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12 de Agosto de 2022
A cotação dos porcos subiu 0,008€/kg carcaça na Bolsa do Porco para os 2,327€/kg carcaça na primeira quinzena de Agosto. Há uma reduzida oferta de porcos para abate devido às elevadas mortalidades de leitões ocorridas nos primeiros meses do ano a que se junta uma redução dos crescimentos devido ao calor. São os dois factores principais que levam a que haja poucos porcos para abater em Portugal.
Mesmo leves, e considerando o preço a que são vendidos, os produtores preferem enviar os seus animais para abate, já que com estas temperaturas os porcos convertem pouco e a ração que consomem – cara, por sinal – apenas serve para manutenção fisiológica. Assim, é melhor vender caro e com pouco peso do que esperar que os porcos cresçam – e consumam mais ração - sem que este consumo dê mais rendimento económico.
Um pouco por toda a Europa tem havido estabilidade nos mercados e nas cotações. A excepção é a França e a Dinamarca, que tiveram uma subida na ordem dos 9 e 3 cêntimos no seus preços base, respectivamente e a Alemanha onde, apesar de não ter havido mexidas na cotação de referência do AMI, os matadouros aumentaram os preços que estavam a pagar aos produtores (estavam a pagar abaixo a referência do AMI). No caso de Espanha, que tem os porcos muito leves (-2,6kg do que em 2021 e -2,0kg do que em 2020), as cotações não têm tido grandes mexidas.
Há alguma redução de consumo de carne de porco na Europa, que não se tem convertido em grandes excedentes de carne no mercado europeu pois também tem havido uma significativa redução da oferta de porcos para abate em todos os países, com excepção de Espanha.
Em todo o caso, há necessidade de exportar grandes volumes de carne de porco para Países Terceiros até porque as exportações entre da U.E. entre Janeiro e Maio de 2022 baixaram 27% em relação ao mesmo período de 2021, tendo as exportações para a China caído 62,5% no mesmo período. Foram menos 946 mil toneladas exportadas de um ano para o outro.
Assim, a U.E. aguarda com expectiva o desenrolar dos acontecimentos entre a China e os Estados Unidos, devido à questão de Taiwan (a visita de Nancy Pelosi à Taiwan poderá vir a desencadear uma nova guerra comercial entre ambos os países) e veremos se a China preferirá comprar mais carne de porco na Europa, para colmatar o eventual déficit das compras aos EUA ou se a comprará no Brasil..
Fala-se que a Coreia do Sul poderá reconhecer a regionalização da Peste Suína Africana na Alemanha. Se assim acontecer, este será outro factor positivo para as exportações europeias, visto que a carne de porco alemã tem sido comercializada, apenas na U.E. pois todos os Países Terceiros proibiram compras de carne de porco alemã. Veremos se se confirma esta informação e que impacto poderá ter no mercado europeu da carne de porco.
No que diz respeito à evolução das cotações europeias do porco, em Espanha a cotação subiu 0,008€/kg PV (+0,011€/kg carcaça) passando a cotação para 1,692€/kg PV (2,256€/kg carcaça). Os pesos desceram cerca de 700g em carcaça nesta quinzena e, tal como referi acima, estão 2,5kg abaixo do peso da mesma semana de 2021.
Na Alemanha a cotação manteve-se em 1,85€/kg nesta segunda metade de Julho. O peso baixou 100g para os 96,5kg carcaça nesta quinzena. O comércio de carne de porco começa a recuperar e isso levou os matadouros e terem que subir o preço pago aos produtores. Em todo o caso, há muitos problemas nos matadouros, com falta de pessoal, devido às infecções por Covid e este facto tem causado atrasos nos abates e na desmancha.
Nos Países Baixos a cotação subiu 0,01€/kg carcaça para 1,91€/kg carcaça nesta quinzena.
Na Bélgica a cotação manteve-se em 1,30€/kg PV.
Na Dinamarca a cotação subiu 0,03€/kg carcaça para 1,55€/kg carcaça nesta primeira metade de Agosto. Há maior actividade no comércio da carne no norte da Europa e isso estimula as vendas e a subida da cotação dos porcos. As vendas dinamarquesas para o Japão continuam estáveis e há algum aumento do interesse comprador por parte dos chineses.
Em França, a cotação subiu 0,093€/kg carcaça para 1,972€/kg. Os pesos desceram 100g para os 93,7kg, e são mais baixos 1 kg do que na mesma semana do ano passado. Há uma grande redução nos abates, mas também na oferta de porcos para abate o que permitiu que houvesse uma subida significativa da cotação.
