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31 de Agosto de 2011
Após 9 semanas consecutivas de manutenções (desde meados de Junho que o preço se mantinha inalterado) verificou-se uma descida do preço dos porcos em Portugal na segunda quinzena de Agosto. A descida decidida pela Bolsa do Porco, nas duas semanas, deu um acumulado de 0,04€ mas o preço pago ao produtor apresentou, nalguns casos, descidas superiores.
Numa altura em que os porcos espanhóis continuam a chegar mais caros a Portugal do que os porcos portugueses, apesar do preço em Espanha também ter descido nesta quinzena 0,047€/kg peso vivo, seria necessária esta posição dos matadouros em descer mais do que o indicativo da Bolsa do Porco?
A situação financeira e de tesouraria dos suinicultores é cada vez mais grave e insustentável. Com este tipo de comportamentos comerciais, a indústria não apoia a produção e ao mesmo tempo não se apoia a ela mesma. Sou de opinião, já há muito tempo, que não havendo produção Nacional de porcos com capacidade de abastecer a indústria Nacional esta ficará "nas mãos" dos fornecedores de porcos espanhóis e, aí sim, terão graves problemas para se manterem em funcionamento.
Os restantes Países Europeus (Alemanha, Holanda, Bélgica, Dinamarca) mantiveram o seu preço esta quinzena. A França apresentou uma ligeira descida.
No passado dia 25 realizou-se, em Bruxelas, uma reunião do Comité de Gestão que acabou por não ter decidido nada de importante. Apenas há a reter dois dados das estatísticas que foram apresentadas:
- Um nível de abate na U.E. que cresceu 1,8% no 1º semestre, que é inferior à previsão
- Um nível de exportações para Países Terceiros que, em 6 meses, cresceu 18,8%, ou seja, mais 234400 toneladas suplementares exportadas, o que é um récord absoluto da história da U.E.
Segundo o MPB, a subida de 1,8% representa cerca de 2,25 milhões de porcos abatidos a mais no 1º semestre e o aumento de 234400 toneladas na exportação corresponde, em grande parte, a este aumento de produção na U.E.
Verificou-se ainda que o preço médio do porco na U.E. referente ao 1º semestre de 2011 é superior ao do 1º semestre de 2010, apesar de tudo insuficiente para "tapar" os custos de produção na exploração.
Vamos entrar em Setembro, mês onde o preço dos porcos costuma descer mais acentuadamente. Pelas necessidades dos produtores, esperemos que o mesmo não aconteça este ano.
Luís Tavares Dias
Eng. Zootécnico
