo
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Negativo
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Positivos (6/6)
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< 100 ppb
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entre 700 e 900 ppb
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Diagnóstico
O conjunto das observações e resultados incita a prestar uma atenção especial na contaminação do alimento por micotoxinas no que se refere aos problemas da engorda.
O diagnóstico último seria uma contaminação por micotoxinas agravada por um contexto desfavorável tanto a nível das instalações como a nível sanitário.
Se bem que a seropositividade para Lawsonia não se relacionasse com as lesões nos porcos mas sim com as diarreias no final das baterias, não se pode excluír totalmente o papel que pode desempenhar esta patologia.
Medidas Tomadas
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Evolução do Caso
A incorporação do captador de micotoxinas teve um efeito positivo no comportamento dos animais, mostrando-se menos nervosos. As baixas diminuiram assim como os animais com crecimento pobre na engorda.
Pelo contrário, nas baterias a tilosina só conseguiu melhorar de forma parcial o problema de diarreias. Neste caso, se as medidas zootécnicas relacionadas com a ventilação e a higiene não melhoram o problema será com a vacinação contra a ileite.
Comentários
O aparecimento de baixos rendimentos desde há tempo em porcos de crescimento e engorda numa exploração francesa de ciclo fechado parcial de 350 mães situada numa zona de elevada densidade suína torna necessária a consulta ao veterinário.
Neste caso o veterinário não é o habitual da exploração e este não se encontrava no momento de iniicar a vacinação contra o PMWS, doença para a qual o suiniucltor não dispunha de nenhuma análise que confirmasse a sua presença.
O problema dos baixos rendimentos data de há vários meses atrás mas devido a um problema no lançamento de dados alguns resultados são incoerentes e é difícil de precisar.
Os pavilhões de engorda são especialmente inadequados enquanto que o pavilhão das baterias se encontra num edifício novo.
Na engorda, apesar do ambiente tão carregado, não há lesões respiratórias nos animais necropsiados! Após a visita destaca-se a importante necessidade de realizar mudanças nas instalações se bem que a pouca predisponibilidade do suinicultor faz pensar que este optará pela medicação em sentido amplo.
Tendo em conta os problemas sanitários da exploração, o veterinário pediu para rever a vacinação contra o mal rubro das primíparas na quarentena (iniciar desde o zero sem ter em conta a vacinação no multiplicador): com efeito, a presença de endocardite vegetante num animal necropsiado e a observação de mortalidades com "placas encarnadas" indicadas pelo suinicultor assinalam esta patologia. Além do mais, a bibliografia põe a claro que a
presença de micotoxinas reforça a expressão do mal rubro.
Um mês e meio depois do inicio das medidas a situação melhorou. Decide-se realizar um acompanhamento dos resultados da vacinação das mães contra o PMWS.