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Diagnóstico laboratorial: Rinite atrófica

Que métodos de diagnóstico laboratorial há para diagnosticar a rinite atrófica? Qual deve ser escolhido em função da situação? Como interpretar os resultados?

Testes disponíveis:

Cultura bacteriana

  • Isolamento de organismos vivos.
    • Pasteurella multocida tipo D (nem sempre presente).
    • Bordetella bronchiseptica (principal preocupação).
  • Tipos de amostra: pulmões, zaragatoa nasal.
  • Prós:
    • As bactérias são fáceis de cultivar em 1dia.
    • Fácil de fazer em qualquer laboratório (inclusive interno).
    • Custo relativamente baixo.
  • Contras:
    • São encontradas com frequência outras infecções bacterianas secundárias.
    • Recolher amostras de pulmões apenas em casos com pneumonia.
    • Se os porcos forem tratados previamente com antibióticos, isto pode impedir o crescimento bacteriano.

Susceptibilidade antimicrobiana

  • Teste in vitro: capacidade de um organismo vivo para crescer em concentrações específicas de diferentes antimicrobianos.
  • Tipos de amostra: pulmões, zaragatoa nasal.
  • Prós:
    • Identificação de susceptibilidade ou resistência de estirpes específicas a antimicrobianos comuns.
  • Contras:
    • Requer um isolado bacteriano.
    • As análises in vitro podem diferir ligeiramente dos resultados in vivo.
    • É possível que alguns antimicrobianos específicos não se incluam ou necessitem análises especiais separadas.
    • Custo moderado.

Necrópsia macroscópica de focinhos

  • Avaliação dos cornetos nasais.
    • Secção transversal do focinho.
    • Ao nível do 1º ou 2º pré-molar.
    • Pontuar o espaço entre corneto e parede.
    • Pontuar desvios do septo.
  • Tipos de amostra: nariz do crâneo
  • Prós:
    • Associa a presença bacteriana com dano tisular.
    • Avaliação da gravidade da doença e cronicidade da infecção.
  • Contras:
    • Não confirma B. bronchiseptica como único agente causal.

Interpretação de resultados:

Cultura bacteriana

  • Pureza:
    • Crecimento puro: Altamente sugestivo de que está a contribuir para a doença (especialmente com B. bronchiseptica).
    • Crecimento misto: valor questionável.
  • Quantidade:
    • Alta: Altamente sugestivo de que está a contribuir para a doença.
    • Moderada: Interpretação variável.
    • Baixa: Valor questionável (pode ser um contaminante).
    • Sem crecimento: Animal possivelmente tratado previamente com antibióticos ou agente sem contribuição significativa.

Susceptibilidade antimicrobiana

  • Susceptível: Possível boa eleição para o tratamento se o antimicrobiano conseguir chegar ao tecido alvo.
  • Resistente: Tem que ser seleccionado um antimicrobiano diferente.
  • MIC: Se for realizada MIC (mínima concentração inibitória) há que assegurar-se que o antimicrobiano seleccionado alcança o valor MIC indicado no órgão alvo.

Necrópsia macroscópica de focinhos

  • Farmacopeia Europeia:
    • Pontuação para cada um dos 4 cornetos (máximo 16 pontos)
      • 0 = Sem atrofia
      • 1 = Atrofia leve (< 50% de corneto perdido)
      • 2 = Atrofia moderada (> 50% de corneto perdido)
      • 3 = Atrofia grave (osso do corneto recto)
      • 4 = Atrofia muito grave (sem corneto)
    • Desvio do septo (máximo 2 pontos)
      • 0 = Sem desvio
      • 1 = Desvio leve
      • 2 = Desvio grave
    • Pontuação total (cornetos + septo = máximo 18 pontos)
      • Grau 1 = 0-4 pontos
      • Grau 2 = 4-8 pontos
      • Grau 3 = >8 pontos
Método da Farmacopeia Europeia para avaliar as lesões dos cornetos.

Método da Farmacopeia Europeia para avaliar as lesões dos cornetos.

Cenários:

Controlo de rotina no matadouro:

  • Recolhe 30 focinhos de porcos abatidos e avalia os cornetos e septos nasais para rinite atrófica.
    • Usa o critério da Farmacopeia Europeia (resultado clinicamente mais relevante).
    • Recolhe zaragatoas nasais para cultura de B. bronchiseptica.

Leitões de 6 semanas de idade com espirros:

  • Recolhe 10 zaragatoas nasais de porcos com espirros.
  • Realiza culturas das zaragatoas para B. bronchiseptica e P. multocida tipo D.

Porcos de 20 semanas de idade com septos desviados:

  • Recolhe 10 zaragatoas nasais de porcos afectados de 20 semanas de idade.
  • Recolhe 20 zaragatoas nasais de porcos entre 6 e 8 semanas de idade para tentar detectar uma infecção mais precoce.
  • Realizar culturas de todas as zaragatoas para B. bronchiseptica e P. multocida tipo D.

Consulta o "guía de doenças" para mais informação

Rinite atróficaA Rinite Atrófica é uma condição com inflamação de tecidos das fossas nasais que pode acabar por causar desvio do septo nasal do porco.

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