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Cotação sobre na Bolsa do Porco. E no mercado também subiu?

A cotação da Bolsa do Porco subiu 0,05€/kg nesta quinzena. Mas a pergunta que subsiste é: será que o mercado acompanhou esta indicação de subida?

15 de Janeiro de 2016

A cotação da Bolsa do Porco subiu 0,05€/kg nesta quinzena. Mas a pergunta que subsiste é: será que o mercado acompanhou esta indicação de subida?

As informações que circulam é de que houve matadouros que acompanharam a subida, outros que subiram mas ficaram aquém deste valor e outros ainda que nem mexeram nos seus preços de compra. Ou seja, houve comportamentos para todos os gostos e feitios.

Esta subida vem na sequência da subida negociada e acordada numa reunião entre a produção, indústria e grade distribuição realizada sob arbitragem do Ministro da Agricultura, que deveria ser de 0,20€/kg carcaça de forma a colocar o preço dos porcos portugueses igual ao preço dos porcos espanhóis (N.d.r: opinião veiculada pelos representantes dos suinicultores portugueses).

Assim, não houve subida de 0,20€/kg carcaça, mas apenas de 0,05€/kg e mesmo esta não terá sido cumprida pela grande maioria dos operadores.

Apesar desta tendência, continuam de forma habitual e recorrente as promoções da carne de porco nas grandes cadeias de distribuição. Descontos de 50% são comuns e deitam por terra qualquer tentativa de aumentar os preços ao produtor. Há carne vendida abaixo de 1,00€/kg ao consumidor. Vergonhoso e perigoso. Vergonhoso porque se trata de um produto nobre que é tratado como um sub-produto e perigoso porque tudo o que é demasiadamente barato deixa o consumidor com o “pé atrás” pensando que o que está a ser vendido não tem qualidade nem é seguro.

Com todas estas nuances, o mercado continua muito pouco esclarecido e os pesos dos porcos continuam elevados.

Por outro lado, abriram as candidaturas às ajudas ao armazenamento privado e, em relação a Portugal, não dispomos de dados que nos permitam dizer se houve algum pedido de ajuda. Na primeira semana de solicitações, foram feitos pedidos de ajuda para 35290 tons. Sendo que a Espanha foi o país com maior volume de pedidos (9270 ton), seguida da Alemanha com 8815 ton.

Em Espanha, a cotação de Lérida manteve-se nos 0,947€/kg PV (cerca de 1,263€/kg carcaça). Os pesos dos porcos neste país são os mais elevados de sempre, fruto do aumento do efectivo reprodutor e, principalmente, das produtividades das porcas. Os matadouros vão abatendo acima do normal mas não conseguem escoar toda a oferta. Há grande esperança que o armazenamento privado possa trazer algum alívio ao mercado.

A Alemanha subiu a sua cotação 0,03€/kg carcaça nesta quinzena, fixando-se em 1,28€/kg carcaça. Os porcos têm cerca de 1kg a mais do que tinham na nesta mesma altura do ano passado e há relatos de que a oferta começa a ser menor do que a procura, daí esta subida.

Nesta quinzena, a Holanda subiu 0,01€/kg carcaça, fixando-se a sua cotação em 1,18€/kg carcaça. A Bélgica também subiu a sua cotação, mas a subida foi de 0,03€/kg PV fixando-se em 0,88€/kg PV. Neste último país há informações de que os matadouros procuram porcos para abate, o que é um bom sinal para o mercado.

A Dinamarca manteve a sua cotação em 1,17€/kg carcaça nesta primeira quinzena de Janeiro. Como estamos entre o final de Ano do ocidente e o final do Ano chinês, o mercado fica mais estagnado e os dinamarqueses debatem-se com dificuldades na venda de carne para a China nesta altura do ano.

A França também subiu a sua cotação. A subida foi de 0,017€/kg carcaça e a cotação, para porcos equivalentes a 50% de músculo, fixou-se em 1,087€/kg carcaça. Os pesos continuam muito elevados (2kg acima do peso da mesma semana do ano passado) e fruto dos elevados volumes de abate, mantiveram-se esta quinzena, quando comparados com a quinzena anterior, situando-se nos 95,6kg carcaça. Os abates atingiram um novo record para a primeira quinzena do ano, situando-se acima dos 400 mil porcos em cada uma das semanas em função das compras de carne após as Festas e das promoções de início de ano das Grandes Superfícies.

Veremos se o armazenamento privado, em conjunto com a subida da Alemanha que costuma “arrastar” os países vizinhos e todo o mercado Europeu, nos trazem ventos de esperança ao mercado português que tão necessitado está.

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