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Dezembro sob o signo da manutenção num ano que começou muito mal e que acaba bem melhor

A cotação da Bolsa do Porco encerra o ano de 2016 em 1,615€/kg carcaça, que será a cotação de arranque do ano 2017.

6 de Janeiro de 2017

Apesar das vendas de carne em Dezembro terem sido boas e de ser usual uma subida da cotação dos porcos este mês que passou, a verdade é que houve uma manutenção durante todo o mês, e que já se arrasta desde meados de Novembro.

A cotação da Bolsa do Porco encerra o ano de 2016 em 1,615€/kg carcaça, que será a cotação de arranque do ano 2017. Esta cotação é muito diferente da cotação de início do ano de 2016, que era de 1,03€/kg carcaça (isto partindo da primeira cotação da Bolsa do Porco, em 2016, que foi de 1,20€/kg carcaça e se lhe subtrairmos as subidas que aconteceram nas primeiras semanas do mês de Janeiro de 2016).

Bem sei que a cotação que os produtores realmente recebem pelos seus porcos não é, nem de perto nem de longe, 1,615€/kg carcaça mas como se vê, o ponto de partida da cotação para 2017 é muito superior ao ponto de partida da cotação de 2016, o que deixa augurar que, este ano que agora começa, poderá ser um bom ano para a produção de suínos.

O mercado português passou o mês de Dezembro sem grandes dificuldades em colocar os seus porcos e os pesos dos porcos mantiveram-se sem grande alterações mas tal como referi no meu anterior comentário, a possível subida da cotação dos porcos ficaria sempre condicionada a uma subida da cotação no país vizinho, e isto não chegou a acontecer.

A Espanha, quando o mercado alemão subiu com significado (0,10€/kg carcaça na quinzena anterior), ficou impávida e serena, sem ter alterado a sua cotação. Na segunda quinzena de Dezembro, quando o mercado alemão desceu com significado (tendo corrigido a descida na última semana do ano), o mercado espanhol acabou mexer muito ligeiramente (-0,003€/kg PV, ou seja, cerca de 0,004€/kg carcaça) fixando-se a cotação em 1,129€/kg PV (1,505€/kg carcaça). Os pesos em Espanha, no final do ano, estavam cerca de 800gr mais altos do que em igual período de 2015 apesar do nível dos abates ser do mais alto de todo o ano.

É esperado, com expectativa redobrada, o início de 2017 no que às exportações para Países Terceiros diz respeito, e em especial para a China. Os volumes de exportação ditarão muito do que poderá ocorrer em termos de evolução das cotações. Há que ter em conta que, apesar das cotações dos porcos nos Estados Unidos, Brasil e Canadá terem vindo a subir nas últimas semanas, estas ainda se encontram abaixo das cotações europeias o que poderá ser um factor de instabilidade na Europa.

Tal como referi anteriormente, o mercado alemão teve um comportamento diferente em cada uma das últimas semanas do ano que agora terminou. Se nas primeiras a cotação desceu com algum significado (-0,14€/kg carcaça), na última delas (a que deu cotação para os últimos dias de 2016 e para os primeiros de 2017) subiu 0,04€/kg carcaça. Ou seja, no total, a descida foi de 0,10€/kg carcaça e a cotação de final do mês, e do final do ano, foi precisamente a mesma que no início de Dezembro, ou seja, 1,52€/kg carcaça.

Na Holanda e na Bélgica as cotações também desceram 0,12€/kg carcaça para 1,42€/kg e 0,07€/kg PV fixando-se a cotação em 1,05€/kg PV, respectivamente.

A Dinamarca a cotação desceu 0,08€/kg carcaça passando a cotação para 1,35€/kg carcaça.

Em França houve estabilidade no mercado, apesar das convulsões na Alemanha, Holanda e Bélgica. A cotação francesa subiu 0,003€/kg carcaça fixando-se em 1,303€/kg carcaça. Os pesos subiram 300g para os 95,6kg de carcaça.

Segundo dados do francês MPB, a cotação de base média dos porcos obtida a partir de transacções reais ocorridas nas sessões da Bolsa (foram transaccionados 1 milhão e 610 mil porcos, menos 34,4% que em 2016 onde foram vendidos 2 milhões 455 mil porcos), em 2016, foi de 1,293€/kg carcaça para porcos equiparados aos nossos porcos com 50% de músculo, sendo a cotação 4,44% superior à cotação em 2015.

Tal como referi, as perspectivas para 2017 são boas. Neste momento, e na grande maioria dos Países Europeus, os pesos são algo inferiores aos da mesma altura do ano passado, os stocks congelados estão num nível mínimo e as previsões de produção para a U.E. estão em baixa. Esperemos que as previsões se confirmem.

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