14 de Julho de 2017
Com a saída, para férias, dos europeus do Norte dos seus países de origem, reduziu-se o consumo de carne de porco e as cotações dos porcos acabaram por descer com algum significado, isto apesar de os pesos terem continuado a baixar, ainda que mais ligeiramente que nas semanas anteriores. A descida dos pesos é um sinal claro de que a oferta é inferior à procura, mas os matadouros do Norte queixam-se de grandes dificuldades no escoamento da carne e, para a poderem vender com menor dificuldade, têm que baixar o seu preço.
A liderar esta descida esteve a Alemanha (-0,05€), que acabou por arrastar as cotações dos seus vizinhos (Dinamarca e Bélgica; a Holanda costuma reagir uma semana mais tarde e veremos o que comportamento irá ter o seu mercado). Apesar da descida ter sido significativa no Norte, os países do Sul aguentaram as suas cotações (Espanha, Portugal e França) até porque grande parte dos europeus que saíram dos Países do Norte, rumaram aos Países do Sul para passarem as suas férias de verão. Este facto aplica-se não apenas aos autóctones como também aos emigrantes que fazem a sua vida nesses países.
A condicionar o mercado europeu encontra-se a redução dos volumes totais de carne de porco exportados para Países Terceiros (-2,8%) no primeiro quadrimestre de 2017, sendo que a China foi o país em que a redução foi mais acentuada (-16,9%). E qual é o país mais afectado por esta redução? A Alemanha.
Apesar da descida das cotações nos países do Norte, estas encontram-se em níveis muito bons quando comparadas com as cotações de há 1 ano atrás. Assim, no primeiro semestre de 2017, as cotações encontram-se 19,48% mais altas na Dinamarca, 22,01% na Alemanha, 23,44% em França, 25% em Espanha e 25,61% na Holanda, de acordo com a informação do MPB.
Nos países do Sul, os pesos continuam a descer em força. Em Portugal as informações que conseguimos apurar dão-nos conta que os pesos estarão cerca de 2,5-3kg mais baixos do que estavam há 4-5 semanas atrás. Em Espanha, nos últimos 15 dias, os pesos voltaram a descer cerca de 800gr. Nestas últimas 4 semanas os pesos baixaram quase 2 kg e, segundo os dados da Mercolérida, estão em mínimos dos últimos 5 anos.
Apesar desta descida dos pesos, e com as cotações altas, a tendência deveria ser a de fazer alguma retenção de porcos para que estes reponham peso, mas não é isto que acontece. Na realidade, os matadouros necessitam abater porcos e as empresas de produção, principalmente as de ciclo fechado, necessitam mandar porcos para abate porque necessitam de espaço de engorda para enviar os leitões. Por isso, e enquanto a oferta for menor que a procura, o mercado continuará a fluir bem e os produtores não sentirão dificuldades em abater os seus porcos.
No que diz respeito às cotações, Portugal subiu 0,02€/kg carcaça a sua cotação na Bolsa do Porco.
Em Espanha a cotação subiu 0,01€/kg PV (+0,013€/kg carcaça) nesta quinzena, fixando-se em 1,435€/kg PV (1,913€/kg carcaça).
Na Alemanha a cotação desceu 0,05€/kg carcaça, fixando-se em 1,76€/kg carcaça. Os pesos baixaram 100g indo para os 95,8kg.
Na Holanda a cotação manteve-se em 1,82€/kg carcaça e na Bélgica baixou 0,05€/kg PV para 1,25€/kg PV.
A Dinamarca também baixou 0,04€/kg sendo a sua cotação 1,52€/kg carcaça.
A França, que tem o preço mais baixo de toda a U.E., manteve a cotação em 1,491€/kg carcaça. Os pesos voltaram a descer significativamente (-900g para os 93,5) e veremos que impacto terá, nesta redução de pesos e na fluidez do mercado francês, o feriado de 14 de Julho.
Apesar das descidas nos mercados do Norte, já normais e expectáveis para esta altura do ano, o mercado europeu encontra-se fluido e com sinais positivos para todo o verão.