Depois de vários anos de desenvolvimento positivo da produção nos Estados Membros e alargamentos da UE, começou o declive da produção suína europeia. No norte da Europa, onde se concentra a produção, espera-se uma forte redução. No sul, a Espanha continuará a crescer alguns anos mais. Apesar da presença da PSA an Europa de Leste, estão a surgir investimentos na Roménia. A saída do Reino Unido da UE também estabelece novos pontos de referância.
A produção suína na UE-28 atingiu um nível récord em 2020 com 24,2 milhões de tec (toneladas equivalente carcaça), um aumento de 1% em relação a 2019. Segundo as previsões, este nível não deveri atingir-se nos próximos anos. Segundo o IFIP, a nova EU-27 pós-Brexit apresentará uma redução da produção de cerca de 3% em 2025 relativamente a 2020, equivalente a 138 milhões de porcos abatidos (22,5 milhões tec). Com carcaças mais pesadas, a redução em toneladas será algo menor. Em 2025, a oferta europeia será quase 750000 tec inferior à de 2020.
A produção espanhola quase atingiu os 5 milhões de toneladas em 2020, um aumento de 41% nos últimos 10 anos. A Espanha produz o dobro do seu consumo, o resto é exportado. A Espanha é, desde 2019, o principal país exportador para Países Terceiros e caracteriza-se por uma dinâmica de conquista de mercados a nível internacional. O aumento do efectivo de porcas e o aumento do peso de carcaça conduzem a um crescimento de cerca de 2,5% em 2021, convertendo-se no maior produtor da UE. Para 2025, o número de porcos abatidos superará os 60 milhões de cabeças, um aumento de 9% em relação a 2020.
Os países do centro e do leste da UE estão a lidar com a PSA e a produção, no melhor dos casos, estabilizou. Apesar da presença de PSA na Roménía, estão a fazer-se investimentos em grandes estruturas de produção por parte de empresas dinamarqueses, holandesas, alemãs ou francesas. O país tem activos para a produção suína: potencial de produção de cereais, população de consumidores de mais de 80 milhões de habitantes num raio de 1000 km em redor e disponibilidade de mão-de-obra. Após vários anos de reduções, um aumento de 25% na produção romena em 2025 será factível.
Segundo as estimativas do IFIP para 2025, a Alemanha, os Países Baixos, a Dinamarca e a Bélgica juntos produzirão menos 11% que em 2020. As regulamentações sobre bem-estar animal e ambiente, a pressão social sobre as explorações e fileira suinícola, bem como a falta de renovação geracional, provocam uma redução na produção nestes quatro países. As crises sanitárias devidas à Covid-19 e à PSA estão a acelerar uma queda em 2021 já visível na produção.
Nos restantes países da UE, a produção diminuirá lentamente em 4% para 2025 em relação a 2020. a França estará próxima deste média. A não renovação de gerações de produtores acentua o declive. A descida do consumo per capita continuará, mas compensado pelo crescimento da população na UE.
A dependência das exportações para Países Terceiros por parte da UE cresce com o Brexit. O Reino Unido, importador com mais de 800 mil toneladas em 2020, tornou-se um País Terceiro em Janeiro de 2021. Persistem as incertezas sobre a manutenção dos fluxos para o Reino Unido mas também para a Ásia, tanto em volume como em valor dos produtos. O Reino Unido poderá recorrer a outros fornecedores, em particular ao outro lado do Atlântico.
A China, o principal destino das exportações da UE, está a trabalhar para restabelecer a produção de carne de porco.
Jan Peter van Ferneij, economista do IFIP.