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27 de Junho de 2024
Ao fim de 11 semanas consecutivas sem qualquer mexida, a cotação dos porcos em Portugal subiu 0,05€/kg carcaça na Bolsa do Porco, na segunda metade de Junho, tendo-se fixado em 2.582€/kg carcaça. Os pesos começaram as baixar, em função do aumento das temperaturas e da, já esperada, redução da oferta de porcos para abate, já que nos primeiros meses de 2024 saíram uns largos milhares de leitões para serem engordados em Espanha. Ora, esses leitões seriam porcos de abate nesta altura do ano, e eles não estão cá.
Nos outros países do Sul da Europa (Espanha e França), a cotação dos porcos também começou a subir, mas manteve-se nos países do Centro e Norte, apesar de algumas tentativas de subida, como foi o caso dos Países Baixos. O peso da Alemanha nesses mercados influenciou a evolução das cotações e com o aparecimento de um novo foco de Peste Suína Africana neste país, houve uma “travagem às 4 rodas” na cotação, apesar de haver menos oferta de porcos para abate.
Há incerteza quanto aos mercados para onde a Alemanha poderá enviar carne, pois apesar da Peste, a Coreia do Sul tem estado a comprar carne de porco na Alemanha. Em todo o caso, já se fala na possibilidade de os coreanos poderem parar as compras de carne na Alemanha e, esta situação, fez estancar a subida da cotação que se pressentia no mercado alemão. Adicionalmente, e ainda na Alemanha, esperava-se que com o Campeonato da Europa de Futebol, aumentassem os consumos de carne de porco, mas na realidade, com a chuva que se tem feito sentir na Alemanha, nem aumentam os consumos dos alemães nem o dos seus visitantes.
A juntar à situação descrita anteriormente, paira no ar um possível aumento das taxas de entrada de carne de porco no mercado chinês, aplicado pelas autoridades de Pequim, como retaliação à aplicação de taxas da U.E. aos carros eléctricos chineses. Fala-se que esta taxa chinesas poderá ser de 38%.
Apesar de, neste momento, a China “apenas” representar 25% das exportações de carne de porco da U.E., a quantidade e a valorização das miudezas que são vendidas para aquele mercado são muito importantes para que possa ser desvalorizada a aplicação de taxas adicionais de entrada. Esta situação pode trazer uma redução do volume de facturação dos matadouros espanhóis, dinamarqueses, neerlandeses e franceses com a consequente pressão destes sobre as cotações dos porcos, mesmo quando sabemos que a oferta de porcos para abate é relativamente reduzida.
Em todo o caso, se os matadouros têm uma mais-valia importante com a venda de miudezas, podem “aliviar” a pressão sobre os preços a que têm de vender as peças nobres pata obterem margens de negócio positivas, e isso torna mais fácil a vida de toda a Fileira do porco na Europa. A redução da receita associada à venda de miudezas poderá trazer dificuldades para os resultados financeiros dos matadouros e estes terão de tentar ir buscar margem nos outros produtos.
No que diz respeito à evolução das cotações europeias do porco, em Espanha a cotação subiu 0,028€/kg PV (+0,037€/kg carcaça) na segunda metade de Junho, para 1,833€/kg PV (2,444€/kg carcaça). Os pesos baixaram 2,6kg nas últimas 5 semanas, mas estão cerca de 1,4kg PV acima do peso do ano passado.
Na Alemanha, a cotação manteve-se em 2,20€/kg na segunda quinzena de Junho. Os pesos baixaram 200g para os 97,4kg em carcaça.
Nos Países Baixos a cotação subiu 0.04€/Kg carcaça para 2,06€/kg na segunda quinzena de Junho.
Na Bélgica a cotação manteve-se nesta segunda quinzena de Junho em 1,60€/kg PV.
Na Dinamarca a cotação baixou 0,03€/kg carcaça na segunda quinzena de Junho, para 1,58€/kg carcaça. A procura de carne está algo parada e a oferta de porcos ajusta-se às necessidades do mercado.
Em França, a cotação subiu 0,043€/kg carcaça na segunda metade de Junho, para 2,064€/kg carcaça. Os pesos baixaram 600g tendo-se fixado em 96kg e estão 750g acima dos pesos do ano passado nesta mesma quinzena. Há menos oferta de porcos, pelo que houve condições para que a cotação subisse no MPB.
