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Diagnóstico das doenças cutâneas II: doenças específicas da pele

Num artigo anterior tratamos das doenças cutâneas provocadas por anomalias morfológicas e das devidas a doenças sistémicas. Neste artigo trataremos das doen&cce...
13 Maio 2009
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Num artigo anterior tratamos das doenças cutâneas provocadas por anomalias morfológicas e das devidas a doenças sistémicas. Neste artigo trataremos das doenças e transtornos da pele propriamente dita. Por sorte não são muito numerosas.

No porco jovem, as infecções por estreptococos e estafilococos na boca e pescoço estão frequentemente associadas com o corte dos dentes. A necrobacilose está associada com uma má higiene. O corte da cauda em más condições tende a produzir uma grande variedade de infecções da cauda e existe uma necrose da cauda específica de etiología desconhecida.

A“assadura” do perineo pode estar relacionada com o pH da urina nas dietas anormais, como a polpa de citricos.

Pode-se produzir eritema de trânsito como consequência de um transporte stressante, o que habitualmente desaparece com o descanso.

Figura 6 – Orelha necrótica (espiroquetose)
Também se poderá afirmar que existem diversas patologías que se produzem na pele porque se trata de uma membrana limitante que rodeia os órgãos do porco. Afectam a pele devido ao facto desta envolver o porco e, como tal, limitar a forma do corpo. Por este motivo pode estar submetida a todo o tipo de traumas possivelmente com os subsequentes abscessos (incluídas afecções de curvilhão e cotovelo, erosões de joelho) queimaduras solares, fotossensibilização, picaduras de insectos, pulgas, picaduras de mosquitos (há que prestar atenção aos mosquitos tigre que são especialmente patogénicos), necrose das orelhas (é específica a espiroquetose, fig. 6) provocada por salmonelas o H. parasuis, bursite, formação de bolsas mucosas adventícias e bursite adventícia, mastite, úlceras do ombro, calos.

Figura 7 – Trauma típico ao ar livre: varrasco com dorso e pata traseira magoados
Também pode ser observada uma grande variedade de inchaços (fig. 7) especialmente afectando os gânglios linfáticos, como na doença de Aujeszky e a tuberculose nas glândulas submandibulares e PMWS nos gânglios inguinais superficiais. Podem ser notados inchaços duros como consequência de uma mastite ou de infecções por nocardia/Actinobacillus nas glândulas mamárias e podem ser observadas vulvas disformes granulomatosas como consequência de mordeduras nas porcas primíparas de novos lotes.

Especificamente temos as seguintes patologías cutâneas:

Varicela porcina: pode-se produzir como infecção congénita ou conjuntamente com uma infecção por Staphylococcus hyicus (grease pork disease) e manifesta-se como lesões castanhas com crostas ou ampolas. Diferenciam-se facilmente com um esfregaço cutâneo e histología ou microscopia electrónica.

Staphylococcus hyicus (dermatite exudativa ou doença do porco gordo) pode afectar só os lados da cara, mas também todo o corpo com grande libertação de soro que faz com que a pele apareça com crostas. O diagnóstico realiza-se através dos sintomas clínicos por isolamento dos microorganismos Gram + da pele.

Sarna: grandes lesões com crosta especialmente nas orelhas, provoca grandes perdas económicas, diagnosticado por esfregaço da pele mas de fácil tratamento (ivermectinas) ainda que seja preciso ser feito de forma regular e por explorações. Há muitas reacções provocadas com frequência por reacções de hipersensibilidade.

Tinha: geralmente Trichophyton mentagrophytes, observa-se como manchas de sujidade sobre a pele. Os esfregaços da pele que incluam a raíz do pêlo ajudarão no diagnóstico. Ao contrário da sarna, que pica muito, esta manifesta-se muitas vezes sem prurido.

Piolhos: podem ser vistos os ovos no pêlo. Trata-se de um piolho chupador e contagioso mas é tratável com facilidade.

Pitiriase rosea: é frequentemente conhecida como falsa tinha, crê-se que é recessiva autossómica, desenvolve-se aproximadamente ás 8 semanas de idade e desaparece em 20 semanas.

A paraqueratose é uma patología cutânea sensível ao zinco associada com a alimentação à base de rações que contenham menos de 40 mg de zinco/kg de matéria seca. Há casos em que se produz quando as rações teem elevado conteúdo de cálcio ou proteína de soja ou se teem baixo conteúdo em ácidos gordos. Regra geral a pele aparece avermelhada ao princípio e logo a erupção torna-se papular, escamosa, seca e com crostas, principalmente nas extremidades inferiores e na parte ventral do abdomén. Podem aparecer, de seguida, infecções secundárias e também abscessos. O diagnóstico é feito com base na história clínica, e a confirmação pode ser feita a partir da imagem histológica de hiperqueratose paraqueratótica.

Stan Done. Veterinary Laboratories Agency. Reino Unido

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